sábado, 2 de novembro de 2013

O Nostálico53


Terminei o último Nostálico fazendo referência à cidade de Lviv na Ucrânia, e aos jogos de Portugal no Euro2012 contra a Alemanha e Dinamarca.

Tal como sucedeu aquando das presenças no Euro2008 na Suiça e no Mundial2010 na África do Sul, resolvi partilhar convosco as experiências vividas nos dois países do antigo pacto de Varsóvia, Polónia e Ucrânia.

 

Resolvemos deslocarmos para o Euro2012 via Polónia, no caso Varsóvia, e dai partimos de imediato para a Ucrânia, num táxi que nos levou à localidade de Tomaszow Lubelski, junto à fronteira.

Chegados à referida localidade, depois de passarmos por alguns supermercados da “Jerónimo Martins”, e de uma série de obras com a sigla “Mota/Engil”, jantamos num local cheio de polacos que assistiam ao 1ºjogo da sua seleção, contra a seleção que mais más recordações nos deixa, a Grécia, esperando pelo autocarro que nos levaria para Lviv.

De imediato, pela presença de cachecóis e camisolas de Portugal, despertamos a curiosidade dos locais, e entre fotos e trocas de cachecóis, terminamos a noite numa festa polaca, que teve de ser interrompida para apanharmos o autocarro.

Passar a fronteira entre a Polónia e a Ucrânia foi um momento muito caricato, porque fez-nos lembra o teledisco “Nikita” do Elton John lançado nos anos 80…

 

Chegados a Lviv, deparamo-nos com uma cidade tipicamente de leste nos seus subúrbios, mas apresentando no seu centro histórico muitas semelhanças com uma qualquer cidade histórica alemã ou do norte de Itália. A praça Rinok, o edifício da ópera, os soberbos edifícios, as ruas estreitas de calçada e inúmeras esplanadas espalhadas pelo centro, para não falar dos seus eléctricos tipicamente russos, fazem desta cidade a capital da cultura ucraniana.

 

A cidade estava cheia de alemães, mas os Portugueses também estavam em grande número, e mais uma vez se provou que este ambiente de fases finais de futebol resulta numa grande festa em qualquer parte do mundo.

Em Lviv, sofremos imenso com a derrota de Portugal diante dos alemães, mas foi curioso verificar a surpresa e o respeito dos alemães face ao bom jogo realizado pela Nossa Seleção.

Também se verificou a organização algo atabalhoada dos ucranianos nos dias dos jogos, pela distância enorme que os adeptos tiveram de fazer a pé para chegar ao estádio.

 

Entre o jogo contra a Alemanha e o jogo contra a Dinamarca devo destacar a noite do 1ºjogo da Ucrânia contra a Suécia, que assistimos no “Stargorod”, a cervejaria mais típica da cidade, e que resultou numa festa Ucraniana/Portuguesa. Para além da tentativa de esconder-me atrás dos postes para evitar o vodka que os ucranianos devoravam após a vitória da sua seleção, foi interessante verificar que poucos povos como o nosso fariam daquele momento uma confraternização tão especial, aliás verificado “in loco” pelos jornalistas da SIC.

 

Ganhamos, com muito custo, à Dinamarca, e nessa noite despedimo-nos de Lviv, fazendo o regresso a Varsóvia de Comboio.

 

Varsóvia é uma cidade que poucas semelhanças tem com o leste europeu, com excepção feita à torre imponente oferecida por Estaline ao povo polaco.

Gostamos particularmente do seu centro histórico junto ao rio Wisla, com praças enormes cheias de esplanadas, e onde ainda se “sente” a presença do Papa João Paulo II nas capelas localizadas nas ruas do referido centro.

 

Sobre o restante percurso da Nossa Seleção neste Euro, espero que hoje mandemos a Républica Checa para casa, e que a França surpreenda os “espanholitos”, para a ansiada vingança de 2000 e 2006, quando os “franciús” nos afastaram da final!

 

Despeço-me à velocidade necessária para que o Ronaldo e seus pares nos possam dar uma alegria neste Europeu de futebol.

E, como os ucranianos diziam, “Dyakuyu Lviv”, deixando um particular cumprimento para os meus companheiros de viagem, Miguel Magalhães, Rui Afonso e Diogo Freire: “Borsch meus caros!”

Sem comentários: