sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Nostálico52


Já falei numa anterior edição sobre as nossas “montanhas”, Fóia e Picota, mas devido a uma “aventura na serra da Arrábida”, resolvi voltar ao tema.



Subir ao ponto mais alto da serra da Arrábida, Formosinho, pela encosta norte, é uma pequena aventura que recomendo a todos os que gostam de natureza e de apreciar boas paisagens, como aquela que se vê do alto do Formosinho.

A descida pela encosta sul, a caminho do Portinho da Arrábida culmina um dia bem passado que me fez recordar as imensas vezes que em conjunto com alguns amigos, ou integrado em patrulhas dos escuteiros, subi às nossas montanhas, Fóia e Picota.

Aliás, a paisagem das nossas serras nada fica a dever àquela que se vê da Arrábida, e pena é que não possam ser aproveitadas melhor as valências da Picota, pela fraca acessibilidade que todos conhecemos.

Ora, aqui está uma oportunidade para a “Energia de Monchique”! Explorar as valências da Picota, de onde se pode ver uma paisagem impossível de apreciar do alto da Fóia, o litoral algarvio até à ria de Faro…

Não é com certeza uma prioridade, face ao período difícil que o país atravessa, mas que todos os “Felspatos” deste Portugal não impeçam as potenciais ideias empreendedoras que um dia possam tirar aproveitamento do 2ºponto mais alto do concelho de Monchique e do Algarve!



Sobre o desempenho dos nossos políticos, nem merece a pena comentários, porque nos últimos tempos têm sido tão “rascas”, vindos de todos os quadrantes, que basta recordar como é possível um ex-ministro vir defender a construção do túnel do Marão (só falta mesmo insistir no aeroporto e no TGV! Mais um que veio de Marte…), o nosso 1º a afirmar o desemprego como uma oportunidade (como dizia o outro, “Não havia necessidade!”), um ministro a falar do desemprego como o “coiso”, um ex-presidente da república a defender que se rasgue o acordo de entendimento da troika (E como faziam os pagamentos da sua reforma no mês seguinte, Sr. Amigo de altas velocidades na A8?), o mesmo que não participou nas comemorações do 25 de Abril (por mim, faltando às suas responsabilidades, devia ser-lhe retirado qualquer beneficio estatal ainda em vigor!), o nosso ex-1º a ameaçar processar quem utilize o seu nome (quem é o Pinóquio?), mesmo que seja escrito em francês, e publicado no “Le Figaro”, e por último as aventuras do Relvas na comunicação social…

Enfim, está difícil encontrar a cura! Porque do lado da extrema-esquerda e dos bolcheviques é o circo habitual que poucos ainda levam a sério!

Começo a pensar que a “cura” de um certo “Rio” levada a cabo no Porto (a que não escapou o Ex arguido do apito dourado, esse presidente do clube corrupto do bairro das Antas), faria falta a Portugal.



De futebol, não posso deixar de apresentar a minha singela homenagem ao Sr. Manolo Vidal, com quem aprendi mais de futebol durante um almoço, do que em muitos anos de leitura de jornais desportivos e acompanhamento do nosso campeonato. Pena foi o seu clube não ter dado a merecida prenda com a conquista da taça de Portugal, mas, como dizia o Sá Pinto, as finais são para ganhar! Algo que a briosa apreendeu, e bem!

A nossa selecção está a caminho do Euro2012, e eu e os meus amigos lá estaremos, como vem sucedendo desde 1996. Espero não ficar com má impressão de Lviv depois dos jogos contra a Alemanha e Dinamarca…Força Portugal!


Despeço-me a 80km/hora, desejando a todos melhores dias, que uns minutos a apreciar as paisagens das nossas serras podem atenuar os maus dias que todos vivemos…

O Nostálico51


Se na última edição o “Nostálico” completou cinquenta edições, o autor deste espaço aproxima-se vertiginosamente dos “entas”…



No início dos anos 80, numa “Mort d’Porc”, ouvia com atenção o meu tio Chico a comentar com o meu Pai que os problemas começavam com os “entas”, pois desde os quarenta anos aos noventa anos nunca mais apareceriam os “intes” e os “intas”. Para terminarem os “entas”, só mesmo aos Cem anos!

Como uma grande parte da minha geração de Monchique já se encontra neste honorável clube, e outros estarão no seu encalce, como eu próprio, deixo-vos uma mensagem encorajadora de que a segunda metade desta vida seja ainda melhor do que a 1ª.



O Jornal “Expresso” em parceria com algumas empresas Nacionais deu início a um programa denominado “Energia de Portugal”, tendo seleccionado 200 candidatos a nível Nacional com o intuito de fomentar o empreendedorismo e a internacionalização de ideias Portuguesas.

Integro este projecto devido à ideia/proposta de internacionalizar a aguardente de medronho, fazendo da nossa bebida a “Cachaça”, o “Whisky” ou o “Vodka” Português, dado que não temos nenhuma bebida, denominada “branca”, no mercado internacional.

Mas, escrevo estas linhas porque de imediato lembrei-me que faria todo o sentido lançar um programa idêntico, à escala local, designado por “Energia de Monchique”, que podia também funcionar aos sábados, com o apoio de potenciais investidores, abrindo a porta não só aos locais com ideias, muitas delas à espera de uma oportunidade para saírem das gavetas, mas também a todos aqueles que apresentassem ideias que permitissem a criação de “start-ups” no concelho de Monchique, a nível de produto (como é o exemplo da aguardente de medronho), de serviços e mobilidade, e porque não ao nível de consultoria.

Seria decerto um programa original que talvez muitos dos ideólogos do programa-mãe a nível Nacional apoiariam de imediato, podendo potenciar a marca “Monchique” recentemente criada.

Depois de atingir as cinquenta edições do Nostálico, com muitas histórias e lembranças do passado em Monchique, e também pela futura nova condição de entrada no “clube dos entas”, nada como fazer deste espaço, a partir desta edição, um veículo impulsionador de ideias para a nossa terra.



Obviamente que não poderá ser escamoteada a possibilidade do comentário actual e futebolístico, porque do mesmo todos “bebemos”…

E, por falar em futebol, não podia deixar de fazer uma referência a um comentário de um adepto do clube do bairro das Antas em relação ao caso “Pereira Cristóvão”, que teve a dignidade de escrever o seguinte:

“Se as escutas do apito dourado não serviram de prova, evitando a condenação do Clube do Porto, então as mesmas também não devem servir de prova para condenar o Sporting de Alvalade!”

E mais não digo…

Apenas desejo a melhor sorte ao Sporting na Liga Europa.


Despeço-me “energicamente” aos necessários km/h rumo ao sucesso das boas ideias para tirar este Pais, e em concreto a nossa terra do rumo que levaram nos últimos anos.

O Nostálico50


Muitos parabéns ao “O Nostálico” pelo seu 50º aniversário!

Quem diria que um jornal de escola datado de 1987, publicado no JM vinte anos depois daria origem a este espaço?

Quase cinco anos de histórias dos anos 80/90 em Monchique, não esquecendo a referência sempre obrigatória ao futebol nacional, e ainda actualidade política e social.



Nas anteriores edições (49), iniciadas em finais de 2007 com a publicação do “O Nostálico1”, passaram as lembranças e locais “míticos” de Monchique nas décadas de 70/80/90, as sete maravilhas de Monchique, os mais famosos acepipes monchiquenses, referendos locais, claque do JDM, ribeira do Ambrósio, a proposta de geminação com Mossoró, o “anjos e demónios” de Dan Brown em Monchique, episódios da reconquista cristã, a “guerra” norte sul de Monchique, a escola de São Roque, as Caldas de Monchique, a “route” de sabóia, o “esmiuçar dos sufrágios” e as campanhas eleitorais dos anos 80, aventura no rio arade, vice-campeões juniores de 88/89, o Carioca, o Barlefante e o Travessa, a rádio Picota e a rádio Fóia, O Cantareira nos torneios de verão, os escuteiros na expo92 de Sevilha, a águia de Bonelli e o escalavardo, e uma série de outras tantas histórias que serviram para preencher este espaço.



Quando foi iniciado este espaço, não imaginava que passados cinco anos fosse possível estarmos mergulhados nesta enorme crise, que Monchique mudasse de executivo nas últimas eleições autárquicas, que o convento ainda esteja como estava desde que o conhecemos, que o glorioso SLB não tivesse sido campeão em todos esses anos, que a nossa selecção não tenha feito melhor figura na África do Sul e que se pensasse em retirar o tribunal de Monchique.



Como estará o mundo, Portugal e Monchique daqui a mais cinquenta edições de “O Nostálico”?

Não é fácil prever como será, mas é muito fácil saber como gostaríamos que estivesse…

No mundo, e à boa maneira das miss universo, que terminassem as guerras e a fome, que fosse descoberta a cura para o cancro e para tantas outras doenças e que se estudasse a crise actual como uma referência histórica. Em Portugal, a classe média voltaria a ter condições para viver sem constrangimentos, o Estado não teria necessidade de intervir na economia, os produtos e empresas Portuguesas ganhariam um reconhecimento sem igual em todo o mundo, o glorioso SLB tornar-se-ia o maior clube do mundo, em sócios (como já sucede) e em títulos, fruto das três ligas dos campeões consecutivas e a selecção Portuguesa seria campeã do mundo no Brasil em 2014, revalidando o título europeu em França no ano de 2016!

Em Monchique, verificar-se-ia o título de concelho mais jovem de Portugal, a descoberta de feldspato, ouro e outros minérios importantes na foz do vale e na altura das corchas, a feira dos enchidos, realizada no recente pavilhão multiusos, seria designada como um dos certames mais importantes e reconhecidos a nível europeu e o convento, inserido num dos mais conceituados grupos turísticos mundiais, seria procurado por inúmeros turistas, como monumento e como pousada.

Não sendo possível reconverter o convento, ao menos que Portugal seja campeão do mundo no Brasil…

Como dizia o poeta: “O sonho comanda a vida!”


Despeço-me a 50Km/hora, agradecendo aos leitores deste espaço e do JM, e em particular aos meus amigos que se tornaram nos mais fiéis críticos deste espaço, sendo eles contudo sempre parte presente destas “nostalgias”.

O Nostálico49


Nesta edição do Nostálico que antecede a sua 50ªedição, apareceu a chamada “branca”…



Sobre futebol, recuso-me a falar antes da visita dos visigodos do norte à Catedral da Luz para o jogo que deverá definir o campeão desta época.

Depois da visita do vizinho Botafogo, desculpem, Sporting, ao reduto das águias, esperemos para ver no que se irão tornar os descendentes dos Andrades!



Também não merece a pena falar das últimas da política Nacional, porque não merece mesmo.



Sobre Monchique, o regozijo da possibilidade da população continuar a viver o carnaval e a natural ansiedade pela proximidade de mais uma feira dos enchidos.

Depois de nas últimas semanas ter lido algo sobre o nosso convento, imaginei o porquê da chamada do seu fundador para a India, para onde foi, presume-se, algo contrariado, e julguei que dai podia sair um excelente best-seller à volta de uma paixão imensa, que podia envolver as influências da corte para afastar o herói “Pero da Silva” da sua amada.

No entanto, até sobre este tema, perdi a vontade de escrever algo, dada a alcunha do presumível herói, o “mole”!



Assim, e voltando às memórias de uma infância e uma adolescência bem vividas na “mui nobre” vila de Monchique, cumulativamente com a pré-situação de “bullying” quase existente do nosso presidente da república na escola António Arroyo (talvez a sua ausência se devesse a atrasos na fila para o subsidio social de inserção), e também com as memórias do cromo do Nuno Markl na rádio comercial, que lembrou-se da designada “turma do Sérgio” que espalhava o “terror” pelos restantes meninos da sua escola, lembrei-me da famosa “BRIGADA BANZÉ”!

Em meados da década de 80 surgiu no antigo ciclo preparatório de Monchique, no antigo largo da feira em frente ao mirante, esta famosa brigada constituída por excelentes amigos, como o José Carlos, o Sílvio, o José Manuel e mais alguns de quem infelizmente só consigo recordar-me das alcunhas. E, se existia objectivo comum nos alunos mais novos da referida escola, era sem dúvida alguma “cair na graça” desta brigada!

Pois, ainda bem que o pequeno Bertinho Sério caiu na graça deste grupo, constituído por grandes amigos. Mas, era de facto cómico verificar o peso e a influência desta brigada no recreio e nos corredores da escola.

Eles eram os verdadeiros “Sopranos” da escola!


Despeço-me ao ritmo do samba, desejando a todos um excelente concerto de Lucas & Mateus na feira dos enchidos deste ano.

O Nostálico48


Segundo os chineses, 2012 é o ano do dragão!

Em Portugal, esperemos que não seja o ano do trambolhão, nem do tripeiro (por analogia ao dragão) …

Com trambolhão ou não, que em Portugal o dragão não passe, como sempre, de uma mitologia, e que a Águia volte a reinar.

Nos anos 80, em Monchique, da china importava-se a serie televisiva “Jovens Heróis de Shaolin” porque do extremo oriente apenas chegavam notícias do vizinho japão, dos carros em miniatura vendidos na feira de Outubro, produzidos em Taiwan, e ainda as telenovelas à volta dos amigos de um ex-presidente da república em Macau.



Hoje, já existem lojas de chineses em Monchique (mas, que eu tenha conhecimento, ainda não existem lojas maçónicas), e uma das principais empresas Portuguesas vai “exigir” ao Catroga e Cardona que aprendam mandarim! Pelo menos, deviam!

Portugal descobriu o caminho marítimo para a Índia, descobriu o Brasil e explorou a costa chinesa, mantendo Macau até ao final do século passado mas, actualmente faz parte do grupo dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) e os referidos países fazem o mundo girar à sua volta, sendo designados pelo BRIC (o petróleo da Rússia também faz parte do grupo). Apenas uma palavra, resignação!

Se na África do Sul, um emigrante Português tornou o frango assado conhecido mundialmente, com a sua cadeia de restaurantes “Nando’s”, porque razão se ridiculariza a proposta do luso-canadiano Álvaro para a exportação de pastéis de nata?

Diria mais, exporte-se o pastel de nata, o pastel de bacalhau, a francesinha, o pão-de-ló de Ovar, vinhos de diferentes regiões ou, para exportação, vinho da “região” Portugal, o queijo da serra e da ilha, fortaleça-se os lobbies da cortiça e azeite Português, e quiçá uma rede de franchising da sardinha assada (no pão!), com salada à algarvia e batata cozida. Porque não? Tão fácil quanto transferir-se dinheiro para a Holanda e/ou paraísos fiscais nas Caraíbas, ou não?

Por vezes, são importantes as “barracadas” dos Álvaros para perdermos os nossos complexos de povo dominante no mundo há mais de 5 séculos atrás, e pensarmos que exemplos ridículos (julgamos nós!), como o dos pastéis de nata, podem ser um “abrolhos” para ajudar este país a sair do poço sem fundo em que mergulhou pela incompetência de todos os políticos que o têm governado nos últimos 35 anos.

Aliás, aproveitando a deixa dos políticos, não consigo compreender o último acordo de concertação social! Era importante? Era, até porque o acordo com a troika assinado pelo governo de José Socrates assim o exigia.

Mas, à boa maneira Portuguesa, nunca vamos ao “fundo da questão”! Obviamente que os trabalhadores Portugueses saiem bastante lesados deste acordo, que infelizmente não distingue os produtivos dos não-produtivos, nem distingue quem não falta ao serviço. Também se fazem acordos onde uma das partes, os patrões, não se compromete a rigorosamente nada! Se este acordo prevê o aumento da produtividade e da competitividade, não se encontram objectivos para esse fim.

E, assim, continuam uma boa parte das empresas Portuguesa a serem geridas de uma forma ridícula e pouco profissional podendo se designar o nosso modelo empresarial de monárquico… (obviamente que existem bons exemplos, como a Sicasal, mas infelizmente, escasseiam!)



Será que é tão difícil olhar para o modelo das multinacionais que operam em Portugal?

Um modelo que deveria ser imediatamente aplicado aos gestores públicos e aos “competentes” autarcas de Portugal! Enfim, continua-se a fazer orçamentos para preencher papel…



Voltando ao exemplo do Álvaro, sonho e anseio pelo dia em que possa ser encontrado numa qualquer superfície comercial das grandes cidades em Portugal um espaço idêntico ao que foi excelentemente dinamizado no largo dos chorões para a nossa aguardente e para o nosso mel, assim como para os enchidos de Monchique e doces locais.

Com o pastel de nata, nada como propor ao Álvaro que leve também a Arrufada de Monchique.


Despeço-me a 80km/hora e a pedido do conselho de supervisão da eléctrica Nacional, , ou seja, adeus em chinês!

O Nostálico47


Nos anos 80, em Monchique, existiram “ex-libris” únicos que nos fazem recordar a todos, principalmente aos monchiquenses nascidos nas décadas de 60 e 70, momentos inesquecíveis.

Já tive oportunidade de recordar neste espaço o “Café Carioca”, a “bomba da Mobil”, o “lagar” de azeite e a mercearia da “D. Libanita” no Largo dos Chorões, a loja do “Avelarinho”, a loja do “Sr. Messias”, o salão de jogos do “Sr. José de Ferro”, os restaurantes na Fóia do frango assado (à data, muito mais reconhecidos do que o inexistente “frango da Guia”), entre muitos outros.

Mas, hoje ao ouvir de manhã um dos cromos do Nuno Markl na Rádio Comercial sobre a Rodoviária Nacional, pensei que os “alfacinhas” podem ter a memória da RN, mas nós, de Monchique, tivemos a “nossa Castelo & Caçorino”!



As melhores memórias sobre os autocarros (ou melhor, “camionetas da carreira”) da “Castelo & Caçorino”, levam-me aos anos de 1987, 1988 e 1989, exactamente os anos em que, salvo alguma “bendita boleia”, transportavam-me a mim e restantes alunos de Monchique que frequentavam a Escola Manuel Teixeira Gomes e o antigo Liceu, em Portimão. Uma viagem que durava cerca de 45 minutos, parando em todas as “capelinhas”, inclusivamente com o desvio pelas Caldas de Monchique.

De manhã, habitualmente, saíam dois autocarros do Largo dos Chorões, e eu preferia deslocar-me para a paragem no Pé da Cruz, devido à possibilidade de ser um dos primeiros passageiros do famoso “desdobramento”, porque caso decidisse deslocar-me para a paragem em frente ao posto da GNR, correria o “risco” de ouvir a famosa frase do “revisor”: “O desdobramento não sai hoje!”. Mentirinha…

E, embora à data não fossem nada apelativas aquelas viagens de manhã e à tarde entre Monchique e Portimão, naquelas velhinhas “camionetas da carreira”, hoje em dia decerto todos recordam divertidos e inesquecíveis momentos vividos durante essas viagens.

Mais tarde, durante o período universitário, utilizei várias vezes a “carreira” para Sabóia, deslocando-me depois no comboio para o Barreiro, evitando as viagens “enjoativas” nos autocarros da Renex, Caima e Mundial Turismo, os famosos “Expressos” para Lisboa que me fizeram, ainda hoje, evitar comer a também famosa “sandes de carne assada”, e beber uma garrafa de Sumol, da Mimosa.

Por isso, Nuno Markl guarda as tuas memórias sobre a Rodoviária Nacional e sobre a Carris, porque a “nossa Castela” venceria aos pontos…



Falando do desporto rei (que perdeu o jogador Sócrates, capitão da selecção do Brasil de 1982, sem dúvida, a equipa com o futebol jogado que mais gostei até hoje), no “fogo” da Luz, como alguns amigos sempre dizem, venceu o Benfica, embora o Sporting jogue melhor! Conversas.

O clube das Antas nunca mais poderá ouvir falar de concertos no “Zenit” de Paris, e a nossa Selecção “apanhou” com os tubarões Alemanha e Holanda para o Europeu do próximo ano na Polónia/Ucrânia.

O estudante de filosofia em Paris devia, ao contrário dos jogadores do clube das Antas, deslocar-se mais vezes ao “Zenit”, evitando assim ter tempo disponível para dizer disparates. Além de criar mais embaraços ao “Tó Seguro” do que ao “Pedrito de Massamá”!

Também poderemos ter de brevemente voltar ao Escudo, e se um jornal deixava a ideia de colocar na face de uma das novas notas, José Mourinho, eu preferia ver nessas notas Nuno Álvares Pereira, D. João II, D. João IV, Afonso de Albuquerque e outros heróis Nacionais que devem dar “lá em cima” voltas e mais voltas pelas barbaridades que todos os políticos têm feito a este “jardim à beira-mar plantado”…



Aproximando-se a quadra festiva do Natal, não poderia deixar fugir a oportunidade de desejar a todos os leitores do Nostálico e do Jornal de Monchique um óptimo Natal (desta vez sem pontes, mas com portagens…), e os votos de um ano de 2012 melhor, ou no limite, melhor do que se prevê!
Despeço-me até para o ano, à velocidade do trenó do Pai Natal, que sairá mais cedo este ano, para evitar as filas de trânsito nas estradas Nacionais (também ele poupa nas portagens) …

O Nostálico46


Nas férias grandes de 1985, discutíamos no largo dos chorões, eu e um conjunto de amigos de Monchique, como o Luis Pedro, o Pedro Sal e o Rui Nunes, que grupos de música eram os nossos preferidos.

Mal sabia eu que estes amigos tinham recebido umas “lições” do sempre bem informado Rui Vicente, que tinha a tendência de trazer para Monchique algumas novidades e vocabulário bem diferente do que nós estávamos habituados à época.

É impossível esquecer o famoso “Eh! Dieb!” do mesmo amigo que através do seu “sociosunited” publicou, ainda este ano, o filme do encontro da geração de 70 no “Youtube”, realizado em Agosto último.

Mas, voltando à discussão sobre grupos musicais, depois da minha resposta com Dire Straits, U2 e Alphaville, o referido grupo, “educado” pelo Sr. Vicente, responde com Megadeth, Iron Maiden e Scorpions!

Para não passar uma pequena vergonha, respondi que já tinha ouvido falar desses grupos, tendo inclusivamente a intenção de comprar um disco LP de algum deles.

E assim foi, numa deslocação a Portimão, numa “visita” à “amarelo&preto”, adquiri o álbum duplo ao vivo dos Scorpions, e o álbum “powerslave” dos Iron Maiden.

Talvez tenha ouvido ½ dúzia de vezes o último (tanto barulho!), mas fiquei fan do disco dos Scorpions, porque, na minha opinião, não existiam à data tantas baladas de qualidade como aquelas que este grupo alemão apresentava no seu LP ao vivo.

Mais tarde, e devido ao “apoio” do grande amigo Paulo Baganha, passei a gostar de ouvir The Smiths, conseguindo assim, desta forma, deixar alguns dos referidos amigos a pensar como responder aos meus novos gostos musicais…



Esta introdução serve apenas para fazer valer a motivação do nascimento deste espaço, que por vezes trás à memória dos “geracionistas” de 70, principalmente, alguns momentos e curiosidades vividas em Monchique nos saudosos anos 80.

Mas, também serve para partilhar convosco o espectacular concerto ao vivo produzido pelos Scorpions no início deste mês, no pavilhão atlântico. Era inevitável a recordação de inúmeras festas e matines de Monchique realizadas no final dos anos 80, quando um dos momentos altos era a “passagem” das baladas dos germânicos Scorpions, e o chamar a “próxima” para mais um conjunto de “slows”!



Pela decisão tomada de assistir ao concerto dos Scorpions, não assisti, pela televisão ao 1º jogo de Portugal contra a Bósnia, mas ainda deu tempo para “tirar a barriga de misérias”, na 3ªfeira seguinte, quando no palco da Luz, o “onze da tranquilidade” passou com distinção, e fará parte do conjunto das melhores equipas da Europa a disputar o próximo campeonato europeu em terras Polacas e Ucranianas! Força Portugal (valha-nos o futebol, fado e praia…).



Estou preocupado com o jogo do próximo fim-de-semana entre o maior clube de Portugal e o maior clube do Lumiar, principalmente pela possibilidade de um leãozinho dentro de uma jaula conseguir se transformar num lobisomem, ou sabe-se lá mais o quê!

Não posso deixar passar a oportunidade de endereçar os meus parabéns à Académica pelo jogo que lhe permitiu passar à próxima ronda da taça de Portugal mas, foi estranho, dado que pareceu ter jogado apenas uma equipa! Terá sido falta de comparência da equipa das Antas, talvez ainda a comemorar mais um aniversário do seu Estádio Bruce Lee…

Para quando a noticia de algum estádio na china com o nome, por exemplo, de Estádio do Bimbo ou Estádio do Tripeiro?


E como cantam, ou cantaram, os Scorpions, aproveitando para me despedir a 100 “metal” à hora: “Let me take you far away…”

O Nostálico45


Uma rádio Portuguesa dedica diariamente, no período da manhã, uma música a uma parte de um discurso do actual Presidente da Republica, sobre:

“O que é necessário fazer para nascerem mais crianças em Portugal?”



Para a sustentação do Estado social, cada vez mais desequilibrado, não duvido que uma das soluções passaria por nascerem o dobro das crianças em Portugal.

Mas, também, na minha opinião, nada de importante foi realizado nos últimos anos para que tal sucedesse, e agora até se fala no encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, onde uma grande parte dos habitantes, e não só, da grande Lisboa nasceram.

No meu caso, nascido e criado até aos quatro anos no Cabeço de Ferro, na estrada do Alferce, apenas espero que aquela maravilhosa fonte nunca seja “encerrada”.



Além do desequilíbrio do Estado Social, debatemo-nos agora (e sempre…) com questões difíceis de resposta, que nem vale a pena enumerar, e ainda assim, com as respostas mais obvias e pragmáticas, nem a certeza de serem suficientes para não ser eleito, como sucedeu na Islândia, um verdadeiro palhaço para substituir um qualquer politico incompetente à frente de um governo, câmara municipal ou empresa pública.

Existem tantas questões agora debatidas que todos tinham resposta há muitos anos, como o fácil acesso ao crédito para se comprar tudo e mais alguma coisa, a desertificação do interior, a continua dependência de produtos vindos do exterior, a facilidade na obtenção de subsídios para…, enfim, apenas colhemos, todos nós, aquilo que andamos a “plantar” ao longo dos últimos anos.

Não consigo é aceitar que tanto aperto seja agora exigido a quem menos culpa teve de tanta asneira, principalmente cometida por quem nos governou nos últimos 25 anos, e nada me chateia meia-hora diária a mais de trabalho por mês, nem a justa divisão das taxas por quem utiliza os serviços públicos, mas quando se procede “cegamente” à diminuição da “carteira” de cada um de nós, ainda que muito bem explicado, e sempre realizado de uma forma equitativa, deixa-me, como dizia um célebre 1ºministro do período do PREC: “Fico chateado!”



Longe vão os tempos em que corriam à velocidade luz subsídios da então CEE para o nosso Pais, contemplando inúmeros cursos de formação que diga-se de verdade, pouco contribuíram para o desenvolvimento de Portugal.

No final dos anos 80, início dos anos 90, alguns desses cursos foram ministrados em Monchique, e acredito que muitos deles foram importantes, por estarem relacionados com actividades desenvolvidas no concelho, outros talvez não!

Não posso esquecer o único curso de formação profissional de contabilidade agrícola, realizado na “cooperativa agrícola de Monchique”, ao Pé da Cruz.

Foi um período onde todos os formandos aprenderam coisas novas e onde pela 1ªvez foi utilizado o conceito de sessões gravadas (e que piada teria agora o acesso a essas cassetes VHS).



Para terminar, os votos que a Selecção Nacional do Paulo Bento possa derrotar, uma vez mais, a Bósnia na Catedral da Luz, e que os “verdinhos” de Alvalade não percam a embalagem antes do jogo com o Glorioso SLB no final de Novembro, para que finalmente se possa verificar a disputa de um campeonato entre duas equipas com expressão Nacional.


Despeço-me ao sabor de uma folha a cair, agora que o Outono finalmente chegou…

O Nostálico44


Mais um ano lectivo escolar que se inicia, com as minhas filhas mais novas a fazerem de “caloiras” no 1ºano de escolaridade, e a mais velha, já fazendo papel de “veterana”, no “seu 4ºano”, a servir de anfitriã para as suas irmãs, mostrando todos os cantos da sua escola.

Volto a recordar-me do 1º dia de aulas na escola de São Roque, da ansiedade desse dia, e da famosa imagem de um nº elevado de mães levando os seus filhos pela mão na subida de São Roque, e de olhar para todas aquelas crianças, hoje em dia muitas delas grandes amigos (as), sem as conhecer de lado algum, parecendo que nos anos que antecederam a antiga 1ªclasse, tinha sido uma espécie de isolamento em relação a todas aquelas crianças, excepto as que viviam na mesma rua…



Esse “isolamento”, hoje praticamente inexistente, com a expansão das creches e da sua importância para a preparação das crianças na caminhada escolar, que apenas deve ficar concluída, no limite, com o 12º ano.

Além disso, existem os ATL e CAF, que funcionam como um bom complemento para os períodos escolares obrigatórios.



Em Monchique, no final dos anos 70, inicio dos anos 80, não existiam ATL e/ou CAF, mas existiam as “famosas” “escolas de paga”…

E estas “escolas de paga” serviam exactamente como um bom complemento para as matérias que estudávamos nas escolas de São Roque e de São Pedro.

Recordo-me de passar alguns desses tempos livres num desses espaços situados no Bairro Mariano com a D. Maria Amélia, onde chegamos a estar dezenas de crianças que não necessitavam de “PlayStation” ou “Nintendo” para passar bons períodos de brincadeira, quando não estavam a fazer cópias ou contas de somar e subtrair, e também de ter aprendido bastante com os “ditados” da D. Guilhermina, num espaço junto ao “Castelo”, que tinha ainda o interesse adicional de no final desses períodos, degustar de um espectacular gelado caseiro fabricado pela própria “professora”.



Para finalizar, não podia deixar de comentar que o Jardim da Madeira afinal tinha “flores” a mais, pelos vistos com algumas que podemos identificar como “escondidas”, que liberalizar as leis do trabalho podem fazer sentido na teoria, mas tal como a utopia do comunismo, podem criar grandes injustiças e aproveitamento excessivo de quem passa a ficar com “a faca e o queijo na mão” (o ataque à redução da despesa pública tem de ser efectivo, real e quantificável, além da forçosa aplicação de medidas de estimulação da economia! E se é necessário motivar e colocar os trabalhadores ao lado das empresas, porque não afectar a eles parte dos resultados/objectivos, que esses sim podiam ser discutidos de uma forma séria antecipadamente, e não para eventualmente servirem como despedimentos facilitados?), que o glorioso SLB podia ter “esticado” um pouco mais a corda no novo estádio das Antas, e sair do Porto com uma vitória, e finalmente que este espaço onde tenho “debitado” algumas das minhas memórias da infância e adolescência, também tem sido ocupado por muitos episódios onde as pessoas são o vértice dessas referidas memórias. Muitos dos jovens residentes em Monchique nos anos 80 tinham família que passava alguns dias de férias em sua casa, especialmente no verão. Gostava bastante de contar com essas “visitas”, dado que as mesmas eram sinónimo de dias inteiros de praia, e de diversão, dentro e fora de casa.

Recordo-me com saudade de alguns desses momentos na companhia do meu tio Salgueiro, tia Odete e primos Paulo, Carla, Nini e Pedro.

Como a minha tia Odete faleceu no passado dia 15 de Setembro, também ela natural de Monchique, queria aproveitar para, com saudade, despedir-me com um até sempre Tia Odete!

O Nostálico43


Transformar algo relacionado, embora não de uma forma directa, entre mais de 40 edições deste espaço com um encontro de pessoas que, de alguma forma, tiveram relação com Monchique, principalmente durante a sua juventude, por diversos motivos, desde o nascimento, residência, escola, férias, e/ou família, é algo de extraordinário.

Obviamente que o encontro da “Geração d’Oiro” no passado dia 6 de Agosto para um jogo de futebol entre as equipas vice-campeãs e campeãs de juniores do Monchiquense nos anos de 1989 e 1990, e para um almoço “ajantarado”, nada está relacionado com este espaço, mas para mim, como devem imaginar, bastava olhar para todas as pessoas que estiveram presentes nos dois eventos, para relembrar quase de imediato episódios vividos na escola (quer primária em São Roque, quer o ciclo no Mirante, quer a C+S actual), no futebol, no escutismo, e em tudo o que todos nós daquela geração vivemos na mais bonita serra de Portugal!

Enfim, foi memorável, e não queria deixar de aproveitar neste espaço para enviar saudosos cumprimentos a todos aqueles que conviveram no referido dia 6 de Agosto, e a todos aqueles que por diversas razões não puderam estar presentes. Bastava fechar os olhos, ouvir as vozes e/ou as músicas, para perder durante alguns segundos os cabelos brancos que já residem em quase todas as cabeças desta geração.



As férias em Monchique são tão importantes para mim que se transformam no único momento do ano em que o relógio não faz falta alguma, mas infelizmente é exactamente quando o tempo passa mais depressa, e depois de terminar, parece ter ficado tanta coisa por fazer.

Este ano, por curiosidade, lembrei-me imenso de duas séries que passaram na televisão portuguesa durante a década de 80, e que também marcaram a juventude de Monchique durante esse período, o “Verão Azul” e os “Jovens Heróis de Shaolin”. Talvez por ter ouvido alguma música, ou porque qualquer uma delas me faz recordar as férias de verão escolares.

O “Verão Azul”, que era rodado em Espanha, Torremolinos, lembra a praia, as boleias no Pé da Cruz e nas Cardosas, um velho amigo que comprava carcaças, fiambre, queijo e alface num supermercado da Praia de Rocha, e depois lavava o último produto na água da praia, para fazer as suas sandes, e também as deslocações no autocarro da CMM à praia do Vau, sempre com episódios espectaculares, dignos de um bom guião para um filme de Hollywood. Obviamente, basta hoje em dia passarmos por Torremolinos para cair por terra qualquer boa imagem da referida série…

Os “Jovens Heróis de Shaolin”, que passaram na TV, durante uns meses em que alguns jovens de Monchique passavam os tempos livres a “caiar” as paredes do Convento, fazem-me lembrar os golpes que dávamos uns aos outros nessa altura, deixando alguns de nós bastante atordoados…

Depois de ter lido que o primo do ex. 1º Ministro Sócrates esteve em retiro espiritual num desses templos de Shaolin, pensei de imediato que, com alguma sorte, em pouco tempo estariam a construir outro “Freeport” algures na China…



O campeonato Nacional de futebol, ou a 1ªliga, como preferirem, já começou, com mais do mesmo, ou seja, continua o sempre seguro casamento entre o clube das Antas e a classe da arbitragem, o habitual “bom começo” do clube dos Viscondes, e a águia vitória a não acertar com o emblema do Glorioso! Só tenho receio que apenas acerte aquando da participação do meu clube no torneio abertura ou clausura na Argentina! Não consigo deixar de lamentar a ausência de Portugueses no maior e mais vitorioso clube Português de todos os tempos, aproveitando para despedir-me ao sabor do vento, uma vez que o Outono este ano parece ter chegado mais cedo.

O Nostálico42 - Homenagem ao Luis Pedro Carneiro


Esta edição do Nostálico é sem duvida aquela que mais me custa em escrever, porque se em todas as edições anteriores existiu a tentativa de relatar episódios vividos na minha juventude em Monchique, directa ou indirectamente, as mesmas também contaram, quase sempre, com a presença do meu amigo Luis Pedro Carneiro.

Mesmo parecendo ainda um pesadelo, o Luis Pedro deixou de estar fisicamente junto de todos nós no passado dia 10 de Julho, e eu não podia deixar de fazer desta edição, não uma homenagem, mas apenas o relato de um conjunto de situações/episódios que possam sustentar o formidável ser humano que o Luis Pedro era.



Neste espaço fiz alusão inúmeras vezes às matines na sociedade, pois era o Luis Pedro que as realizava no final da década de 80, inicio da década de 90. Também quem não se recorda do Luis Pedro no Videoclube, sempre disponível para nos reservar “aquele filme”?

Com o Luis Pedro, tive muito orgulho em fazer parte de um grupo de jovens que marcaram positivamente o Corpo Nacional de Escutas em Monchique, e também com ele “rivalizava” em programas da Rádio Fóia. Devo confessar que o seu “Antárctica” teria muitas mais hipóteses de sucesso no panorama radiofónico Nacional do que o “meu Floresta”.

Na escola C+S de Monchique, era ele que assumia o controlo de uma serie de eventos organizados, muitas vezes com pouco tempo disponível, durante o final de período e/ou ano lectivo. Não posso esquecer a “discussão” com o Professor Pagarete sobre uma determinada festa em que só a calma e bom senso do Luis Pedro nos permitiram viabilizá-la.

Durante aproximadamente oito anos tive o prazer de dividir com ele, e mais dois amigos (em diferentes períodos, o José Carlos Páscoa e o Luis Rosa), um apartamento em Lisboa, e se a amizade existia antes como colegas de escola em Monchique e Portimão, e parceiros de “aventuras” na adolescência Monchiquense, foi neste período que muito aprendi com o nosso amigo Luis Pedro.

Considero-me um homem feliz por ter privado com um amigo espectacular, sempre disponível e com um carácter fantástico.

Numa última viagem para o hospital, já no início de Julho, dizia-lhe no automóvel, já prestes a chegarmos ao referido destino, que estávamos próximos da Rua Nina Marques Pereira, e ele respondeu-me para não lhe lembrar bons tempos…

Sim, de facto, foram excelentes tempos, em que muitas vezes conseguimos reunir dezenas de pessoas num apartamento reduzido para festejar…qualquer coisa! As longas noites de estudo, e as idas à padaria para comprar umas bolas de Berlim ainda quentes, e as entradas imediatas, fruto da sua forma de estar, que parecia conhecer toda a gente, à porta do Indochina, e ainda as noites de festa no “seu” ISG, são inesquecíveis.

Recordo também um conjunto de bons concertos ao vivo a que assistimos, principalmente aquele da sua preferência, dos Pink Floyd em Alvalade, na companhia do Rui Patrício.

Desde 2001 que éramos vizinhos na Atalaia, e escusado será dizer que a partir de agora, não será a mesma coisa! Li algures um seu amigo escrever no “Facebook” que não devíamos adiar um “cafezinho”! Pois, beber um cafezinho na Atalaia, não terá a mesma piada…



Não pretendo falar neste espaço na forma nobre e determinada como ele lutou contra o “bicho”, como o actor António Feio designou, nem louvar a forma inexcedível como a sua esposa Carla lutou junto dele para levar de vencido o já referido “bicho”, mas não posso deixar de fazer referência ao que o Luis Pedro representou na sua vida profissional.

Na área da multimédia, o Luis Pedro foi um dos pioneiros em Portugal, e eu recordo-me bem disso ainda no final da década de 90, enquanto colaborador da “Radical Media”, desenvolvendo o seu potencial mais tarde na empresa “Seara”. Não sou eu que o digo, mas sim os seus ex-colegas e ou ex-colaboradores nesta área. Por aquilo que o Luis Pedro representou, e pelo impulso que deu nesta área, e ainda pela sua sempre estreita ligação a Monchique, ainda hoje ao passar junto de um espaço da nossa terra, pensei para mim, que bem ficava o nome do Luis Pedro Carneiro ao lado do Espaço Internet de Monchique. No que depender de mim, julgo fazer todo o sentido!

Dedico este pequeno texto à sua filha Beatriz, à sua esposa Carla, aos seus Pais e Irmã e restante família, porque…sim.

Tal como na noite do seu velório sugerimos que ficasse escrito na coroa de flores do CNE, despeço-me dizendo ao meu amigo Luis Pedro que: “O nosso raide ainda não terminou…”. Até sempre amigo!

O Nostálico41


Num período onde se fala na “troika”, no novo governo (gostei da escolha dos ministros, não gostei tanto dos secretários de Estado), nos novos “assessores” e na pré-época dos principais clubes Portugueses (falo obviamente no Benfica e nos clubes no exterior com treinadores e jogadores Portugueses), e porque não do nosso Monchiquense (Agora com um novo treinador com experiência num clube campeão…de Basquetebol! Mas, será sempre um bom pronuncio, até porque uma antiga “glória do clube”, conforme o designou um jornal regional, o meu amigo João Patrício, não deixará de dar o seu contributo para que o sucesso seja uma realidade), apetece-me mais exaltar o espírito dos santos populares, olhar para a frente com optimismo, “saltar a fogueira”, e acreditar que os “assessores” deste País possam colmatar as habituais lacunas de quem governa instituições e empresas deste País…

Não posso deixar de voltar a insistir na minha convicção de que existem bons colaboradores, mas de “cima” por vezes não vem a necessária colaboração para que a “fogueira” pareça mais baixa do que realmente é.



Assim, e como numa edição anterior já tinha feito referência às antigas marchas populares e fogueiras realizadas em Monchique durante a década de 80, com um cheiro fenomenal a “jóina” e a alecrim, resolvi partilhar convosco a minha versão Monchiquense (desculpem, mas não gosto do termo “Monchiqueiro”) do “Cheira bem, cheira a Lisboa”:



“Monchique já tem termas mas cheira a serra,

Quando cai a noite sorrateira

E a lua aparece no céu da terra

No largo ouve-se o som da ribeira.



Se chove, cheira a terra prometida,

Procissões têm cheiro a flores.

Na “venda” da travessa mais escondida,

Cheira a aguardente que faz calores.



Refrão

Um eucalipto numa curva apertada,

Cheira bem, cheira a Monchique!

Uma camélia a florir na escada,

Cheira bem, cheira a Monchique!

A Picota que se ergue a pique,

O peixeiro que teima em passar,

Cheira bem porque cheira a Monchique,

Monchique tem cheiro de serra e de mar!



Monchique cheira às águas das ribeiras,

E a Portela vem sempre à janela,

Cheira a enchidos e presunto nas feiras,

Cheira a feijão e a grão na panela.

Na Fóia tem o cheiro do paraíso,

A Magnólia tem o cheiro de cantigas,

E os rapazes perdem o juízo

Quando lhes dá o cheiro a raparigas.”



Santo António já se acabou, o São Pedro está-se a acabar e antes que o São João salte a fogueira e se queime, despeço-me a 80 à hora já com o ar condicionado ligado…

O Nostálico40


Hoje vi um “cartoon” espectacular, onde estavam dois homens pendurados num andaime a colocar tijolos numa obra, com o seguinte título: “Ucrânia, ano 2012!”

Mas a piada estava naquilo que um dizia para o outro:

“Em Portugal, eu era Professor…”

Não podia deixar de o partilhar convosco.



Começou a campanha eleitoral, agora com sondagens diárias, que cada vez mais ajudam a fazer de uma eleição previsivelmente importante para todos os Portugueses, numa disputa de Partidos, ou melhor, de clubes…

Sejam quais forem os resultados, quem distribuiu “jogo”, e continuará a distribuir, é a “troika” constituída pelo Tio FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu. E, já agora, pela prima Ângela e pelo primo Nicolas…



Não sei porquê, mas não me apetece falar em futebol, ou melhor, no futebol de clubes, porque no futebol de Selecções, lá estarei com os meus fiéis amigos de fases finais, Américo, Armando e Alfredo! Contra a Noruega, os bravos tranquilos do Bento, no maior estádio de Portugal, pertença do maior clube Português, o único que conquistou a Taça Latina de futebol, antecedente da Taça dos Campeões Europeus, lá estarão no próximo dia 4 de Junho para demonstrar como os Lusitanos nunca permitiram a presença viking no nosso território! (Voltando à Taça Latina, que frustração tão grande por o maior clube do mundo em sócios, o Glorioso SLB, nunca ter conquistado a Taça Toyota em Tóquio no Japão, onde o agora galardoado clube distrital, Clube das Antas, conquistou esse titulo. Automóvel?)

Também achei imensa piada à necessidade que a UEFA teve em distribuir mais do que metade de bilhetes do estádio onde se disputou a Liga Europa entre dois clubes regionais de Portugal! Assim se vê a verdadeira grandeza de certos clubes…

Voltando à nossa selecção, os desejos nostálicos que Portugal vença a Noruega na Catedral da Luz (não posso deixar de comentar, e mostrando algum “fair-play” nesta questão clubista, como um amigo meu Portuense, e também tripeiro, designou o Estádio da Luz: “Mesquita da Luz!”), e que seja um pronuncio também daquilo que será uma vitória no dia seguinte, ou seja, depois das eleições, na esperança de uma baixa abstenção, numa vitória efectiva de Portugal e dos Portugueses.



Há pouco, na referência que fiz à “troika”, veio à memória o período da queda do comunismo na Europa de leste, personalizado por Gorbachev e eternizado por novas palavras como “Perestroika” e “Glasnost”.

Esta última serviu de nome para uma discoteca na Praia da Rocha, no início da década de noventa, permitindo assim aos jovens da época escolher entre os velhinhos “Night Star”, “Babylone” e o novo “Glasnost”. O pessoal de Monchique, num período em que os bares fechavam à 1ª hora da manhã, também preenchia as pistas destas discotecas nas noites de 6ªfeira e sábado, guardando ainda alguma energia para as matines de domingo na sociedade.

Para o autor do nostálico, esta época de Perestroika, e também da “Tempestade no Deserto”, designação da 1ªguerra no Iraque, serviram, e de que maneira, para preencher algumas folhas da então “estranha” PGA (Prova Geral de Acesso), que detinha um considerável peso na média para entrar na universidade.



Despeço-me a 80 à hora com um brinde a Portugal, aproveitando as referências aos termos russos deste texto: “Zdorov’ya”!

O Nostálico39

E afinal o Tio FMI sempre apareceu!
Sinceramente, era algo que eu já esperava desde que nos visitou em 1983, aquando de um 1ºempréstimo que permitiu restabelecer as contas públicas através de várias medidas, entre elas a substituição do subsídio de Natal por certificados de aforro, nos rendimentos dos funcionários públicos.
À data, o Tio teve a tarefa mais facilitada pela possibilidade que o País teve em mexer nas taxas de juro e na depreciação do escudo.

O Tio aparece agora mais velhote, e com vontade de apertar ainda mais o seu sobrinho Português, que desde 1983, mesmo com a opção certificados de aforro, preferiu se transformar em consumista, começando pelo Estado central, e acabando nas famílias.
Como poucos foram os que, por motivos eleitoralistas, tiveram o discernimento de atacar fortemente a redução da despesa, o Tio vem ensinar o seu sobrinho gastador a poupar e a cortar naquilo que é supérfluo.
Tenho de reconhecer que deviam ser obrigados, quer o Tio, quer o sobrinho, a cortar na despesa pública, na mesma medida que surgissem aumentos de impostos e/ou redução dos benefícios daqueles que, embora sobrinhos, são os menos culpados desta situação.

Também devo referir que devia ser manchete de todos os jornais, uma afirmação de um economista Português, professor em Columbia, que ao referir-se à necessidade do aumento da produtividade dos Portugueses, a mesma não dependia directamente dos trabalhadores, mas sim de quem os dirigia…
E, ainda vai mais longe ao comparar o sucesso de uma multinacional a operar em Portugal com uma empresa familiar do mesmo ramo.
Parece que os fundos Europeus que invadiram o nosso País no final da década de 80 e princípio da década de 90, de facto mal utilizados na sua maioria, também deveriam ter como destinatários muitos dos gestores e administradores Nacionais.

Não me recordo da passagem do FMI em Portugal durante o ano de 1983, e de que forma possa ter contribuído para qualquer alteração no estilo de vida dos cidadãos Monchiquenses, mas nesse ano tenho como recordação um fim-de-semana de Fevereiro passado em Lisboa para participar no baptizado do meu primo Nuno. E, obviamente, não sendo este o motivo de maior recordação, até porque devo evitar ao máximo a rude critica do meu amigo Tó, a recordação advém de ter estado ausente da minha terra, exactamente no fim de semana onde ocorreu o maior nevão dos últimos anos em Monchique.
Também em 1983 ocorreram as eleições autárquicas que elegeram pela 1ªvez o executivo socialista que dirigiu os destinos do nosso concelho durante 27 anos. E, mais não me recordo desse ano em Monchique, além das aulas no ciclo preparatório no antigo largo da feira em frente ao mirante, das idas à loja do Sr. Avelar para comprar “cromos da bola”, e as arrofadas que ao domingo não escapavam na pastelaria, ainda quentinhas, depois da missa dominical e catequese.

No ano de 1983, o título de Campeão Nacional de Futebol foi para o Sport Lisboa e Benfica, um dos 5 títulos conquistados nessa década (dos 32 conquistados até à data), contra 4 do Clube das Antas e um do Sporting.
Na 2ª aparição do Tio FMI, três clubes Portugueses marcam presença nas meias-finais da Liga Europa, sendo que uma delas é disputada entre o Benfica e o Sporting de Braga, e a outra meia-final entre duas equipas regionais da península ibérica.
No próximo Nostálico saberemos quem conquistou a Liga Europa e que medidas foram anunciadas pelo Tio. Despeço-me com o desejo que o Tio não regresse tão depressa à pátria do seu sobrinho…