segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Nostálico33

Na década de 80 o que mais se aproximava da noite do “Halloween” em Monchique, era a abóbora laranja “metálica” que o meu amigo José Carlos tinha desenhado no seu casaco de ganga!
Agora, porque a minha filha tinha um trabalho da escola relacionado com a noite do “Halloween” e o dia de todos os santos, passei algumas horas da noite de domingo para segunda-feira, dia 1 de Novembro, a bater às portas (ou melhor, a passar a vergonha!) de alguns amigos em Portimão onde as minhas filhotas magnificamente vestidas de bruxinhas diziam num grito bem sonoro:
“- Doçura ou travessura?”

Na minha infância e juventude vividas em Monchique, o mais semelhante a este tipo de bater de portas, foram as noites de Janeiras e de Reis, e também quando ia buscar o leite ao Pé da Cruz (sim, leite num recipiente “Tupperware” directamente chegado das vaquinhas, anos antes de aparecerem os primeiros e famosos pacotes de leite de um litro!), e de regresso batíamos às portas dos vizinhos, muitas das vezes perseguidos por estes quando éramos descobertos!

Neste último fim-de-semana em Monchique, além da noite das bruxas, a memória levou-me aos magustos e aos cogumelos!
Se os magustos foram o que os nubentes de Monchique nascidos em 1972 e 1973 mais próximo estiveram dos tempos de tropa (80% da malta livre à inspecção), devido aos níveis bem elevados de carvão na cara, fazendo inveja a qualquer disfarce com carvão das nossa tropas em exercícios de guerra, foi uma deslocação à estrada do Alferce para apanharmos cogumelos que melhores recordações carrego sobre este tão delicioso alimento.
Na encosta da Umbria, num acesso à data bem complicado, sempre a subir para as Cortes, demos conta, junto de uma mata de eucaliptos, de algo que mais parecia uma plantação cuidada de cogumelos…
De facto, existem memórias que deviam estar suportadas por uma boa fotografia, mas nessa data, tinha muito mais piada estarmos munidos das “Tip-Top” e/ou das “BMX” do que uma máquina fotográfica para registar os momentos que hoje são inesquecíveis nas nossas memórias, fossem eles por exemplo a famosa apanha dos cogumelos, que pareciam plantados pela mão humana, ou as também famosas quedas das bicicletas, numa fase em que ainda não existia a “obrigação” dos agora obrigatórios capacetes!
Enfim, esta aventura culminou com uma saca bem cheia de cogumelos, que encheu em poucos minutos, porque éramos seis amigos a disputar o título de Rei do Cogumelo!

Para terminar, e porque falei em castanhas e cogumelos, nada como uma espreitadela ao evento “Sabores de Outono” em Monchique, fazendo força para que o Glorioso SLB consiga uma vitória no Coliseu Romano das Antas (propriedade de uma sociedade que também possui uma frutaria e uma empresa de fabrico de equipamento passível de utilização em escutas telefónicas!), onde além da presença de gladiadores, aparecem mais fanáticos do golfe do que numa qualquer prova do “masters” do circuito mundial desta modalidade.
Também não poderia despedir-me sem deixar uma “pequenina” sugestão ao ainda governo de Portugal, que tanta “dificuldade” tem em reduzir a despesa pública:
- Existem cerca de 1500 organismos públicos e 4500 administradores nessas mesmas entidades em Portugal. Que tal começar por reduzir também esse número em 10%?

Até Breve, numa folha caída de uma árvore a 10km/hora.

O Nostálico32

Escrevo estas linhas na noite que precede a derrota do Glorioso SLB na Alemanha, e pior do que isso, depois das notícias divulgadas pelo nosso 1º em horário nobre, na companhia do seu leal escudeiro, Sancho…, desculpem! Escrevia ministro das finanças!
Verdade que o horário nobre coincidiu com a hora do jogo atrás referido, e alguns milhões de Portugueses vão amanhã acordar com as noticias que o IVA vai subir 2%, que os salários da função pública (por enquanto) vão descer 5%, que a frota de carros de luxo das Águas de Portugal não foi renovada (era só o que faltava!), não tendo no entanto sido reduzida! Que ninguém entende como após PEC 1, PEC 2 e mais não sei quantas trapalhadas, não há quem explique porque razão a despesa pública cresceu nos últimos meses, e ninguém sabe, ou não quer saber, como reduzir o verdadeiro “elefante branco” do Estado Português!
É mais fácil fazer demagogia, como o nosso 1º, invocando que a redução da despesa pública faria diminuir a qualidade e a oferta de serviços públicos, como a saúde e a educação!
E o despesismo do Estado? E a velha táctica do “Brainstorming”? Ou seja, reunir à mesa os “cavaleiros da távola redonda”, vulgo ministros, reduzindo em cada um dos seus pelouros, os decerto muitos despesismos que cada um poderia de imediato identificar, seria assim tão difícil?
Agora entendo o comentário de um amigo meu que hoje dizia: “Estava ansioso por regressar a Portugal há cinco anos atrás, e agora já estou com saudades de Bruxelas.”
Lamento imenso utilizar este espaço, onde nas últimas trinta e uma edição recordo momentos dos anos 70, 80 e 90 em Monchique, para falar nas medidas de austeridade anunciadas pelo executivo mas, digamos que a derrota do SLB levou-me a malhar em algo…

Recentemente a realização de uma corrida de touros em Monchique, integrada no programa da Feira do Presunto, levou-me a recordar outros eventos do passado, realizados pela 1ªvez no nosso concelho, segundo a minha memória.
Por exemplo, recordo-me da actuação de um grupo de actores do teatro de revista, chegados do parque Mayer em Lisboa, no palco da casa do Povo, no final da década de 70, com os lugares completamente esgotados (até eventualmente aparecer algum local próprio para este tipo de eventos, talvez o velhinho espaço da Casa do Povo, depois de “arranjadinho”, servisse para a actuação de algum grupo de teatro…).
Também me recordo da 1ª prova de motocrosse realizada na pista da Fóia entre meados e o final da década de 80, de um desfile de moda realizado pelos alunos da Escola C+S de Monchique, nas instalações desta escola, também no final da referida década, e da presença do então campeão de rallyes Markku Allen ao volante do saudoso Lancia Delta, arrepiando caminho nas estradas de terra do nosso concelho. Sobre rallyes, também recordo as digressões às diversas classificativas do rally do Algarve, com o meu amigo Joanne ao volante de um Volkswagen Brasília, tendo como banda sonora a música do Rui Veloso: “A gente vai na digressão”.
Já no ano passado, percorrendo as estradas do baixo Alentejo, para acompanhar as classificativas do rally de Portugal, o meu amigo Alexandre não teve tanta sorte e/ou perícia quanto o condutor do Brasília, e perdemos algumas dessas classificativas, porque após “calçar as luvas” não conseguiu segurar o Corsa, que embateu num pequeno mural, segundo ele: “Muito pequenino e escondido entre as ervas!”

Por falar em eventos realizados, ou por realizar, no nosso concelho, talvez seja a hora da realização de um jogo de futebol entre os veteranos do JDM e os veteranos do SLB, para comemorar, por exemplo, o aniversário do Juventude…
E por falar em futebol, tratando-se de uma grande promessa do passado no futebol juvenil do JDM, queria aproveitar para enviar uma abraço para o meu amigo João José, que embora tenha nome de craque do Voleibol, foi no futebol Monchiquense que mais se notabilizou! Enfim, mais um nome para fazer frente a Chalana e Co.

Até à próxima, a 120km/h, ainda sem portagens na via do infante…