quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Nostálico38

Quando escrevo mensalmente estas linhas no Nostálico, sirvo-me habitualmente das últimas notícias relacionadas com o nosso quotidiano, mas nos últimos dias o corrupio de notícias dos diversos quadrantes é de tal forma intensa que deixa qualquer um confuso! Na Líbia, o ex-amigo do ex-1ºministro Português, resiste à oposição rebelde e aos bombardeamentos aliados, contribuindo para a instabilidade em todo o mundo árabe e em especial do Magrebe, mais próximo do que se imagina deste rectângulo à beira-mar plantado, que cada vez mais dependente do exterior, sendo na mesma um jardim como antigamente, agora com necessidade da “água” dos seus vizinhos para subsistir!O mundo energético vive em sobressalto, devido não só à instabilidade vivida nos países árabes, mas também devido ao “triunvirato” Japonês, terramoto, tsunami e Fukushima. A opção nuclear perde força e só um louco viria agora defendê-la.Venham os carros (ou carrinhos!) eléctricos, e que este jardim, mesmo com pouca “água”, seja sempre local acolhedor dos raios solares e do vento. Em Portugal vamos ter novamente eleições, e o futuro o dirá se este governo tudo fez para reduzir o impacto negativo sobre o nosso País, ou se apenas o agora ex-ministro das finanças voltará a dar aulas, apenas teóricas, na Universidade! (As práticas serão ministradas por outro, obviamente! …) No futebol, chegamos à conclusão que os adeptos do clube das Antas pretendem montar uma empresa para fazer concorrência à pedreira do nosso concelho, e no “reino” da FPF continuam os advogados de arguidos, agora nomeados presidentes de associações de futebol, a dar cartas, e a impedir a todo o custo que o “poder” seja equitativamente distribuído! Neste caso, tal como no antigo seleccionador, permitam-me tirar o chapéu ao secretário de Estado do Desporto, o que indica que nem tudo ia mal na quinta do Sócrates! Enfim, seria difícil destacar o que quer que fosse, e em Monchique chega agora a noticia que afinal, a empresa interessada em “esventrar” a serra da Picota à procura de Feldsperu, desculpem, Feldspato, disponibilizou-se para um investimento único e completamente inovador na ampliação e dinamização das termas da Fornalha!O projecto não afectará tudo aquilo que rodeia as termas das Caldas de Monchique, e os níveis de oferta de emprego no concelho vão obviamente duplicar!Assim, seria constituído o futuro e famoso circuito das termas em Monchique, incluindo as termas da Malhada Quente.Ainda não chegamos a dia 1 de Abril, e talvez não devesse brincar com esta situação, mas quiçá algum administrador da referida empresa venha a ler este espaço, e retire daqui ideias que à partida possam parecer condenadas ao fracasso… Despeço-me até à próxima, ao sabor do vento das eólicas e dos raios solares em Portugal.

O Nostálico37

No Rio de Janeiro aproxima-se o Carnaval do Rio com as escolas de samba a desfilarem no sambódromo, em Hollywood chega nos próximos dias a noite dos Óscares, e o desfile de estrelas na passadeira vermelha (também numa edição anterior supôs-se a entrega de “Óscares” em Monchique, e até das 7 maravilhas do nosso concelho…), na Catedral da Luz disputa-se a meia-final da Taça da Liga entre o Glorioso SLB e o vizinho da 2ªcircular, que ontem “levou duas secas” em Alvalade, junto ao Lidl, e também na Catedral da Luz disputar-se-á a 2ªmeia-final da Taça de Portugal com a equipa das Antas (onde também “levaram duas secas” na 1ªmeia-final desta taça…).
Mas, em Monchique, aproxima-se o fim-de-semana da Feira dos Enchidos, onde além dos famosos enchidos, poderemos provar a nossa aguardente de medronho, o mel e um conjunto de pratos típicos servidos nos restaurantes locais, para os dignos visitantes degustarem.
Os espectáculos musicais, não sendo propriamente do agrado de quem “levou” com Quim Barreiros em todas as semanas académicas da década de 90, vai decerto agradar a quem não perderá a oportunidade para “pôr o carro, tira o carro na garagem da vizinha”, ver a “Cabritinha”, e ser um verdadeiro “mestre de culinária”…
Enfim, que o São Pedro esteja com o nosso certame, e que a apregoada crise passe depressa, para que muitos de nós ainda possam visitar a feira dos enchidos num futuro pavilhão construído para o efeito, e não só.

Numa discussão informal de há uns tempos atrás sobre as ruas de Monchique, onde naturalmente defendia a “minha” rua Serpa Pinto, a mais extensa rua de Monchique, imaginei como seria uma conversa entre Serpa Pinto, Calouste Gulbenkian e o Engenheiro Duarte Pacheco.
Não duvido que pelo carácter explorador e aventureiro de Serpa Pinto, este avançaria com uma proposta à empresa que pretende “estragar” a encosta sul da Picota com uma exploração mineira, para que com ele fizessem um expedição entre a Foz do Vale (Alferce) e a Benafátima com o objectivo de encontrarem feldspato ou até mesmo ouro, e quiçá petróleo, nessas encostas e vales sem presença humana, e sem grandes riscos de impacto ambiental e paisagístico, ou no limite bem inferiores onde não podemos ver destruída a nossa serra!

Já Calouste Gulbenkian ofereceria algum do seu espólio para o museu de Monchique, que ao descobrir a sua inexistência, verificaria de imediato uma série de edifícios degradados e abandonados na nossa vila (até mesmo no Largo dos Chorões), capazes de receber não só esse espólio, como tantas outras peças que fariam a delicia de quem nos visitasse. No entanto, ficaria triste por o seu nome estar associado a uma rua em Monchique que invariavelmente “levava” grandes “coças” da sua vizinha Rua Serpa Pinto nos torneios de futebol de rua nos anos 80! De imediato, Serpa Pinto convidaria Calouste Gulbenkian para a sua expedição nas serras a norte de Monchique, e tudo ficaria muito bem, acrescido de um convite para participarem numa “estila” local.

Por último, o Engenheiro Duarte Pacheco solicitaria um parecer para uma grande obra, mas entendendo que esse parecer faria parte de uma “soap-opera” sem final à vista, atiraria o mesmo para o lixo e recordaria as suas obras no inicio do “Estado Novo”, e como elas ainda perduram, para convencer os habitantes de Monchique que se uma ponte entre a Picota e a Fóia podia ser considerada megalómana e sem grande utilidade (à imagem do seu colega da ordem dos engenheiros com nome de filosofo grego, que teima na construção de um conjunto de obras sem grande necessidade para o período em que vivemos), o eventual aumento da sua rua em Monchique, ou a viabilização de outro acesso à Fóia podia reservar para “outras núpcias” a construção de um merecedor e verdadeiro acesso à Picota, que tanto reclama com a sua irmã de 900 metros a discriminação a que sempre foi reservada.

Serpa Pinto e Calouste Gulbenkian acalmariam a tendência de fazer obra de Duarte Pacheco com o natural convite para os acompanhar na referida “Estila”. Com alguma sorte, a história ainda os permitiria assistir ao concerto do grupo Sete Saias na Feira dos Enchidos deste ano.
Despeço-me até à próxima, e a 80 à hora, com um cumprimento especial para a Geração de Feldspato. Perdão! De “oiro”…

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Nostálico36

Ninguém imagina a satisfação que tenho, derivada da merecida exposição “A Águia de Bonelli no sul de Portugal”, que estará presente no Espaço Jovem de Monchique até ao próximo dia 11 de Fevereiro.
Em 1988, por iniciativa de um amigo que estava ligado a uma organização de defesa dos animais, desloquei-me à Fóia para observar de perto a Águia de Bonelli no seu habitat de Monchique.
Conseguimos tirar fotos espectaculares mas, curiosamente também detectamos a presença de uma outra espécie de águia, a Águia-Cobreira.
Também é comum aparecer uma outra espécie de águia, a Águia de Asa-redonda, de acordo com a informação desse amigo que além da observação de águias, também gastava algum do seu tempo a observar o musgo dos muros dos nossos caminhos…

Convido-os a imaginar o diálogo entre as duas espécies de águias em Monchique:

Bonelli – Gostas muito de dar umas voltas pela ria de Alvor para veres umas “paisagens” interessantes, e agora se quiseres uma exposição, solicita-a ao homem da Luz de Portimão, porque o meu amigo Presidente gosta mais de mim do que de um animal imaginário, tipo dragão!
Cobreira – Não te armes em esperta, porque já convoquei o amigo lince, o tio javali, a dona raposa, o primo “escalavardo” e a lontra para uma manifestação nos paços do concelho.
Apenas faltará o lagarto, porque tem andado distraído a ser comido pelo dragão, e não quer desaparecer num bico de uma águia!
Não é justa essa discriminação! Só faltava dizeres que obtiveste o apoio do Glorioso SLB?
Bonelli – Não obtive apoio do maior clube do mundo, mas estou perto de convencer LFV para substituir o milhafre do Espanhol que fazia as delícias das equipas estrangeiras na catedral da Luz!
Cobreira – Sim, e imagino que numa perna levarias a bandeira de Monchique e na outra a bandeira do Glorioso?
Bonelli – Avança com a manifestação e ainda te põem em cima de um touro na próxima corrida em Monchique!
Cobreira – Não seja má-língua! Porta-te bem na exposição e defende a nossa classe, não vá o Presidente perder a cabeça, e promover uma sessão de cinema em Monchique sobre “Como treinares o teu dragão”!

Esquecendo esta pseudo discussão entre águias, será um prazer deslocar-me a Monchique para “in loco” estar presente na referida exposição.

Passando para temas mais interessantes e mais cómicos do que os diálogos imaginários entre águias, não podia deixar de mostrar alguma surpresa pelo desejo do homem das Antas em obter o concurso do árbitro Elmano Santos para a sua equipa (exactamente na jornada em que um curioso penalty permitiu ao “miúdo” manter a diferença pontual para o campeão em titulo!).
Como este espaço tem pretendido relembrar momentos e episódios de décadas anteriores, nada como também lamentar que o Glorioso SLB não tenha obtido os favores de árbitros como José Guimaro, Carlos Calheiros (o brasileiro), Alder Dante, José Pratas e tantos outros que precisavam de apoio psicológico na casa do homem das Antas. Mas, o apito dourado sempre esteve coberto por uma capa azul…

Finalmente, uma palavra de apreço pela conclusão da campanha eleitoral para as presidenciais, que mais parecia a velha guerra adolescente de “cinco contra um”…
Ou melhor, parecia que nunca mais acabava!
Afinal, e contrariando aquilo que ainda escrevi no facebook em relação a um potencial protesto em “branco”, fiquei Alegre pelo Nobre voto dos Portugueses e dos Monchiqueiros em particular, Defensor até dos votos de Coelhos, Lopes e Cavacos.

À velocidade de uma águia planando pelos cumes das nossas serras, despeço-me até à próxima.

O Nostálico35

Corria o ano de 1986, quando no 1º dia de aulas na então nova escola C+S de Monchique, já no decorrer do 2ºperiodo, após realização do 1º período do 8ºano de escolaridade (no meu caso), no antigo ciclo preparatório situado no antigo largo da feira de Monchique, eu e mais cinco colegas somos convidados para tirar uma fotografia à entrada da nova escola pelo então colaborador do Jornal de Monchique, João Vila. E, foi a partir desse número, depois de termos sido confrontados pelos outros colegas, e pela família e amigos, acerca da publicação dessa foto, que passei a dar a devida atenção ao Jornal de Monchique.
Por falar em ciclo preparatório, um conjunto de pavilhões pré-fabricados, recordo-me que não tive oportunidade de conhecer, como aluno, o colégio de Santa Catarina, sendo no entanto um espaço que guarda muitas histórias e recordações da nossa terra, mas, com vontade de, se falasse, gritar bem alto: “Salvem-me!”

Também foi no Jornal de Monchique que eu e o meu amigo Marco Águas publicamos o 1º espaço policiário, com um caso de grande “complexidade”, que resultou no envio de algumas respostas dos leitores do JM, ou melhor dizendo, dos inspectores/detectives Varatojo e Sherlock Holmes do nosso concelho.
Durante um pequeno período de tempo, apenas dois jornais em Portugal publicavam um espaço deste género, o Jornal de Monchique e o saudoso Diário Popular.

Enfim, apenas duas referências que, no meu caso pessoal marcam a relação com o nosso Jornal.

Mais recentemente, e após 19 anos a viver fora do nosso concelho, onde o Jornal de Monchique tem sido também um óptimo parceiro de divulgação das últimas noticias e novidades da nossa terra, tenho desenvolvido e escrito com muita satisfação algumas linhas de situações ocorridas no passado, algumas pequenas brincadeiras utilizando locais e eventos de Monchique, e obviamente também fazendo um comentário sempre “útil” da vida dos “três grandes” do futebol Português, ou melhor, um grande e Glorioso, e dois clubes de bairro de Lisboa e Porto, Alvalade e Antas.

Também já fiz 25 anos, e como recordo com muita saudade esse ano de realização da viagem de finalistas da universidade, espero que este ano de 2010 seja também motivo de satisfação quando recordado pelos colaboradores e leitores do JM daqui a muitos anos.

Termino a 80 luzes de Natal/hora para desejar um feliz aniversário ao JM, os desejos ainda maiores de um futuro com isenção e rigor nas noticias que todos os seus leitores anseiam, e por fim com os desejos de um Feliz Natal e Boas Festas para todos os leitores do JM, e em particular do Nostálico.

O Nostálico34

No fim-de-semana passado, aproveitando para não recordar os últimos episódios no meu clube, o tal que é o maior do mundo, além das maças que os adeptos leoninos enviaram “carinhosamente” para o seu antigo capitão, que deixou de tomar o seu pequeno almoço junto do autor deste texto na “mui nobre” aldeia da Atalaia, para beber um “cimbalinho” em Rio Tinto ou Gondomar antes da deslocação para o Olival, despertou-me à atenção no jogo entre o 2º e o 3º maior clube de Portugal, os movimentos (“saltinhos”) do treinador do Clube das Antas, que já tinham sucedido no jogo em Guimarães, movimentos esses que me fizeram lembrar um macaco chinês aos saltinhos!
Dado que não me parece justo associar a sua imagem à do melhor treinador do mundo, José Mourinho, julgo que esta associação é mais feliz, podendo até pensar-se nele em cima do ombro do “Marco”, à procura, não da sua mãe na Argentina, mas de novos jogadores (ou “jogadoras”!) para o clube do apito dourado.
Começo a ficar seriamente desconfiado que aquela malta é “obrigada” a beber alguma poção mágica, quando entra no mundo misterioso do Olival…

Por falar em macaquinho chinês, no final dos anos 80 em Monchique iniciei a minha pequena formação musical, aos sábados de manhã, na escola de música do Sr. Correia, na companhia dos meus amigos Rui Chaparro e Rui Marques, que mais tarde também me acompanharam na “Casa Ruvina” em Portimão, onde ficava enumeras vezes vidrado num orgão “Elka” de dois teclados.
Mas foi com o Sr. Correia que aprendemos os primeiros acordes, a arte de cantar os intervalos musicais (solfejo), e com quem tocamos pela primeira vez as músicas do “Órgão mágico”.
Inesquecível a 1ªmúsica tocada, “O balão do S. João”, e as actuações do trio maravilha, ao nível dos 3 tenores, Pavarotti, Domingo e Carreras, nomeadamente com o “rigolleto” “La Donna è mobile” de Verdi…
A relação do macaquinho das Antas com esta lembrança deve-se ao facto do Sr. Correia utilizar naquela data a imagem assustadora de um “velho chinês” quando o seu filho Ruben resolvia nos distrair com as suas diabruras.
(Um grande abraço para o Sr. Correia e para o Ruben)
Enfim, pela impossibilidade da existência, à data, de aulas de educação musical no antigo ciclo preparatório sito no largo em frente ao Mirante, onde hoje reside um parque de estacionamento, e também na C+S de Monchique, ficou a cargo do Sr. Correia, pelo menos para este restrito grupo de miúdos Monchiquenses, a formação musical adequada.
Também pela inexistência de educação física durante o mesmo período, foi no velhinho pelado do JDM, durante os treinos de iniciados, juvenis e juniores deste clube, que muitos jovens substituíram esta vertente tão importante do seu crescimento.

Depois da habitual crónica sobre a telenovela dos Andrades e das recordações da aprendizagem de música em Monchique, nada como o regozijo, ou não, da aprovação do orçamento de Estado para 2011, sendo que, ninguém está livre da chegada do “Tio” FMI, como muito bem o caracterizou o economista João Duque, e aproveitarmos para uma passagem pelo sapateiro, de forma a que este aumente um furo no já agastado cinto do povo trabalhador (Calma, amigo Edu! Por falar em povo trabalhador, e também pela barba à Guevara, nada me impede de também questionar como estaria o nosso Portugal se não tivesse ocorrido o atentado de Camarate, que vitimou Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, agora que passa mais um aniversário dessa infeliz data?).

Hoje não me despeço a 80Km à hora, mas sim a 90Km/h, porque na procura de temas dos Oasis no “Youtube” redescobri novamente excelentes temas dos “The Verve”, como “Lucky Men” e “Sonnet”, e sugiro que os oiçam, porque são hinos da última década do século passado…