quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Nostálico24

O tempo passa a correr!
Quem diria que estamos em 2010 e não podemos ainda passar férias na Lua…
Sim, porque na década de 80 era natural julgarmos que tal fosse possível, mais não fosse por vermos filmes como o “Regresso ao Futuro”, “ET” e a sempre escaldante série televisiva “Galáctica”! (Dai a velha expressão: “Andas a ver muitos filmes!”)
Por falar em “Galáctica”, em conjunto com a reunião aos sábados na já velhinha sede do CNE em Monchique e os jogos dos “seniores” jogados sábado sim, sábado não, no “pelado” do J.D.Monchiquense, constituía motivos mais do que suficientes para transformar aquele dia da semana em algo muito especial.

Enfim, chegamos a 2010 e os assuntos mais discutidos entre as pessoas, além das escutas telefónicas no “Youtube” que comprovam a corrupção existente na década de 90, exercida pelos tentáculos do clube das Antas, e do seu chefinho mor, o dono do Bobi e do Tareco (Só para contrariar, as minhas filhas conseguiram convencer-me a “adoptar” um gato para casa, mas com uma condição: “Chamar-se-á Saviola!”, e dois dias depois do momento da adopção, Saviola marcava o golo da vitória sobre o clube corrupto do Porto! Toma!), são o orçamento de Estado (e como o nosso 1º mais uma vez não será capaz de reduzir a despesa pública), as comemorações do centenário da Republica (talvez o único motivo de concordância com o ex-presidente da República, Mário Soares, passageiro de tartarugas), os casamentos “gay” (magnifica forma de desviar as atenções daquilo que realmente deveria interessar aos Portugueses, e não porque razão dois homens e/ou duas mulheres a viverem juntos têm de casar para terem os mesmos benefícios de um casal heterossexual! Nós não podemos ainda passar férias na Lua, mas que andamos nela, andamos sim…), as namoradas do Ronaldo e as amantes do Tiger Woods (afinal, sempre existem as famosas viúvas do Golfe, eh!eh!eh!), a crise financeira e a época do Benfica (talvez o único motivo, que a par do centenário da Republica, caberiam perfeitamente na descrição de bons motivos para vivermos em Portugal no ano da graça de 2010…).

Em Monchique, e passados que são também vinte e muitos anos depois do pensamento do jovem adolescente Monchiquense numas regadas férias na Lua em 2010, o convento permanece igual, a estrada nacional nº266 não muda (ou melhor, com a “pequenina” diferença dos irritantes semáforos agora existentes), a Picota continua a olhar para a Fóia com a infelicidade de não ter chegado, na sua fase de crescimento, aos 900 metros, os parques de campismo existem no litoral algarvio, a população jovem continua a decrescer, fruto da interioridade vivida em muitos locais de Portugal, e a equipa principal do Monchiquense apresenta, finalmente, muitos jogadores da sua “cantera”.
Mas tal como Jesus chegou ao Glorioso, e modificou todo o “modus operandi” do maior clube do mundo, também tenho sinceras esperanças que a mudança na gestão do nosso concelho trará diferenças no “modus operandi” que permitirão, para bem de todos os Monchiquenses, desenvolver mais o concelho que todos tanto gostamos.

Daqui a 20 anos, estaremos provavelmente a ouvir noticias de um orçamento de estado difícil de executar pela constatação de muitos anos anteriores de má gestão (mas faço Fé para que tal não passe de uma previsão), comemorações dos 120 anos da republica ou de 1000 anos de monarquia, os divórcios “gay”, as namoradas do Tiger e as amantes do Ronaldo (que entretanto, terá casado com a filha da Paris Hilton) e a época do Benfica (a caminhar para o 50º titulo).
Em Monchique, o convento, transformado em Pousada Histórica, será galardoado como o monumento mais bem conservado de Portugal, a Estrada Nacional 266 permanecerá como a “nossa route 66”, ao lado de uma nova via de comunicação entre Monchique e o Litoral Algarvio, a Picota terá uma via de acesso, bastante visitada, depois da realização naquele local da sequela de Hollywood – “O Vulcão!”, existirá um parque de campismo bastante concorrido, pela proximidade com um centro de estágio, frequentado nesse ano pela Selecção Nacional de Portugal como local de preparação do Europeu, onde defenderá o titulo de campeã Europeia, conquistado em Madrid no ano de 2018, ante a Espanha, com Mourinho como nosso Seleccionador, e a população jovem de Monchique ultrapassará Braga, nesse ano, como o local mais jovem de Portugal.

Sonhar é fácil, mas entre sonhos tão esquisitos, aparecem por vezes tantas realidades, não fosse o “brainstorming” uma das técnicas mais utilizadas para procurar “o ponto G”…
Ora aqui está mais um dos assuntos comentados nos últimos tempos, aproveitando para com ele me despedir até à próxima, devagarinho, a 8km por hora.

O Nostálico23

“É Natal! É Natal! Sininhos de Luz.
Alegria! Alegria! Já nasceu Jesus.”

Do Natal em Monchique, recordo-me, provavelmente como todos os que pertencem à minha geração, da famosa “peúga” na chaminé e dos presentes junto da lareira na manhã do dia 25 de Dezembro, deixados no referido local por…
…Jesus!
Ah! Pois é! Não era o Pai Natal da “Coca-cola” que deixava os presentes (o mesmo que hoje em dia me obriga a vestir de vermelho e branco na noite de Natal, para oferecer os presentes às minhas filhas e aos meus sobrinhos! Não fosse a barba de algodão e o gorro de duende, e pareceria que se tratava de mais uma deslocação à grande Catedral da Luz!), mas sim o “Menino Jesus”!
Também tenho de desabafar que há mais de trinta anos, a dita peúga era bem mais “curta” que o saco, com o qual apareço à porta da minha casa vestido de vermelho e branco, faltando apenas as renas, porque a motivação de um Natal passado na Atalaia é sempre diferente daqueles passados entre a Fóia e a Picota, e assim as renas não entram no esforço motivacional de mais uma noite teatral!
Mas, os meus Pais nunca me deixaram ficar mal, e retenho na memória excelentes presentes descobertos na manhã seguinte à visita de Jesus, e o Natal na Atalaia, só pela alegria das minhas princesas, já põe completamente num patamar inferior as noites de Natal passadas na mui digna e sempre “altaneira” Vila de Monchique.

Enfim, mais um Natal, que vale pelo sorriso das crianças, e pela companhia da família, de preferência acompanhada de perfeita saúde de todos os familiares degusta dores de mais umas boas postas do peixe pescado nos frios mares da Noruega.

Natal em Monchique também me faz recordar com alguma piada, talvez no final da década de 80, da presença de luzes de natal na antiga sede do Crédito Agrícola em Monchique, “Feliz Natal Boas Festas”, que por qualquer razão foram mantidas durante algum período nesse local, levando uma visitante inglesa a questionar um celebre Monchiquense se naquele local funcionava alguma “boite”…

Sobre as passagens de ano em Monchique muito mais havia para escrever, mas como qualquer memorável noite de “reveillon” terminava no cume mais alto a sul do Tejo, proponho que aproveitando os espectáculos de fogo de artificio nos diversos locais do litoral algarvio (desde que os “budgets” ainda estejam disponíveis numa fase ainda longínqua de actos eleitorais autárquicos), se organize uma mega passagem de ano no cimo da Fóia, com uma enorme fogueira, actuações de estrelas musicais (pedindo talvez ao prof. Carlos Queiroz que solicite a presença dos “Black Eyed Peas” para uma actuação superior à provocada pelos habitantes de Chicago no programa da “Oprah”) e o sempre apetecível caldo verde na madrugada do 1º dia de 2010 a ver o nascer do sol mais bonito do mundo, adicionado com a inimitável chouriça de Monchique.

Despeço-me com os habituais votos, nesta quadra, de um feliz e santo Natal, e um próspero ano novo para todos os leitores do Jornal de Monchique (já agora, com o Benfica campeão, e Portugal, no limite, vencedor do jogo com o Brasil em Durban na África do Sul, que eu prometo deixar uma coroa de flores junto da estátua de Fernando Pessoa nesta cidade).

O Nostálico22

Antes de partir para outros assuntos, permitam-me desabafar convosco que após uma derrota do Glorioso SLB para a taça de Portugal com o Vitória de Guimarães, não será boa opção a hora escolhida para escrever este texto no Nostálico!

Assim, pelo mau humor resultante da má exibição da minha equipa, culminada com o afastamento da Taça de Portugal que obviamente agora deixará de ter interesse para mais de 2/3 da população Portuguesa, apetece-me “malhar”, como dizia o antigo ministro dos assuntos parlamentares (esse grande arauto de esquerda! Julga ele…), naquilo que para mim têm sido nos últimos tempos grandes trapalhadas à Portuguesa!

Mas por que razão um ex-comissário Europeu, ministro e deputado resolve dar a sua “cara” na lista do PSD para as últimas eleições legislativas, renunciando depois ao lugar de deputado por causa de…
…nada!
Agora, cada vez que olho para um pinheiro, como muitos que felizmente ainda perduram no nosso concelho, lembro-me da…
…música dos INXS, “Devil’s Inside”!

Recordo-me dos tempos áureos do Jornal “O Independente”, em que cada edição descobria a “careca” a tantos notáveis da vida politica e social Portuguesa. Imagino a dificuldade deste Jornal em escolher hoje os melhores títulos, caso ainda existisse, com o corrupio de notícias relacionadas com a Face Oculta, BPN, contratos de concessão de auto estradas, contentores de Alcântara, o período de reflexão do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, Freeport, etc.
Fico satisfeito pela designada “Geração Rasca” do final dos anos “80”, inícios de “90”, no período da PGA, ser hoje a geração protagonista da viragem (acredito eu!) em relação à forma como as instituições eram e são agora geridas, pela falta de bom senso antes existente na diferença que era aplicada entre o que se “fazia” da porta para dentro, e aquilo que se “fazia” da porta para fora!
Permitam-me desabafar que o final da década de 80, devido a um processo ligado à produção de notas falsas, mostrou uma vila de Monchique mais próxima de um episódio do saudoso “Zé Gato”, levando-me inclusivamente a faltar a algumas aulas com o objectivo de assistir ao julgamento, na também saudosa Casa do Povo (que há anos sem fio pede uma remodelação tão desejada, e tão necessária!).

O que hoje se discute e se sabe sobre o caso “face oculta” faz-me lembrar, com as devidas diferenças, o caso “apito dourado”!
E porquê?
Não, não tem a ver com as já famosas ligações entre o mundo da politica e do futebol, com os “fabulásticos” resultados que todos nós conhecemos…
Apenas faço esta comparação pela forma como as escutas telefónicas são tratadas!
Se no caso do futebol existem escutas que provam actos de corrupção activa e passiva do presidente do clube da cidade do Porto e seus “fiéis” aliados, e que incrivelmente não foram utilizadas como prova. Na “Face Oculta”, discute-se a destruição ou não das escutas telefónicas que podem ou não comprometer os altos dignitários da Nação.
Sem querer, volto a lembrar-me do resultado do Glorioso na Taça de Portugal com os “Afonsinhos do Condado”, como também do próximo derby lisboeta com o clube do Lumiar, esperando que se possa contrariar a história do mais fraco vencer o mais forte!
Curiosamente nos últimos dias encontro de manhã, numa pastelaria próxima da minha residência, os jogadores do Sporting, João Moutinho, Helder Postiga e Tiago, antes dos treinos matinais, com um novo “ar” que me deixa preocupado. Decerto nada será, porque também estamos a falar do grande Pescadores da Costa da Caparica, e não do “fraquito” Bayern de Munique…

Por falar em futebol, nada como terminar com os merecidos parabéns ao Grande Juventude Desportiva Monchiquense, que completou mais um ano no passado dia 14 de Novembro, e desejos para que Portugal não seja “obrigado” a jogar em Joanesburgo e/ou Pretória. Nada mais me resta, senão esperar pelo sorteio no próximo dia 4 de Dezembro.
Da década de 80, só mesmo as notas falsas, mas ainda assim despeço-me a 80km/hora…