segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Nostálico33

Na década de 80 o que mais se aproximava da noite do “Halloween” em Monchique, era a abóbora laranja “metálica” que o meu amigo José Carlos tinha desenhado no seu casaco de ganga!
Agora, porque a minha filha tinha um trabalho da escola relacionado com a noite do “Halloween” e o dia de todos os santos, passei algumas horas da noite de domingo para segunda-feira, dia 1 de Novembro, a bater às portas (ou melhor, a passar a vergonha!) de alguns amigos em Portimão onde as minhas filhotas magnificamente vestidas de bruxinhas diziam num grito bem sonoro:
“- Doçura ou travessura?”

Na minha infância e juventude vividas em Monchique, o mais semelhante a este tipo de bater de portas, foram as noites de Janeiras e de Reis, e também quando ia buscar o leite ao Pé da Cruz (sim, leite num recipiente “Tupperware” directamente chegado das vaquinhas, anos antes de aparecerem os primeiros e famosos pacotes de leite de um litro!), e de regresso batíamos às portas dos vizinhos, muitas das vezes perseguidos por estes quando éramos descobertos!

Neste último fim-de-semana em Monchique, além da noite das bruxas, a memória levou-me aos magustos e aos cogumelos!
Se os magustos foram o que os nubentes de Monchique nascidos em 1972 e 1973 mais próximo estiveram dos tempos de tropa (80% da malta livre à inspecção), devido aos níveis bem elevados de carvão na cara, fazendo inveja a qualquer disfarce com carvão das nossa tropas em exercícios de guerra, foi uma deslocação à estrada do Alferce para apanharmos cogumelos que melhores recordações carrego sobre este tão delicioso alimento.
Na encosta da Umbria, num acesso à data bem complicado, sempre a subir para as Cortes, demos conta, junto de uma mata de eucaliptos, de algo que mais parecia uma plantação cuidada de cogumelos…
De facto, existem memórias que deviam estar suportadas por uma boa fotografia, mas nessa data, tinha muito mais piada estarmos munidos das “Tip-Top” e/ou das “BMX” do que uma máquina fotográfica para registar os momentos que hoje são inesquecíveis nas nossas memórias, fossem eles por exemplo a famosa apanha dos cogumelos, que pareciam plantados pela mão humana, ou as também famosas quedas das bicicletas, numa fase em que ainda não existia a “obrigação” dos agora obrigatórios capacetes!
Enfim, esta aventura culminou com uma saca bem cheia de cogumelos, que encheu em poucos minutos, porque éramos seis amigos a disputar o título de Rei do Cogumelo!

Para terminar, e porque falei em castanhas e cogumelos, nada como uma espreitadela ao evento “Sabores de Outono” em Monchique, fazendo força para que o Glorioso SLB consiga uma vitória no Coliseu Romano das Antas (propriedade de uma sociedade que também possui uma frutaria e uma empresa de fabrico de equipamento passível de utilização em escutas telefónicas!), onde além da presença de gladiadores, aparecem mais fanáticos do golfe do que numa qualquer prova do “masters” do circuito mundial desta modalidade.
Também não poderia despedir-me sem deixar uma “pequenina” sugestão ao ainda governo de Portugal, que tanta “dificuldade” tem em reduzir a despesa pública:
- Existem cerca de 1500 organismos públicos e 4500 administradores nessas mesmas entidades em Portugal. Que tal começar por reduzir também esse número em 10%?

Até Breve, numa folha caída de uma árvore a 10km/hora.

O Nostálico32

Escrevo estas linhas na noite que precede a derrota do Glorioso SLB na Alemanha, e pior do que isso, depois das notícias divulgadas pelo nosso 1º em horário nobre, na companhia do seu leal escudeiro, Sancho…, desculpem! Escrevia ministro das finanças!
Verdade que o horário nobre coincidiu com a hora do jogo atrás referido, e alguns milhões de Portugueses vão amanhã acordar com as noticias que o IVA vai subir 2%, que os salários da função pública (por enquanto) vão descer 5%, que a frota de carros de luxo das Águas de Portugal não foi renovada (era só o que faltava!), não tendo no entanto sido reduzida! Que ninguém entende como após PEC 1, PEC 2 e mais não sei quantas trapalhadas, não há quem explique porque razão a despesa pública cresceu nos últimos meses, e ninguém sabe, ou não quer saber, como reduzir o verdadeiro “elefante branco” do Estado Português!
É mais fácil fazer demagogia, como o nosso 1º, invocando que a redução da despesa pública faria diminuir a qualidade e a oferta de serviços públicos, como a saúde e a educação!
E o despesismo do Estado? E a velha táctica do “Brainstorming”? Ou seja, reunir à mesa os “cavaleiros da távola redonda”, vulgo ministros, reduzindo em cada um dos seus pelouros, os decerto muitos despesismos que cada um poderia de imediato identificar, seria assim tão difícil?
Agora entendo o comentário de um amigo meu que hoje dizia: “Estava ansioso por regressar a Portugal há cinco anos atrás, e agora já estou com saudades de Bruxelas.”
Lamento imenso utilizar este espaço, onde nas últimas trinta e uma edição recordo momentos dos anos 70, 80 e 90 em Monchique, para falar nas medidas de austeridade anunciadas pelo executivo mas, digamos que a derrota do SLB levou-me a malhar em algo…

Recentemente a realização de uma corrida de touros em Monchique, integrada no programa da Feira do Presunto, levou-me a recordar outros eventos do passado, realizados pela 1ªvez no nosso concelho, segundo a minha memória.
Por exemplo, recordo-me da actuação de um grupo de actores do teatro de revista, chegados do parque Mayer em Lisboa, no palco da casa do Povo, no final da década de 70, com os lugares completamente esgotados (até eventualmente aparecer algum local próprio para este tipo de eventos, talvez o velhinho espaço da Casa do Povo, depois de “arranjadinho”, servisse para a actuação de algum grupo de teatro…).
Também me recordo da 1ª prova de motocrosse realizada na pista da Fóia entre meados e o final da década de 80, de um desfile de moda realizado pelos alunos da Escola C+S de Monchique, nas instalações desta escola, também no final da referida década, e da presença do então campeão de rallyes Markku Allen ao volante do saudoso Lancia Delta, arrepiando caminho nas estradas de terra do nosso concelho. Sobre rallyes, também recordo as digressões às diversas classificativas do rally do Algarve, com o meu amigo Joanne ao volante de um Volkswagen Brasília, tendo como banda sonora a música do Rui Veloso: “A gente vai na digressão”.
Já no ano passado, percorrendo as estradas do baixo Alentejo, para acompanhar as classificativas do rally de Portugal, o meu amigo Alexandre não teve tanta sorte e/ou perícia quanto o condutor do Brasília, e perdemos algumas dessas classificativas, porque após “calçar as luvas” não conseguiu segurar o Corsa, que embateu num pequeno mural, segundo ele: “Muito pequenino e escondido entre as ervas!”

Por falar em eventos realizados, ou por realizar, no nosso concelho, talvez seja a hora da realização de um jogo de futebol entre os veteranos do JDM e os veteranos do SLB, para comemorar, por exemplo, o aniversário do Juventude…
E por falar em futebol, tratando-se de uma grande promessa do passado no futebol juvenil do JDM, queria aproveitar para enviar uma abraço para o meu amigo João José, que embora tenha nome de craque do Voleibol, foi no futebol Monchiquense que mais se notabilizou! Enfim, mais um nome para fazer frente a Chalana e Co.

Até à próxima, a 120km/h, ainda sem portagens na via do infante…

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Nostálico31

Com a “seally season” a terminar, ou melhor, talvez a começar, e fazendo votos para que os deputados da nação faltem menos às sessões na Assembleia da Republica, devendo os faltosos serem penalizados com a prestação de um serviço social, à imagem do que foi proposto, e bem, para quem beneficia do subsidio de desemprego e do rendimento mínimo garantido (principalmente para aqueles que beneficiam indevidamente), a “época da caça” está prestes a começar…
O “campeonato” está ao rubro, e segundo dizem, o duelo entre a revisão constitucional e a aprovação do orçamento está para durar, com o “árbitro” de Belém pouco interessado em intervir.
Mas, por favor, quando será que os nossos governantes entendem que o nosso “elefante branco” se chama “despesa pública”, e este item, sim, terá de ser considerado o “inimigo público nº1”, parafraseando o habitante de pântanos, Eng. António Guterres.
Todos nós sabemos que é mais fácil procurar nos bolsos de cada um, mas algo me diz que os bolsos vão ficando cada vez mais vazios!

O campeonato da 1ªliga de futebol começou, o Braga arrasou, o Clube das Antas beneficiou de uma arbitragem “cuidadosa” em Vila do Conde e o maior clube do mundo vai decerto encontrar o bom caminho para mais um título Nacional, com o “calhambeque” do Roberto ou sem ele…
Entretanto, o outro clube da 2ªcircular, de Alvalade, mostrou finalmente alguma raça na Dinamarca e deu a oportunidade ao seu director desportivo para comprar algum fato nórdico para a sua colecção. No carnaval, para “contrariar” os restantes dias do ano, irá mascarar-se de adepto portista, que tanto gosta…
No reino da selecção Nacional de futebol continua outro duelo bem interessante de seguir, entre o “tudo, menos treinador” Queiroz, e os “tudo, menos bons gestores” directores da Federação!
E esta “soap-opera” a decorrer entre a visita dos inspectores da FIFA à candidatura ibérica, e os 1ºs jogos de qualificação para o Euro2012!
Sorte a FIFA ter um presidente que vai abafando estes tristes episódios com o descaramento com que anunciou a sua preferência pela candidatura inglesa, talvez ainda comprometido pela atribuição do Mundial2006 à candidatura alemã.
Todos estes últimos referidos, mais do que adequados para disputas no interior na ganadaria de Brito Pais!

Por falar em ganadaria, deparo-me actualmente com um pequeno dilema familiar, dado que a minha filha mais velha e uma das gémeas querem ver ao vivo uma tourada, e a outra gémea e a mãe preferem ficar em casa, manifestando-se completamente contra esta tradição.
Embora não seja aficionado, mas recordando-me de quanto o meu Pai gostava desta festa, e respeitando também o quanto as gentes desta zona onde resido, Alcochete/Montijo, gostam da festa taurina, resolvi de uma forma democrática o referido dilema!
Eu vou com duas das minhas filhas à monumental do Montijo, e a Rita e a minha mulher não vão…

Deixando o assunto touradas para a decisão pacifica que enunciei, em Monchique, durante o ano de 1992, surgiu a oportunidade, via Corpo Nacional de Escutas com o apoio da CM Monchique, de visitar a Expo92 em Sevilha, e eu tive a sorte de visitar este certame na companhia de um conjunto de amigos fabuloso, que resultou numa das viagens mais interessantes que fiz até hoje.
O pavilhão de Portugal encheu-nos de orgulho, dedicado à comemoração dos descobrimentos Portugueses, e nada devia aos mais mediáticos pavilhões dessa feira, nomeadamente Japão, Canadá, México (o tal da “grande seca”!), Arábia Saudita e Jamaica…
Sim, Jamaica porque “obriguei” os meus caríssimos companheiros Luis Pedro, padrinho Luis Duarte, Manuela, Anabela e Pedro Jorge (que andava sempre adoentado! Excepto quando fizemos a descida virtual de slalom gigante no pavilhão da Áustria) a visitar os tropicais stands das ilhas Caribenhas, para ouvirmos um pouco de reggae e bebermos umas “margaritas”…
Inesquecível também a presença junto a uma “amostra” de um Iceberg no pavilhão do Chile, e também junto de um extracto do muro de Berlim no pavilhão da Alemanha, à data já unificada.
Esta viagem, denominada como “rebajas ou não rebajas”, terminou com as habituais compras de recordação, sendo o boneco “El curro”o mais requisitado para este efeito.

Despeço-me até à próxima, com uma paragem na feira do presunto em Monchique, partilhando completamente a ideia da alteração da data da sua realização, devendo-se ter aproveitado o momento para, eventualmente, ter sido também alterada a sua designação para “festival do presunto”.
Bem hajam.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Nostálico30

Se Portugal habitualmente está associado a Fátima, futebol e fado, nesta época eu associo-o mais facilmente a férias, futebol e festivais…
Férias são férias, futebol está indubitavelmente associado aos torneios de pré-época, realizados fora e dentro do País, alguns deles na região do Algarve.
Os festivais de música realizam-se de norte a sul, cada vez mais merecendo a presença de grandes estrelas mundiais, como são o caso de Prince e Onemenwork (vais ser caro amigo! Abraço) …

Vou começar pelo futebol, sem esquecer a medíocre campanha dos navegadores em solo africano, motivada essencialmente pela fraca inteligência táctica do Sr. Prof. Carlos Queiroz, e também com os “devidos” parabéns ao novo campeão mundial, a Selecção da Catalunha!
Passado que está um mundial sem grandes motivos de regozijo para quem gosta de bom futebol, excepto numa região de Espanha, passemos então para a pré-época dos clubes da 1ªliga.
Talvez seja a 1ªvez que neste espaço me apetece “malhar” no glorioso SLB!
Mas que ideia idiota foi esta de contratarem um guarda-redes dispensado de um clube de Madrid ao nível de um clube da nossa praça sediado para as bandas de Alvalade em Lisboa, quando por metade do preço podiam ter ficado com o titular da selecção Nacional, o grande Eduardo?
Este sim a par do melhor defesa esquerdo do Mundo, Fábio Coentrão, as grandes surpresas positivas da nossa selecção no mundial realizado na pátria de Nélson Mandela.
Mas, trata-se do campeão Nacional, e esperemos que as boas indicações dadas nos jogos contra o Guimarães e Mónaco se mantenham no inicio do campeonato para que o País se encha novamente de encarnado no final da temporada!
Sobre os outros rivais do meu clube, o Clube das Antas e do apito dourado, e o outro clube de Lisboa que deixa fugir o seu capitão para a equipa dos Andrades de uma forma no mínimo estranha, não se coibindo o seu director desportivo de se assumir como anti-Benfiquista, apenas devo referir que espero sinceramente maior réplica do que aquela que deram no ano transacto para não ficarem atrás do outro Sporting, mas de Braga!
O Algarve terá duas equipas na 1ªliga, o Olhanense e a filial do Clube das Antas, esperando ansiosamente pelo jogo Portimonense-Clube das Antas, para comprovar os abraços e os beijinhos dos dois presidentes, quando o último jogo entre estas duas equipas para o mesmo campeonato resultou numa “roubalheira” e pela descida da agora filial ao escalão secundário…

Os torneios de verão também se jogam desde há muito em Monchique, e recordo alguns desses célebres momentos dos anos 80, nos jogos disputados entre as temíveis equipas do Paraíso da Montanha, Pneugalo, Travessa, Caixa Agrícola, e também algumas em que joguei como a Rádio Fóia e a equipa de atletismo do JDM, já aqui referenciada num anterior Nostálico, devendo também recordar uma equipa denominada “Cantareira”, nome retirado de uma divertida telenovela brasileira, “vereda tropical”, que animou um desses torneios de verão no então pelado campo do JDM.
Por falar em JDM, os meus parabéns e desejos de um bom trabalho ao meu amigo Victor Santos, a quem me surpreendeu pela “chamada” de um velho amigo para uma vice-presidência, Paulo Alves, que grande mais-valia apresentará decerto neste novo elenco! Força malta!

Passando aos afamados festivais de verão, já tive oportunidade de verificar via “facebook”, que os famosos bailaricos vão voltar às noites quentes da serra, e também que um festival da juventude, ou semana da juventude, também animarão as referidas noites. Numa fase azeda da vida Portuguesa, nada como bons motivos para animar a malta, seja em Monchique, seja em outro qualquer local de Portugal e da Europa.
Dos festivais mais mediáticos realizados nesta época, aquele que se encontra mais próximo do nosso concelho é o “sudoeste”, e pelo cartaz apresentado, que a mim pessoalmente diz muito pouco, será reforçado novamente com enorme afluência de malta ávida por música e diversão.
Há cerca de vinte anos atrás, em conversa com dois amigos do Alferce, surgiu a ideia de um festival do género, tendo o meu amigo Luis presenteado alguns dos seus amigos com a realização de um 1º “draft” desse projecto, na estrada entre o Alferce e a Fornalha, com resultados que não se apresentaram mais animadores porque algum pessoal resolveu “cair” na ribeira…
Imaginem que nessa data alguém se tinha lembrado de convidar o genro do nosso Presidente da Republica para estar presente nesse evento?
Não sei, mas ainda hoje seria bastante badalada mais uma edição do mediático festival “Alferce On the Rocks”, “Alferce Summer Festival” ou “ Alferce Kingston”.
Eu não me importava nada de tudo fazer para trazer os UB40 ao referido festival, não fosse pela música que concluiria o festival: Kinsgton Town, apenas alterada no seu refrão:
“Should be waiting in Alferce town!”
Não podendo ver os UB40 no Alferce, a caminho do Crato irei com todo o prazer no último fim-de-semana de Agosto para mais um memorável concerto (pelo menos para mim!).
Também não deixarei de marcar presença na festa com música dos anos 80 realizada num espaço que também é um “bocadinho” de todos os Monchiquenses, o Pavilhão do Arade. Um bom “nostálico” tem de marcar presença nesta festa.
Boas férias a todos, devagar e ainda sem pagar portagem na via do infante…

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Nostálico29

“Ayoba Portugal! Ayoba Monchique!”

Esta não será uma crónica de viagem de um rapaz de Monchique que aproveita o verão para sair do País, como escreve o nosso amigo Luis Baiona, mas sim uma crónica de viagem de um rapaz de Monchique que aproveita as fases finais de campeonatos do mundo e Europa para sair do país (excepto no Euro 2004), e apoiar a selecção Nacional de futebol.

Desde a presença da selecção das quinas no Euro96 em Inglaterra, que em conjunto com um grupo de amigos, aproveito as fases finais para assistirmos ao vivo a jogos da nossa selecção.
Já tive oportunidade de escrever em anteriores “nostálicos” algumas passagens relacionadas com estes eventos, recordando “nostálicamente” a viagem entre Londres e Sheffield, para assistir ao Portugal-Dinamarca, num mar verde e encarnado, a memorável noite na catedral da luz, depois de eliminarmos a Inglaterra nos penalties, a noite de música Portuguesa no restaurante “Vasco da Gama” em Gelsenkirchen, antes do Portugal-México e por último, a oferta de um cachecol a uma emigrante Portuguesa em Genéve, depois do Portugal-Turquia, que mais parecia a oferta da taça do mundo.
Enfim, momentos inesquecíveis onde marcamos a nossa presença, porque aderimos à participação nestes eventos organizados pela FIFA e pela UEFA.

Por isso, e como à data da escrita deste texto ainda não é possível saber o resultado do Portugal-Espanha, resolvi partilhar com os leitores do JM a viagem à África do Sul com os mesmos parceiros de sempre, para assistirmos ao Portugal-Coreia do Norte na Cidade do Cabo e Portugal-Brasil em Durban.
Obviamente que o resultado de 7-0 no Cabo, e o empate a “0” com o Pentacampeão em Durban não nos pode deixar a nós, Portugueses, envergonhados, mas como as escolhas, a táctica e a forma de estar do nosso seleccionador já foram largamente debatidos, e nada consensuais, julgo ser mais interessante deixar escrito outras passagens desta viagem, que não vulgos comentários futebolísticos.

A chegada ao aeroporto da Cidade do Cabo, vindos de Joanesburgo, apenas é comparável, em beleza vista do ar, à aterragem no aeroporto do Rio de Janeiro, e do nosso aeroporto da Portela, em Lisboa.
A Cidade do Cabo é fantástica, mas se no alto da “table mountain” temos uma vista única, e no cabo da boa esperança deixa-nos com uma ponta de orgulho, o local de referência desta cidade é sem dúvida “waterfront”, e a este local convergem os adeptos da maioria das selecções dos países presentes neste campeonato do mundo.
O policiamento é elevado, o movimento naquelas pequenas ruas e pracetas junto ao oceano é indescritível, e a possibilidade de tão depressa fazermos uma refeição sul-africana, ou uma Portuguesa no restaurante “Tasca de Belém” é algo que apenas é possível em locais universais, como se tornou aquele espaço na Cidade do Cabo.
Não tivemos oportunidade de visitar a “Robben Island”, onde Nelson Mandela esteve preso, mas o facto de ficarmos alojados no Hotel “Breakwater Lodge”, próximo de “Waterfront”, deixou-nos um pequeno sabor do que terá sido o “Apartheid” naquele distante país, dado tratar-se de uma antiga prisão transformada em hotel museu.

Durante a viagem entre o Cabo e Durban tivemos a oportunidade de privar com o jornalista do jornal “A Bola”, José Manuel Delgado, que inclusivamente publicou uma reportagem na edição deste jornal do dia seguinte sobre as diferentes histórias que ouviu nessa viagem, incluindo a nossa.
A convicção era enorme após a goleada do Cabo, e a recepção em Durban foi divertidíssima, porque qualquer sul-africano cumprimentava-nos elevando sete dedos das mãos, e nós respondíamos “Ayoba”, deixando-os ainda mais felizes, fazendo votos para que fosse a nossa selecção a elevar a taça, dado que os seus “bafana bafana” já estavam fora.

Durban tem uma comunidade Indiana muito elevada, dizendo-se que é a cidade com mais indianos fora da Índia, sendo mais habitual nos restaurantes e bares de “Florida road” a presença de inúmeros “Quéfrô?”, do que nos cafés das docas do Tejo.
Toda a festa do mundial nesta cidade centraliza-se junto às praias, onde se cruzavam tantos adeptos “canarinhos” e “tugas”, como os negros e indianos de Durban.
O ambiente que rodeou o Portugal-Brasil em Durban foi excelente, principalmente junto do estádio nesta cidade, e tal como no Cabo, qualquer um destes dois estádios ficaria bem num dos países da Europa Ocidental.

A organização deste mundial está perfeita, e à pergunta de um casal de sul-africanos brancos, indignados com a ideia existente na Europa de um País perigoso, sobre um nosso presumível regresso ao seu Pais, a nossa resposta foi positiva, mas de uma forma politicamente correcta, porque a África do Sul não é apenas “Waterfront” na Cidade do Cabo e “Golden Mille” em Durban! E isso também se consegue ver…

Despeço-me até à próxima, esperando não ser “obrigado” a “malhar” no Queirós nessa oportunidade. “Ke nako”…

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Nostálico28

Glorioso SLB

Nunca gostei de andar à chuva, mas a imagem de uma tarde em Alvalade, onde nem as cuecas estavam secas, depois de uma vitória sobre o Sporting por 6-3 (graças à magia do João Pinto e à “inteligência” do Carlos Queiroz), conquistando mais um título nacional, deixa-me com vontade de apanhar umas gotas! Quatro anos antes, numa viagem de regresso de uma actividade do Corpo Nacional de Escutas de Monchique, na Carriagem em Aljezur, recordo-me de todos vibrarmos com os dois golos de César Brito no velho estádio das Antas! Bem, quase todos, porque também vinha no autocarro o meu amigo tripeiro Paulo Alves…
Em 2004, a melhor recordação que tenho do título do Trappatoni, é pegar na minha filha ao colo com os cachecóis do Glorioso, ficando a foto para a posteridade.
E este ano o País vestiu-se de encarnado, aliás, quem viu as imagens televisivas em todo o mundo, poderia dizer que o mundo vestiu-se de encarnado!
E deixem-me dizer que não evitei uma ponta de orgulho ao passar debaixo da faixa “reservado” no nosso Largo dos Chorões…
Já só falta a casa do Benfica… (Decerto, com melhor sucesso do que o Saloon, entretanto encerrado, do Porto em Portimão!)

Apenas gostava de corrigir o treinador do Braga, esse grande “bracarense”, tal como o seu Presidente (homólogo do Presidente do Portimonense! Parabéns ao Portimonense, embora seja mais uma filial do Clube dos Andrades na próxima época da 1ªliga de futebol), que afirmou não ter vencido o campeonato, porque “apanhou” com o melhor Benfica dos últimos 30 anos! É bom relembrar ao treinador que fez um excelente campeonato com o Braga, embora tenha sido prematuramente eliminado de todas as outras competições, que na década de 80, o Benfica foi 5 vezes campeão (O Porto foi 4 e o Sporting 1), duas vezes finalista vencido da Taça dos Campeões Europeus e uma vez finalista vencido da Taça Uefa. Ainda durante a década de 90, nomeadamente na temporada 93/94, aquando da vitória por 6 a 3 em Alvalade, a equipa de Rui Costa, João Pinto, Yuran, Mozer, Isaías, Kulkov, Paneira, entre outros, além da conquista campeonato, chegou às meias-finais da Taça das Taças, numa brilhante eliminatória com o Parma.
Por isso, corrigindo o ansioso treinador do Braga, tratou-se sem dúvida do melhor Benfica dos últimos 15 anos!

Durante os últimos tempos, por diversos motivos, tenho estado diariamente ligado ao “sector da saúde”, e como sou “obrigado” pelas minhas filhas a deslocar-me ao Rock in Rio para ver, imagine-se, a Hannah Montana! Recordei-me de um episódio que também marcou de uma forma animada a minha juventude em Monchique!
Em 1990/91, fiz parte da equipa de atletismo do JDM, brilhantemente liderada pelo meu primo Jorge Fernandes, que pelo ambiente familiar que rodeava aquele excelente grupo de atletas, foi decidida a inscrição desta equipa no torneio de verão de futebol de salão no gimnodesportivo da escola de Monchique.
Como os resultados foram animadores, fomos convidados pelo então grande Presidente do JDM, Carlos Perpétuo, para um jantar de confraternização.
Tive a sorte, ou o azar, de sentar-me junto do meu amigo Rui Marques, que há data “comia pouquinho”, e para não ficar atrás, tive uma refeição à imagem do chefe dos gauleses, no caminho para Alverne, numa das famosas aventuras de Astérix e Obélix…
No entanto, o pós jantar não correu assim tão bem, e desloquei-me ao hospital para ver o que se passava.
Quem me atendeu foi o nosso Doutor Lopes, que todos recordamos com carinho e, também tristeza pelo episódio nos Açores que nos deixou num enorme estado de consternação.
O Doutor Lopes que habitualmente servia de boleia para as minhas deslocações à praia nesse verão, ao verificar que estava cheio de dores, pediu para repousar um pouco e tomar um medicamento entretanto fornecido por um enfermeiro bastante prestável, para debelar aquela pequena sensação de enfartamento.
Passados uns minutos, apercebi-me de um som de fundo espectacular, vindo de outra sala, que de facto ajudou no referido repouso.
Este episódio não teria piada, não fosse o referido enfermeiro e o Dr. Lopes deslocarem-se junto de mim para dizerem o seguinte:
“- Então pá! Estás melhor? Levanta-te da cama, porque nem sabes o que estás a perder! O melhor concerto de sempre dos “The Who”!”
Também me recordei recentemente deste episódio caricato quando assisti à actuação deste grupo na final do “Superbowl” pela televisão. E à imagem dos excertos do concerto na televisão, a que assisti no hospital de Monchique, sempre brilhantes!

Despeço-me até Junho, mês do Mundial, e dos conquistadores de Queiroz na África do Sul. Se tivéssemos a sorte de trocar o Queiroz pelo Mourinho, arriscávamos a ser campeões do Mundo, passando este a ser a par da estátua de Fernando Pessoa em Durban e o Cabo da Boa Esperança, eternamente ligado ao feito de Bartolomeu Dias, os maiores marcos Portugueses na antiga terra dos Zulus e Boers…

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Nostálico27

Uma nuvem de poeira vulcânica cobre os céus da Europa do norte e central!
Quem diria que um vulcão em erupção num País falido próximo do árctico pudesse provocar tamanha confusão no velho continente?

O nosso Presidente da Republica, Cavaco Silva, é obrigado a fazer a viagem de regresso a Portugal, depois de ter “levado” com o seu homologo checo, nada “politicamente correcto” quando criticou deliberadamente o descontrolo das contas públicas no nosso País (mas também quem é que mandou aos governos dos últimos 15 anos não terem feito o trabalho bem feito de redução de despesa pública, que não é mais nem menos do que aquilo que famílias e empresas são agora obrigadas a fazer?), vindo de Praga de autocarro! O que pessoalmente me deixa algo satisfeito, com algum sentimento de vingança, não tivesse sido ele o 1º ministro que adiou consecutivamente a auto-estrada Lisboa-Algarve, obrigando-nos a fazer viagens de 5 e 6 horas, entre Lisboa e Portimão num autocarro expresso, durante quase a totalidade da década de 90!

Será que a tia do líder do Bloco de esquerda é Mansa? Além do vulcão na Islândia, nada como as pequenas erupções do nosso 1º ministro nos debates com a oposição, agora que já não tem a seu lado o homem de Comporta, ex-ministro Manuel Pinho, que gostava de tourear os deputados estalinistas. A última erupção do homólogo do pensador grego é fantástica, em resposta “off” ao Louçã! (chateia-me a associação grega, mas a coincidência existe, e nada há a fazer!)
- Manso é a tua tia, pá!
Se fosse há dois séculos atrás seria decerto marcado um duelo de capa e espada entre estes dois actores da cena politica nacional…
No entanto a realidade é outra, e sem duelos de capa e espada, o horizonte é “nublado”, nada relacionado com a força da natureza no falido País da Islândia!

As consequências da erupção vulcânica na Islândia trazem-me à memória a nossa Picota.
Recordo-me principalmente de dois momentos relacionados com a “escalada” à nossa 2ªmontanha:
O primeiro deve-se naturalmente à 1ªvez que “escalei” a Picota, guardando a recordação de mal ter dormido durante a noite anterior, com uma ansiedade só comparável à noite que antecedia as corridas de atletismo durante as comemorações do 25 de Abril durante a década de 80, no antigo largo dos chorões, que por vezes parecia ter alguns obstáculos, como correr à volta do posto de combustível da “Mobil”, em locais escorregadios. Voltando à Picota, a saída de Monchique nesse dia, rumo ao cume da montanha iniciou-se logo pela manhã, mas para nossa grande infelicidade, deparamo-nos de uma densa manhã de nevoeiro, e mesmo com a certeza de não encontrarmos um El Rei D. Sebastião qualquer durante a escalada resolvemos todos continuar a expedição.
Não vimos do alto da Picota, à data ainda sem a torre de controlo, a paisagem da nossa mui nobre vila de Monchique, nem tão pouco o litoral algarvio e montes alentejanos, mas valeu pela aventura da escalada e da descida num dia em que apenas conseguíamos ver algo num raio de pouco mais de 10 metros.
O 2º momento devolve-me à memória a subida na companhia dos meus amigos António Eusébio e Rui Chaparro, que nada teria de interessante não fosse o facto de sentirmos um intenso cheiro a gás no cimo da montanha, que nos deixou particularmente assustados, e também a possibilidade de subirmos à Torre Eiffel da Picota, dessa vez com o céu completamente limpo, possibilitando perfeitamente a visibilidade dos aviões a aterrarem e descolarem no aeroporto de Faro. Também podia fazer referência a um episódio idêntico ao do filme “Joe contra o vulcão”, podia? Mas não era a mesma coisa!
Curioso pensar que ainda não tiramos todo o proveito no nosso concelho por termos a sorte, pela natureza e pela decisão dos fundadores da nossa Vila, de nos encontrarmos posicionados entre duas fabulosas serras.
Em Itália, entre a zona toscana e a região “Laziale” da capital Roma, situa-se a região de Rieti, onde senti alguma similaridade com a nossa serra de Monchique, na cidade rodeada pelas serras, pela diversidade da sua floresta e consequente beleza natural, mas com um aproveitamento excelente de tudo o que pudesse ser aproveitado turisticamente, e a mais de 100 km do litoral!

Sobre futebol, apetece-me hoje falar no Portimonense que está a um passo, ou não, da subida ao escalão máximo do nosso futebol, a 1ªliga! Mas, sinceramente, não sei se me apetece ver mais uma filial do Clube das Antas da região do Algarve na 1ªliga…
Porque como é sabido, o presidente do clube de Portimão é dragão de qualquer coisa, sendo inclusivamente mencionado no “best-seller” da ex-namoradinha do dragão-mor, Carolina Salgado (As minhas filhas “obrigaram-me a ir ao cinema para ver um filme animado a 3D, e adorei o filme “Como treinares o teu dragão”, principalmente a forma como o jovem viking e seu inseparável parceiro, “fúria da noite”, derrotaram o dragão-mor, possibilitando a todos os outros dragões a inserção na sociedade normal!).
Aliás, tenho muita curiosidade em saber algo mais sobre a efémera existência da casa do referido clube na cidade de Portimão!
E obviamente que, no final, todos os barlaventinos esperam que o Litos seja capaz de colocar o Portimonense na 1ªliga, de onde saiu com a ajuda do seu agora amiguinho do Porto, num jogo em Portimão em que o golo do clube das antas foi antecedido de uma bola que tinha saído fora da linha lateral, sem que o fiscal de linha algo tivesse feito, ainda que estivesse a dois metros do lance fulcral desse jogo…

O meu amigo Raul Amado facultou-me uma foto antiga do Largo dos Chorões, onde ainda aparece o edifício antigo do Lagar de Azeite, e por falar em lagar, sugiro aos leitores que ao passarem próximo de Alcochete, se dirijam ao restaurante “Alcaxete”, com excelentes propostas para uma refeição ribatejana, num antigo lagar de azeite, que mantém a estrutura antiga, incluindo ainda um pequeno museu sobre a arte de fazer o azeite (diferente, não?).
Despeço-me até ao próximo Nostálico a velocidade supersónica, não vão os motores ficar danificados com a poeira vulcânica…

domingo, 18 de abril de 2010

O Nostálico26

Entre o final da década de 80 e o início da década de 90 era habitual a presença de nomes conhecidos da música Portuguesa no palco da Fatacil, feira realizada durante o mês de Agosto em Lagoa.
Ouvir ao vivo no referido certame nomes como os Sétima legião ou Xutos e Pontapés, era sem dúvida, à época, algo de espectacular, verificando-se uma enorme afluência da “malta” de Monchique aos concertos com a presença de grupos como os anteriormente referidos, ou mesmo os GNR (embora destes últimos a recordação de actuações ao vivo tenha mais a ver com um concerto na Trigonometria de Alvor em 1990, e o emblemático concerto em Alvalade dois anos depois), UHF (os tais que bateram recordes em Monchique, provavelmente após sucessivas provas da nossa saudável aguardente de medronho) e Rui Veloso.

Antes de fazer uma devida homenagem, resolvi introduzir o tema dos concertos ao vivo na Fatacil, porque em 1993, fiquei desgostoso ao assistir à despedida dos meus amigos, porque iam dirigir-se para um concerto ao vivo na Fatacil, enquanto eu tinha de ficar a trabalhar no Barlefante!
Os dois meses desse ano, Agosto e Setembro, em que trabalhei no Barlefante foram fantásticos! Retirando, talvez, o momento em que a responsabilidade falava mais alto, e não podia acompanhar os meus amigos, como o concerto em Lagoa.
Era um prazer trabalhar durante as tardes e noites daquele verão ao lado da Patricia e do José do Carmo, servindo amigos, conversando sobre diversos temas, e à imagem daquilo que eu pensava apenas ver em filmes e séries, como “Cheer’s, aquele bar!”, servir também para ouvir os desabafos dos clientes, e por vezes, os nossos próprios desabafos.

E presto assim homenagem ao Barlefante, por mais um aniversário na Páscoa, e por todos estes anos em que tem testemunhado diferentes gerações de jovens Monchiquenses, e não só, fazendo parte da história de cada um de nós.
O Barlefante é um ícone do nosso concelho, pela quantidade de histórias que aquelas paredes guardam.
Os meus parabéns pela longevidade do Barlefante e da importância que aquele espaço teve, tem e terá junto dos jovens do nosso concelho.

Para terminar, recordando a realização da final da Liga no Estádio do Algarve, será que a colocação de bancadas nos cantos, permitindo chegar a uma capacidade de 40.000 lugares sentados, seria muito desajustada, tendo em conta a candidatura ibérica à realização do Mundial de Futebol de 2018?
Para mim, a realização de jogos apenas em Lisboa e Porto, fará com que esse eventual evento passe a chamar-se “Mundial de Futebol 2018 Espanha” (com jogos no Porto e Lisboa, como se tratasse de uma prova de ciclismo, tipo Volta a França, onde os corredores passam por os países fronteiriços com França).
Obviamente que falando no Estádio do Algarve, tenho de falar na vitória do Glorioso Benfica sobre um clube da cidade do Porto na final da taça da liga por 3-0, e também da grandiosa exibição do meu clube em Marselha, contra a táctica do Deschamps e do árbitro!
Por falar em Porto, deixo-vos com uma sugestão:
- Na deslocação à cidade invicta, nada como complementar a visita à cidade com um excelente almoço ou jantar num restaurante mesmo em frente à estação de Campanhã, onde se comem os melhores filetes de pescada do mundo, “Casa do Aleixo”, curiosamente gerido por um grande Benfiquista daquela cidade.
Despeço-me a 50km/hora, porque está na época de MUDAR, e dentro das localidades devemos cumprir com o limite máximo de velocidade permitido.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Nostálico25

“Achtung Baby!”

Estava a ouvir a versão do tema dos U2, “One”, interpretado pela dupla Bono e Mary J. Blidge, quando me recordei de duas situações indirectamente relacionadas com esta música:

- O dia em que comprei o álbum, LP, disco de vinil, dos U2, “achtung baby!”, lançado em 1991, adquirido na loja da Valentim de Carvalho no Rossio, exactamente numa 6ªfeira quando me deslocava para o Campo das Cebolas, para apanhar o autocarro (Expresso) Lisboa-Portimão, ansioso por chegar a Monchique, e ouvir as novas músicas do melhor grupo do mundo no, agora, velhinho “gira-discos” na casa do meu Pai e da minha Mãe;

- O fabuloso Trabant utilizado pelos U2 na gravação/teledisco do tema original, percorrendo as ruas de Berlim pós queda do muro com o mesmo nome, e de como na estadia recente, por motivos profissionais, na Alemanha, ainda foi possível ver tão famoso automóvel do período da Guerra fria pelas estradas deste Pais.

Desenvolvendo a 1ªsituação, recordo-me de como sabia bem sentir o cheiro da Serra de Monchique, durante a viagem de Portimão para Monchique, e como adiei a audição do novo álbum dos U2, para não perder uma das muitas saudosas 6ªs feiras à noite em Monchique, rever os amigos, contar as situações vividas, e ouvir as “últimas” que o Jornal de Monchique não continha. Ainda por Lisboa, sabia bem os “ganhos” obtidos com o jogo da “lerpa”, permitindo não só a aquisição dos últimos sucessos na loja da Valentim de Carvalho, como também um delicioso hambúrguer com cogumelos no antigo “Abracadabra”, que em conjunto com o “Frog” e o “Last American Disaster”, dominava a oferta de “comida” importada dos “States”, antes da massificada entrada de restaurantes “McDonalds”, ou do “boneco donalds”, como diz a minha filha! Obviamente que, as “perdas” com o referido jogo “obrigavam-me” a adiar um fim-de-semana em Monchique (Talvez tenha aprendido a lição, e ainda hoje as minhas apostas não ultrapassam um boletim semanal do Euromilhões, e nem sempre!).

Sobre a 2ªsituação e o famoso Trabant dos U2, nada mais devo acrescentar, mas vou partilhar convosco três episódios, totalmente diferentes, ocorridos na referida viagem.

Na viagem de táxi entre o Aeroporto e o centro de Frankfurt, nada me deixou mais feliz do que a questão do taxista sobre a minha equipa em Portugal:
- És do Benfica ou do FC Lisboa? Exacto! Nem Sporting, nem o Clube Corrupto do Porto. Apenas FC Lisboa! Claro que respondi-lhe que era do Benfica, e que não me recordava de mais nenhuma equipa Portuguesa! Ainda tentei o Juventude D Monchiquense, mas a gargalhada ao ouvir “FC Lisbon” não deixou grande margem ao taxista para prolongar a conversa.

Sim, talvez o Monchiquense seja mais conhecido naquelas paragens do que o clube do Campo Grande em Lisboa e o clube das Antas no Porto, porque o 2º episódio que vou relatar é o conhecimento de muitos alemães sobre a Serra de Monchique no sul de Portugal, e como a possibilidade de um dia ficarem na nossa terra mais do que simples semanas de férias, é para uma grande maioria deles quase uma ambição! Também falaram da costa vicentina e Alentejo, mas foi impressionante o conhecimento detalhado que detinham sobre a nossa terra.

Não queria terminar mal esta edição do Nostálico, mas sobre o melhor pano caiu a nódoa, e quando à discussão sobre as línguas mais faladas no mundo, onde o Português se encontra na 7ªposição, um alemão no alto da sua afamada presunção afirma:
- A língua alemã é a mais falada na Europa!
“Acordei”, e lembrei-me que os traumas do passado daquela gente ainda persistem!
De facto, até tinha razão, mas a posição “altaneira” não podia falhar! “Achtung!”

Para terminar, espero que mais uma vez a Feira dos Enchidos nos “encha” de orgulho, uma sugestão para um churrasco brasileiro em Copacabana, no Rio de Janeiro, no restaurante “Monchique”, e a curiosidade que é a existência de um local no sotavento/barrocal algarvio de nome…
…Monchique!
Até breve a “One” km/hora.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Nostálico24

O tempo passa a correr!
Quem diria que estamos em 2010 e não podemos ainda passar férias na Lua…
Sim, porque na década de 80 era natural julgarmos que tal fosse possível, mais não fosse por vermos filmes como o “Regresso ao Futuro”, “ET” e a sempre escaldante série televisiva “Galáctica”! (Dai a velha expressão: “Andas a ver muitos filmes!”)
Por falar em “Galáctica”, em conjunto com a reunião aos sábados na já velhinha sede do CNE em Monchique e os jogos dos “seniores” jogados sábado sim, sábado não, no “pelado” do J.D.Monchiquense, constituía motivos mais do que suficientes para transformar aquele dia da semana em algo muito especial.

Enfim, chegamos a 2010 e os assuntos mais discutidos entre as pessoas, além das escutas telefónicas no “Youtube” que comprovam a corrupção existente na década de 90, exercida pelos tentáculos do clube das Antas, e do seu chefinho mor, o dono do Bobi e do Tareco (Só para contrariar, as minhas filhas conseguiram convencer-me a “adoptar” um gato para casa, mas com uma condição: “Chamar-se-á Saviola!”, e dois dias depois do momento da adopção, Saviola marcava o golo da vitória sobre o clube corrupto do Porto! Toma!), são o orçamento de Estado (e como o nosso 1º mais uma vez não será capaz de reduzir a despesa pública), as comemorações do centenário da Republica (talvez o único motivo de concordância com o ex-presidente da República, Mário Soares, passageiro de tartarugas), os casamentos “gay” (magnifica forma de desviar as atenções daquilo que realmente deveria interessar aos Portugueses, e não porque razão dois homens e/ou duas mulheres a viverem juntos têm de casar para terem os mesmos benefícios de um casal heterossexual! Nós não podemos ainda passar férias na Lua, mas que andamos nela, andamos sim…), as namoradas do Ronaldo e as amantes do Tiger Woods (afinal, sempre existem as famosas viúvas do Golfe, eh!eh!eh!), a crise financeira e a época do Benfica (talvez o único motivo, que a par do centenário da Republica, caberiam perfeitamente na descrição de bons motivos para vivermos em Portugal no ano da graça de 2010…).

Em Monchique, e passados que são também vinte e muitos anos depois do pensamento do jovem adolescente Monchiquense numas regadas férias na Lua em 2010, o convento permanece igual, a estrada nacional nº266 não muda (ou melhor, com a “pequenina” diferença dos irritantes semáforos agora existentes), a Picota continua a olhar para a Fóia com a infelicidade de não ter chegado, na sua fase de crescimento, aos 900 metros, os parques de campismo existem no litoral algarvio, a população jovem continua a decrescer, fruto da interioridade vivida em muitos locais de Portugal, e a equipa principal do Monchiquense apresenta, finalmente, muitos jogadores da sua “cantera”.
Mas tal como Jesus chegou ao Glorioso, e modificou todo o “modus operandi” do maior clube do mundo, também tenho sinceras esperanças que a mudança na gestão do nosso concelho trará diferenças no “modus operandi” que permitirão, para bem de todos os Monchiquenses, desenvolver mais o concelho que todos tanto gostamos.

Daqui a 20 anos, estaremos provavelmente a ouvir noticias de um orçamento de estado difícil de executar pela constatação de muitos anos anteriores de má gestão (mas faço Fé para que tal não passe de uma previsão), comemorações dos 120 anos da republica ou de 1000 anos de monarquia, os divórcios “gay”, as namoradas do Tiger e as amantes do Ronaldo (que entretanto, terá casado com a filha da Paris Hilton) e a época do Benfica (a caminhar para o 50º titulo).
Em Monchique, o convento, transformado em Pousada Histórica, será galardoado como o monumento mais bem conservado de Portugal, a Estrada Nacional 266 permanecerá como a “nossa route 66”, ao lado de uma nova via de comunicação entre Monchique e o Litoral Algarvio, a Picota terá uma via de acesso, bastante visitada, depois da realização naquele local da sequela de Hollywood – “O Vulcão!”, existirá um parque de campismo bastante concorrido, pela proximidade com um centro de estágio, frequentado nesse ano pela Selecção Nacional de Portugal como local de preparação do Europeu, onde defenderá o titulo de campeã Europeia, conquistado em Madrid no ano de 2018, ante a Espanha, com Mourinho como nosso Seleccionador, e a população jovem de Monchique ultrapassará Braga, nesse ano, como o local mais jovem de Portugal.

Sonhar é fácil, mas entre sonhos tão esquisitos, aparecem por vezes tantas realidades, não fosse o “brainstorming” uma das técnicas mais utilizadas para procurar “o ponto G”…
Ora aqui está mais um dos assuntos comentados nos últimos tempos, aproveitando para com ele me despedir até à próxima, devagarinho, a 8km por hora.

O Nostálico23

“É Natal! É Natal! Sininhos de Luz.
Alegria! Alegria! Já nasceu Jesus.”

Do Natal em Monchique, recordo-me, provavelmente como todos os que pertencem à minha geração, da famosa “peúga” na chaminé e dos presentes junto da lareira na manhã do dia 25 de Dezembro, deixados no referido local por…
…Jesus!
Ah! Pois é! Não era o Pai Natal da “Coca-cola” que deixava os presentes (o mesmo que hoje em dia me obriga a vestir de vermelho e branco na noite de Natal, para oferecer os presentes às minhas filhas e aos meus sobrinhos! Não fosse a barba de algodão e o gorro de duende, e pareceria que se tratava de mais uma deslocação à grande Catedral da Luz!), mas sim o “Menino Jesus”!
Também tenho de desabafar que há mais de trinta anos, a dita peúga era bem mais “curta” que o saco, com o qual apareço à porta da minha casa vestido de vermelho e branco, faltando apenas as renas, porque a motivação de um Natal passado na Atalaia é sempre diferente daqueles passados entre a Fóia e a Picota, e assim as renas não entram no esforço motivacional de mais uma noite teatral!
Mas, os meus Pais nunca me deixaram ficar mal, e retenho na memória excelentes presentes descobertos na manhã seguinte à visita de Jesus, e o Natal na Atalaia, só pela alegria das minhas princesas, já põe completamente num patamar inferior as noites de Natal passadas na mui digna e sempre “altaneira” Vila de Monchique.

Enfim, mais um Natal, que vale pelo sorriso das crianças, e pela companhia da família, de preferência acompanhada de perfeita saúde de todos os familiares degusta dores de mais umas boas postas do peixe pescado nos frios mares da Noruega.

Natal em Monchique também me faz recordar com alguma piada, talvez no final da década de 80, da presença de luzes de natal na antiga sede do Crédito Agrícola em Monchique, “Feliz Natal Boas Festas”, que por qualquer razão foram mantidas durante algum período nesse local, levando uma visitante inglesa a questionar um celebre Monchiquense se naquele local funcionava alguma “boite”…

Sobre as passagens de ano em Monchique muito mais havia para escrever, mas como qualquer memorável noite de “reveillon” terminava no cume mais alto a sul do Tejo, proponho que aproveitando os espectáculos de fogo de artificio nos diversos locais do litoral algarvio (desde que os “budgets” ainda estejam disponíveis numa fase ainda longínqua de actos eleitorais autárquicos), se organize uma mega passagem de ano no cimo da Fóia, com uma enorme fogueira, actuações de estrelas musicais (pedindo talvez ao prof. Carlos Queiroz que solicite a presença dos “Black Eyed Peas” para uma actuação superior à provocada pelos habitantes de Chicago no programa da “Oprah”) e o sempre apetecível caldo verde na madrugada do 1º dia de 2010 a ver o nascer do sol mais bonito do mundo, adicionado com a inimitável chouriça de Monchique.

Despeço-me com os habituais votos, nesta quadra, de um feliz e santo Natal, e um próspero ano novo para todos os leitores do Jornal de Monchique (já agora, com o Benfica campeão, e Portugal, no limite, vencedor do jogo com o Brasil em Durban na África do Sul, que eu prometo deixar uma coroa de flores junto da estátua de Fernando Pessoa nesta cidade).

O Nostálico22

Antes de partir para outros assuntos, permitam-me desabafar convosco que após uma derrota do Glorioso SLB para a taça de Portugal com o Vitória de Guimarães, não será boa opção a hora escolhida para escrever este texto no Nostálico!

Assim, pelo mau humor resultante da má exibição da minha equipa, culminada com o afastamento da Taça de Portugal que obviamente agora deixará de ter interesse para mais de 2/3 da população Portuguesa, apetece-me “malhar”, como dizia o antigo ministro dos assuntos parlamentares (esse grande arauto de esquerda! Julga ele…), naquilo que para mim têm sido nos últimos tempos grandes trapalhadas à Portuguesa!

Mas por que razão um ex-comissário Europeu, ministro e deputado resolve dar a sua “cara” na lista do PSD para as últimas eleições legislativas, renunciando depois ao lugar de deputado por causa de…
…nada!
Agora, cada vez que olho para um pinheiro, como muitos que felizmente ainda perduram no nosso concelho, lembro-me da…
…música dos INXS, “Devil’s Inside”!

Recordo-me dos tempos áureos do Jornal “O Independente”, em que cada edição descobria a “careca” a tantos notáveis da vida politica e social Portuguesa. Imagino a dificuldade deste Jornal em escolher hoje os melhores títulos, caso ainda existisse, com o corrupio de notícias relacionadas com a Face Oculta, BPN, contratos de concessão de auto estradas, contentores de Alcântara, o período de reflexão do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, Freeport, etc.
Fico satisfeito pela designada “Geração Rasca” do final dos anos “80”, inícios de “90”, no período da PGA, ser hoje a geração protagonista da viragem (acredito eu!) em relação à forma como as instituições eram e são agora geridas, pela falta de bom senso antes existente na diferença que era aplicada entre o que se “fazia” da porta para dentro, e aquilo que se “fazia” da porta para fora!
Permitam-me desabafar que o final da década de 80, devido a um processo ligado à produção de notas falsas, mostrou uma vila de Monchique mais próxima de um episódio do saudoso “Zé Gato”, levando-me inclusivamente a faltar a algumas aulas com o objectivo de assistir ao julgamento, na também saudosa Casa do Povo (que há anos sem fio pede uma remodelação tão desejada, e tão necessária!).

O que hoje se discute e se sabe sobre o caso “face oculta” faz-me lembrar, com as devidas diferenças, o caso “apito dourado”!
E porquê?
Não, não tem a ver com as já famosas ligações entre o mundo da politica e do futebol, com os “fabulásticos” resultados que todos nós conhecemos…
Apenas faço esta comparação pela forma como as escutas telefónicas são tratadas!
Se no caso do futebol existem escutas que provam actos de corrupção activa e passiva do presidente do clube da cidade do Porto e seus “fiéis” aliados, e que incrivelmente não foram utilizadas como prova. Na “Face Oculta”, discute-se a destruição ou não das escutas telefónicas que podem ou não comprometer os altos dignitários da Nação.
Sem querer, volto a lembrar-me do resultado do Glorioso na Taça de Portugal com os “Afonsinhos do Condado”, como também do próximo derby lisboeta com o clube do Lumiar, esperando que se possa contrariar a história do mais fraco vencer o mais forte!
Curiosamente nos últimos dias encontro de manhã, numa pastelaria próxima da minha residência, os jogadores do Sporting, João Moutinho, Helder Postiga e Tiago, antes dos treinos matinais, com um novo “ar” que me deixa preocupado. Decerto nada será, porque também estamos a falar do grande Pescadores da Costa da Caparica, e não do “fraquito” Bayern de Munique…

Por falar em futebol, nada como terminar com os merecidos parabéns ao Grande Juventude Desportiva Monchiquense, que completou mais um ano no passado dia 14 de Novembro, e desejos para que Portugal não seja “obrigado” a jogar em Joanesburgo e/ou Pretória. Nada mais me resta, senão esperar pelo sorteio no próximo dia 4 de Dezembro.
Da década de 80, só mesmo as notas falsas, mas ainda assim despeço-me a 80km/hora…