segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O Nostálico 13

Pela referência à “estrada de Sáboia” na última edição, pelas lembranças da Nave Redonda e por ser a estrada que passa por Benfica de Monchique, decidi promover neste espaço a nossa “Route 66”!

Como devem saber, a antiga estrada de “costa a costa”, Route 66, localizada nos Estados Unidos da América, ainda serve hoje em dia de cenário para películas de Hollywood, e como local de peregrinação de turistas locais e estrangeiros.
Assim, convido-vos a uma viagem pela analogia com a histórica via dos “States”, na estrada de Sabóia, não a uma velocidade de 80km/h, mas sim a metade dessa velocidade, porque as curvas não permitem melhores veleidades…

Se a “Route 66”, no sentido Este/Oeste, tem início em Chicago, a nossa estrada de Sabóia começa em Monchique no sentido Algarve/Alentejo. Portanto, Monchique está para a estrada de Sabóia como Chicago está para a Route 66 (Se Obama vem de Chicago, quem será o Obama Monchiquense (Pode nem existir!)? Melhor um Obama que um Al Capone, até porque basta a ASAE como a nossa “lei seca” na produção caseira de aguardente!).

Saindo de Monchique, ou de Chicago/Illinois, chegamos à Portela de Vento, que corresponde na Route 66 a St. Louis no Missouri! Em St. Louis aprecie-se a famosa ponte, na Portela de Vento aproveite para comer um acepipe do concelho.

Chegados às Corchas, vulgo Kansas na Route66, fazemos uma vénia como se estivéssemos a passar na 2ªcircular junto da Catedral da Luz, deixamo-nos de “cowboyadas” na passagem pela “estrumeira da cambra”, mas deve-se aproveitar para um cálice de aguardente, tipo “abaladiça”, para retemperar forças e atirarmo-nos para as restantes, fantásticas e paisagísticas, curvas.

Na Cantina, local de uma antiga casa com um pequeno forno onde era produzido um pão caseiro espectacular, lembramo-nos de Oklahoma, e dos 1ºs pioneiros na conquista do oeste!

Se alguém encontrar o “Billy the kid”, Wyatt Earp ou Buffalo Bill a dar de beber ao seu cavalo na Fonte da Amoreira, não se preocupe, porque está em Amarillo/Texas. Mas deixe por favor o seu coldre e pistola à entrada, e não conte com um Sallon para uma Sagres/Bud, porque o tempo dos garimpeiros já terminou!

Quando chegar à Portela dos Caibros, olhe pela última vez para trás e veja os cumes da Fóia e da Picota numa imagem sem paralelo, mesmo provavelmente quando comparada com Albuquerque no Novo México.

Na route 66 imagino os seus peregrinos a dizer: “Arizona à vista!”.
Pois, na estrada se Sabóia é o momento de fazermos o mesmo: “Nave Redonda à vista!”.
O melhor a fazer agora é comer linguiça, ou galinha da cabidela, ou outra iguaria com um pão alentejano capaz de nos fazer parar a viagem durante um pequeno período para “fazermos contas” com o aparelho digestivo.

Chegando a Los Angeles, na Califórnia, final de viagem na route 66, deparamo-nos com a imagem de Santa Clara-a-velha. Aproveitem para abastecer as viaturas (segundo sei, o posto de abastecimento de combustível no local, tem imagem da melhor marca do Mundo! E parece que trabalha nessa marca um “amigo” do Nostálico!), e dirijam-se para a Barragem de Santa Clara, tipo Praia de Santa Mónica na costa do oceano pacífico.
Chegamos assim ao final da viagem pelas duas vias mais emblemáticas do mundo, porque se bem se recordam, o responsável pela construção da “nossa estrada” respondia aos seus colaboradores: “yes! yes!”, concluindo assim a estrada com muitos “SS’s”, também responderia facilmente à afirmação: “São as duas estradas mais emblemáticas do mundo!”. Resposta: “yes!yes!”.

Há cerca de dezassete anos atrás, alguns audazes monchiquenses, onde eu me incluía, dirigiram-se no inicio de uma noite de Primavera para a Barragem de Santa Clara, com vista à pesca de lagostins de água doce!
Os pescadores não eram exímios, mas a pescaria foi razoável, e excepção feita a um artista que resolveu “roubar” as botas do Pai para com elas melhor “escorregar” nas difíceis escarpas da Barragem, tudo correu muito bem, inclusivamente um merecido petisco na casa de um ausente na pescaria, sita na não menos famosa “Rua do Asilo”!

Pela paisagem, e principalmente pelas curvas, despeço-me até à próxima, a poucos Km/hora.

sábado, 10 de janeiro de 2009

ANO DO BOI - Homenagem

No horóscopo chinês comemora-se o ANO DO BOI em 2009!
As ruas de Tóquio, no Japão, enchem-se de material promocional alusivo ao BOI, e em Portugal resolvi escrever umas linhas de homenagem a esse Mito Vicente Quintino Guerreiro…
Decorria o ano de 1996, e num balcão do Montepio na cinzenta cidade de Almada trabalhavam alguns “cromos” daquela instituição, Joca, Despalius, Zé Maria Godi, Alex O’Neal, Bravo Rodrigues, Tino Costa, Fernandel, Zoca, a soluços, Idalécia e Tozzi (mais tarde chegam os passarinhos Aida e Didas), quando aparece vindo da Rua do Ouro, o já referido Guerreiro, para revolucionar por completo a vida pacata daquele balcão!

Resolvi fazer esta homenagem, porque trata-se do 1ºe-mail que envio para este destinatário, pelas comemorações do ano do BOI e porque em Cc, estão alguns ex-colegas deste mito vivo, e de outros colegas e amigos do autor deste texto, que viveram mais tarde os hábitos tauromáquicos desse grande senhor nascido em Castro Verde!

Se durante os tempos que passei na CGD/Otia, algumas pegas de caras foram realizadas com sucesso ao peso pesado Quita Koyno e Jotinha, se na Fiat o meu compadre ficou boizito e o Nandinho também levou com umas farpas, se no seio do grupo do ISCAL o grande Coim já era mais associado de Brito Pais do que de Tondela, e se na Goodyear aquela grande equipa também podia ser uma ganadaria, bastando para isso a presença do Taurino de Alverca, tudo isso se deve ao “trabalho” do grande “Vincent Guérin” (homónimo jogador do PSG na década de 90)!

Como grandes frases míticas, que muitos conseguirão identificar, registo as seguintes:

- “Afasta a cabeça que estás a picar-me!”
- “Vales quanto pesas!”
- “Tu és o maior! Do Curro!”
- “Incha Afonso! Os Afonsos são todos uns bêbados!”
- “Tá certa assim a conferência, Barradinhas?”
- “Óhhhhhhhh então!”
- “Godi, o melhor é ligarmos um cano à pastelaria para teres sempre café à ordem!” (O mesmo que dizia ao careca: “Vê lá se não queres desta banana!”)
- “There’s no Money about me!”
- “Empresta-me a tua cabeça!”
- “Com a tua cabeça sou tudo aquilo que tu quiseres!”
- “Mete-se sal nas costas do bicho e fica pronto para outra!”
- “Éh! Bicho! Boizito do Ribatejo!”
- “Epá! Não fachas icho!”
- “A vitória já está ganha!”
- “Sacanas dos miúdos!”
- “Quem é o nhacas?”
- “Hem? Hem? Hem? Não percebo!”
- “Ontem vi-te na TV, e tanto pó que levantaste no Campo Pequeno!”
- “Coitadinho de quem é pequenino!”
- “Figueiredo, não tenhas medo!”
- “Pau de semeola!”
- “Se adivinhares o que levo neste saco, dou-te este Galo!”
- “Dá cá um abraço à Nuno da Salvação Barreto!”
- “A tourada é uma festa!”
- “Absolutamente, pá!”
- “Na marinha, o teu posto era no sexto da gávea!”
- “Éh Senhorr Marrinheiro, tem um … que parrece uma mangueirra!”

Obviamente que este grande amigo, futuro jogador de cartas nos jardins do Pragal e Castro Verde, no seio da comunidade reformada, também provou do seu próprio veneno, quando chegava ao seu local de trabalho e os seus honráveis colegas formavam um verdadeiro grupo de forcados colocados de forma a receberem com as mãos nas ancas o seu Mentor!
Fabulosas, as chegadas do José Gomes a sair do carro envergando o seu casaco, como se fosse a capa, tentando dominar a fúria do Rei dos Bois, Vicente!
Também num grandioso petisco, “alguém” se lembrou a desenhar este mito a apanhar moedas, tendo por cima um grandioso Urso! Para não falar no grande jogador de futebol da Bulgária, Guerreirov, do jogador da Grécia, Guerreiropoulos, e também da analogia com esse fruto alentejano, pitéu de tantas varas espalhadas por aquele território, BOLOTA!
Como grande atributo o facto de ser um grande Benfiquista, mas em contrapartida, no que toca a questões politicas, ainda não lhe caiu o muro de Berlim em cima, sendo um “ver se te avias” quando insere a cassete do camarada Jerónimo ou do Burro Branco, Cunhal! Não gostar do Bochechas Soares já é uma sorte!
Os seus amigos nunca chegaram a pedir honorários pela promoção da venda do seu Renault 5 GT Turbo, no Jornal Ocasião!
Para terminar, se os assaltantes do balcão ainda estão na prisão, ainda se devem rir quando se lembram do Guerreirov a subir as escadas da cave para o balcão com processos de habitação debaixo do braço, fazendo com a mão o gesto de negação, quando confrontado pelo assaltante: “Telefonaste para a polícia?”, dizendo a gaguejar: “Eu, eu, não, não telefonei para a polícia!”, borrado de medo vendo uma pistola apontada para si! Terminado o assalto, diz o Godi ao Guérin: “Vicente, já vi mortos com melhor aspecto que o teu!”

Um abraço grande amigo!
És o maior! (Do curro!)