quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Nostálico36

Ninguém imagina a satisfação que tenho, derivada da merecida exposição “A Águia de Bonelli no sul de Portugal”, que estará presente no Espaço Jovem de Monchique até ao próximo dia 11 de Fevereiro.
Em 1988, por iniciativa de um amigo que estava ligado a uma organização de defesa dos animais, desloquei-me à Fóia para observar de perto a Águia de Bonelli no seu habitat de Monchique.
Conseguimos tirar fotos espectaculares mas, curiosamente também detectamos a presença de uma outra espécie de águia, a Águia-Cobreira.
Também é comum aparecer uma outra espécie de águia, a Águia de Asa-redonda, de acordo com a informação desse amigo que além da observação de águias, também gastava algum do seu tempo a observar o musgo dos muros dos nossos caminhos…

Convido-os a imaginar o diálogo entre as duas espécies de águias em Monchique:

Bonelli – Gostas muito de dar umas voltas pela ria de Alvor para veres umas “paisagens” interessantes, e agora se quiseres uma exposição, solicita-a ao homem da Luz de Portimão, porque o meu amigo Presidente gosta mais de mim do que de um animal imaginário, tipo dragão!
Cobreira – Não te armes em esperta, porque já convoquei o amigo lince, o tio javali, a dona raposa, o primo “escalavardo” e a lontra para uma manifestação nos paços do concelho.
Apenas faltará o lagarto, porque tem andado distraído a ser comido pelo dragão, e não quer desaparecer num bico de uma águia!
Não é justa essa discriminação! Só faltava dizeres que obtiveste o apoio do Glorioso SLB?
Bonelli – Não obtive apoio do maior clube do mundo, mas estou perto de convencer LFV para substituir o milhafre do Espanhol que fazia as delícias das equipas estrangeiras na catedral da Luz!
Cobreira – Sim, e imagino que numa perna levarias a bandeira de Monchique e na outra a bandeira do Glorioso?
Bonelli – Avança com a manifestação e ainda te põem em cima de um touro na próxima corrida em Monchique!
Cobreira – Não seja má-língua! Porta-te bem na exposição e defende a nossa classe, não vá o Presidente perder a cabeça, e promover uma sessão de cinema em Monchique sobre “Como treinares o teu dragão”!

Esquecendo esta pseudo discussão entre águias, será um prazer deslocar-me a Monchique para “in loco” estar presente na referida exposição.

Passando para temas mais interessantes e mais cómicos do que os diálogos imaginários entre águias, não podia deixar de mostrar alguma surpresa pelo desejo do homem das Antas em obter o concurso do árbitro Elmano Santos para a sua equipa (exactamente na jornada em que um curioso penalty permitiu ao “miúdo” manter a diferença pontual para o campeão em titulo!).
Como este espaço tem pretendido relembrar momentos e episódios de décadas anteriores, nada como também lamentar que o Glorioso SLB não tenha obtido os favores de árbitros como José Guimaro, Carlos Calheiros (o brasileiro), Alder Dante, José Pratas e tantos outros que precisavam de apoio psicológico na casa do homem das Antas. Mas, o apito dourado sempre esteve coberto por uma capa azul…

Finalmente, uma palavra de apreço pela conclusão da campanha eleitoral para as presidenciais, que mais parecia a velha guerra adolescente de “cinco contra um”…
Ou melhor, parecia que nunca mais acabava!
Afinal, e contrariando aquilo que ainda escrevi no facebook em relação a um potencial protesto em “branco”, fiquei Alegre pelo Nobre voto dos Portugueses e dos Monchiqueiros em particular, Defensor até dos votos de Coelhos, Lopes e Cavacos.

À velocidade de uma águia planando pelos cumes das nossas serras, despeço-me até à próxima.

O Nostálico35

Corria o ano de 1986, quando no 1º dia de aulas na então nova escola C+S de Monchique, já no decorrer do 2ºperiodo, após realização do 1º período do 8ºano de escolaridade (no meu caso), no antigo ciclo preparatório situado no antigo largo da feira de Monchique, eu e mais cinco colegas somos convidados para tirar uma fotografia à entrada da nova escola pelo então colaborador do Jornal de Monchique, João Vila. E, foi a partir desse número, depois de termos sido confrontados pelos outros colegas, e pela família e amigos, acerca da publicação dessa foto, que passei a dar a devida atenção ao Jornal de Monchique.
Por falar em ciclo preparatório, um conjunto de pavilhões pré-fabricados, recordo-me que não tive oportunidade de conhecer, como aluno, o colégio de Santa Catarina, sendo no entanto um espaço que guarda muitas histórias e recordações da nossa terra, mas, com vontade de, se falasse, gritar bem alto: “Salvem-me!”

Também foi no Jornal de Monchique que eu e o meu amigo Marco Águas publicamos o 1º espaço policiário, com um caso de grande “complexidade”, que resultou no envio de algumas respostas dos leitores do JM, ou melhor dizendo, dos inspectores/detectives Varatojo e Sherlock Holmes do nosso concelho.
Durante um pequeno período de tempo, apenas dois jornais em Portugal publicavam um espaço deste género, o Jornal de Monchique e o saudoso Diário Popular.

Enfim, apenas duas referências que, no meu caso pessoal marcam a relação com o nosso Jornal.

Mais recentemente, e após 19 anos a viver fora do nosso concelho, onde o Jornal de Monchique tem sido também um óptimo parceiro de divulgação das últimas noticias e novidades da nossa terra, tenho desenvolvido e escrito com muita satisfação algumas linhas de situações ocorridas no passado, algumas pequenas brincadeiras utilizando locais e eventos de Monchique, e obviamente também fazendo um comentário sempre “útil” da vida dos “três grandes” do futebol Português, ou melhor, um grande e Glorioso, e dois clubes de bairro de Lisboa e Porto, Alvalade e Antas.

Também já fiz 25 anos, e como recordo com muita saudade esse ano de realização da viagem de finalistas da universidade, espero que este ano de 2010 seja também motivo de satisfação quando recordado pelos colaboradores e leitores do JM daqui a muitos anos.

Termino a 80 luzes de Natal/hora para desejar um feliz aniversário ao JM, os desejos ainda maiores de um futuro com isenção e rigor nas noticias que todos os seus leitores anseiam, e por fim com os desejos de um Feliz Natal e Boas Festas para todos os leitores do JM, e em particular do Nostálico.

O Nostálico34

No fim-de-semana passado, aproveitando para não recordar os últimos episódios no meu clube, o tal que é o maior do mundo, além das maças que os adeptos leoninos enviaram “carinhosamente” para o seu antigo capitão, que deixou de tomar o seu pequeno almoço junto do autor deste texto na “mui nobre” aldeia da Atalaia, para beber um “cimbalinho” em Rio Tinto ou Gondomar antes da deslocação para o Olival, despertou-me à atenção no jogo entre o 2º e o 3º maior clube de Portugal, os movimentos (“saltinhos”) do treinador do Clube das Antas, que já tinham sucedido no jogo em Guimarães, movimentos esses que me fizeram lembrar um macaco chinês aos saltinhos!
Dado que não me parece justo associar a sua imagem à do melhor treinador do mundo, José Mourinho, julgo que esta associação é mais feliz, podendo até pensar-se nele em cima do ombro do “Marco”, à procura, não da sua mãe na Argentina, mas de novos jogadores (ou “jogadoras”!) para o clube do apito dourado.
Começo a ficar seriamente desconfiado que aquela malta é “obrigada” a beber alguma poção mágica, quando entra no mundo misterioso do Olival…

Por falar em macaquinho chinês, no final dos anos 80 em Monchique iniciei a minha pequena formação musical, aos sábados de manhã, na escola de música do Sr. Correia, na companhia dos meus amigos Rui Chaparro e Rui Marques, que mais tarde também me acompanharam na “Casa Ruvina” em Portimão, onde ficava enumeras vezes vidrado num orgão “Elka” de dois teclados.
Mas foi com o Sr. Correia que aprendemos os primeiros acordes, a arte de cantar os intervalos musicais (solfejo), e com quem tocamos pela primeira vez as músicas do “Órgão mágico”.
Inesquecível a 1ªmúsica tocada, “O balão do S. João”, e as actuações do trio maravilha, ao nível dos 3 tenores, Pavarotti, Domingo e Carreras, nomeadamente com o “rigolleto” “La Donna è mobile” de Verdi…
A relação do macaquinho das Antas com esta lembrança deve-se ao facto do Sr. Correia utilizar naquela data a imagem assustadora de um “velho chinês” quando o seu filho Ruben resolvia nos distrair com as suas diabruras.
(Um grande abraço para o Sr. Correia e para o Ruben)
Enfim, pela impossibilidade da existência, à data, de aulas de educação musical no antigo ciclo preparatório sito no largo em frente ao Mirante, onde hoje reside um parque de estacionamento, e também na C+S de Monchique, ficou a cargo do Sr. Correia, pelo menos para este restrito grupo de miúdos Monchiquenses, a formação musical adequada.
Também pela inexistência de educação física durante o mesmo período, foi no velhinho pelado do JDM, durante os treinos de iniciados, juvenis e juniores deste clube, que muitos jovens substituíram esta vertente tão importante do seu crescimento.

Depois da habitual crónica sobre a telenovela dos Andrades e das recordações da aprendizagem de música em Monchique, nada como o regozijo, ou não, da aprovação do orçamento de Estado para 2011, sendo que, ninguém está livre da chegada do “Tio” FMI, como muito bem o caracterizou o economista João Duque, e aproveitarmos para uma passagem pelo sapateiro, de forma a que este aumente um furo no já agastado cinto do povo trabalhador (Calma, amigo Edu! Por falar em povo trabalhador, e também pela barba à Guevara, nada me impede de também questionar como estaria o nosso Portugal se não tivesse ocorrido o atentado de Camarate, que vitimou Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, agora que passa mais um aniversário dessa infeliz data?).

Hoje não me despeço a 80Km à hora, mas sim a 90Km/h, porque na procura de temas dos Oasis no “Youtube” redescobri novamente excelentes temas dos “The Verve”, como “Lucky Men” e “Sonnet”, e sugiro que os oiçam, porque são hinos da última década do século passado…