sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Nostálico 12

Caros leitores,
Cantemos:
“Parabéns ao Nostálico, neste 1º aniversário, muitas “alembraduras”, nesta edição tão especial!”
A descoberta de um pseudo-jornal escolar de 1987, originou doze edições deste espaço no Jornal de Monchique. Enfim, tem um sabor especial escrever hoje estas linhas…

A minha filha mais velha entrou este ano na escola primária, ou melhor no 1ºciclo do ensino básico!
Este facto não me leva a escrever sobre as greves dos professores, sobre o sindicalista Super Mário, sobre os ovos da Ministra (até porque fazem bastante falta nesta época de festas! Os ovos, obviamente!), sobre as faltas dos professores (das faltas dos deputados falarei um pouco mais à frente!) ou sobre a avaliação dos professores (afinal a razão de tanta confusão!), mas sim sobre as recordações dos anos passados na Escola Primária de São Roque!
Ainda não sei se éramos nós, Pais, ou ela que estávamos mais ansiosos! Até as irmãs gémeas estavam ansiosas, porque entenderam que também queriam levar a “mana” à Escola, e assim chegaram “ligeiramente” atrasadas à creche da mui nobre aldeia da Atalaia…
A nossa pequenita entrava na escola, e eu lembrei-me de São Roque!

Não me esqueço do meu primeiro dia de aulas no início de Outubro de 1978, estava num estado de ansiedade nunca vivido antes e o caminho entre a Rua Serpa Pinto e a Escola de São Roque foi fantástico, porque parecia uma “procissão” de mães levando os seus filhos à Escola.
Depois do 1ºdia, aulas de meio-dia, jogos de futebol no campo de terra batida, jogos nos sobreiros na encosta para o vale, onde hoje existem habitações e a curiosidade de amizades conquistadas com 6 ou 7 anos de idade que ainda hoje perduram…
Também existia uma rivalidade “saudável”, digo eu, entre a escola de São Pedro e a escola de São Roque, que na opinião dos alunos da escola de São Roque era injusta porque o edifício da nossa escola tinha duas salas e na escola de São Pedro existiam quatro salas! Curioso que ganhei esta minha costela de Sulista (mas não elitista, e nem por isso demasiado liberal!), porque via a Escola de São Pedro e sua área envolvente como o “Norte” e a nossa Escola como “Sul”. Atenção leitores da Meia-Viana e Nave porque nunca vos considerei de África! (Mas que raio! Agora compreendo porque mesmo sabendo que a guerra da secessão foi ganha pela União nos Estados Unidos, ainda assim parecia que “puxava” pela Confederação, apenas por ser Sul na série de grande sucesso dos anos 80, Norte e Sul! Analogia mal conseguida, até porque retratou uma das consequências mais nobres da história mundial, a abolição do regime esclavagista!).
Escusado será dizer que a partir do antigo 1ºano do ciclo preparatório, tornei-me um Monchiquense dos “sete costados”, e até ser “obrigado” a concluir os estudos em Portimão, via esta localidade como o “norte” (mesmo que geograficamente fique mais a Sul)! Em Portimão passei a ser um defensor do Barlavento Algarvio, onde se insere Monchique, mas nunca esquecendo que, infelizmente, os laços entre o nosso concelho e o Alentejo têm se perdido nos últimos anos! Ainda fui na “camioneta da carreira” de Sabóia, na nossa “route 66” (na próxima edição voltarei ao tema estrada de Sabóia!), para uma viagem de comboio com destino ao Barreiro.
E as feiras do 1º de Maio na aldeia do Viradouro, localizada entre a Nave Redonda e a Estação de Sabóia? E os bailes na Nave Redonda, ou os concertos do grande Clemente e José Malhoa patrocinados pela Rádio Fóia (como disse um velho amigo num programa desta rádio: “Rádio Fóia, a rádio mais alta de Monchique! Nã, nã, nã, nã, do Algarve!”)? E os jogos de futebol de 11 entre a Nave Redonda e Santa Clara, recheada de jogadores de Monchique (Parabéns ao JDM pelo aniversário e pela nova atitude, ainda que talvez um pouco atrasada na aposta nos valores de Monchique)? Neste momento até mesmo da “água ferrosa” da Fonte da Amoreira eu tenho saudades…

Para terminar, e voltando à questão das faltas dos deputados da Nação, é um absurdo não saírem severamente penalizados os deputados faltosos sem justificação de faltas! Compreendo de alguma forma todos aqueles que contribuem para os elevados números de abstenção nas diferentes eleições dos últimos anos.
Mas está mal! Devemos votar e mostrar o devido “cartão amarelo”, assim como vos convido a entrar na página da Internet da Câmara Municipal de Monchique, nas actas publicadas, para, por exemplo, verificarem a quantidade de deputados municipais que faltam às assembleias municipais sem justificação e sem designação de substituto!
Mas também vos garanto que não vou propor aqui neste espaço, seis meses de ditadura no nosso Concelho!

Proponho que acedam ao site do grupo musical da terra, Café Jójó (Dá-lhe primo Fernando Mário, outra vez!).

Com os desejos de um Santo Natal e um óptimo ano novo, saio agora a 20km/h (porque o Trenó não dá mais…).
Humberto Sério

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Nostálico 11

Sem pretensões nas eventuais analogias ou relações que possam suceder com a leitura das próximas linhas, a verdade é que durante muito tempo, e salvo raras excepções, apenas no JM podia encontrar conforto com notícias relacionadas com a minha terra!
Durante esta semana, pelo contrário, foi um corrupio de notícias relacionadas com o nosso concelho na imprensa escrita Nacional!
E não se tratava de uma eventual eliminatória da taça de Portugal entre os Gloriosos JDM e SLB no campo dos sobreiros (não posso deixar passar o assunto SLB sem dar os parabéns aos Benfiquistas de Monchique pela zona de protecção especial em Monchique para a Águia de Bonelli, vulgo “Perdigueira”! Uma pequena provocação: Onde existem em Monchique zonas de protecção para lagartos? Ou zonas de protecção para Godzillas? Sim! Godzillas. Mais depressa se encontra uma Godzilla que um dragão!), nem de “quando o Presidente da Republica visitou Monchique”, nem da inauguração da “nova” unidade hoteleira histórica no velho convento, nem da entrega de prémios no recinto dos BVM, nem tão pouco da passagem do concelho a “Sultanato”!

No jornal Expresso foi publicada uma notícia sobre o sucesso que é a construção do “resort” nas Caldas de Monchique, onde tudo é pensado em função do “equilíbrio do corpo, da mente e do espírito”! Lindo! Com sorte, Richard Gere e outros Budistas do Novo Continente optarão rapidamente por um “salto” sobre o oceano Atlântico, esquecendo as montanhas do Tibete!
Mais a sério, obviamente que se trata de um projecto que pode deixar a nós, Monchiquenses, cheios de orgulho, mais não seja por ter recebido um prestigiado prémio em Londres.
Aliás, o facto de incluir uma sala de cinema poderá facilmente fazer-nos esquecer as gloriosas sessões de cinema na Casa do Povo, e mais recentemente no novo quartel dos bombeiros (Ahhhh! E que grandes saudades dos bailaricos no antigo quartel dos BVM no Largo dos Chorões!).
Imaginem!
- Extra! Extra! Antestreia do novo filme de Richard Gere, “Sete Anos na Picota”, na nova sala de cinema do “Resort” das Caldas de Monchique, com a presença do notável actor! Patrocínio exclusivo da “Lancia” (Compadre Artur, prepara-te para a rodagem de um anúncio nos caminhos da Cerca da Rita!).

Outra noticia que me deixou orgulhoso por ser Monchiquense, foi a reportagem na revista “Exame” sobre o “Engarrafamento termal nas Caldas de Monchique”!
Que espectáculo! Os casinos e “casas de diversão” em Macau e Hong Kong terão nas suas mesas as sensuais garrafas de água “Chic”!
Imaginem o que seria se acontecesse o mesmo que recentemente sucedeu em Itália com Vinho a sair nas torneiras das casas de uma localidade Italiana! Ou seja, por um pequeno “lapso”, a “low-cost” das águas “Premium” seria engarrafada com uma também miraculosa aguardente de medronho.
Não duvido que os Chineses passariam a rir muito mais, passando a competir directamente com os idosos do norte da Europa pela aquisição dos apartamentos de relaxamento espiritual dos vales das caldas de Monchique, e/ou junto do possível novo campo de golfe de altitude nas termas da Fornalha!

As duas referidas noticias são simplesmente motivadoras, e piadas à parte, que sejam sinónimo de muitas mais noticias potenciadoras de optimismo para inverter a tendência de, década após década, envelhecimento e diminuição da população no concelho de Monchique.

Despeço-me de olhos fechados, desta vez lentamente e não a 80km/hora, imaginando a paisagem do litoral algarvio visto das Caldas de Monchique, com o corpo, mente e espírito equilibrado bebendo uma garrafa sensual de “Chic”.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Nostálico 10

Quando frequentava a antiga 3ªclasse do ensino primário na saudosa escola primária de São Roque na turma da Professora Graça Batalim que muito marcou pela positiva aquele conjunto de crianças, respondi “Presidente da Republica” à pergunta sobre o queria ser quando fosse grande (embora a questão possa ter ocorrido numa aula da também saudosa Professora Cidália Duarte).
Mais tarde, no início da adolescência, e derivado em parte por dever o meu nome ao capitão do Glorioso SLB dos anos 70, Humberto Coelho (pela anuência dos meus Pais ao pedido do meu irmão), ansiava por ser um dia jogador profissional de Futebol! Ainda ambicionei ser Piloto de Aviões, fruto do sucesso filmatográfico dos anos 80, Top Gun – Ases Indomáveis. E, ainda antes de optar pela área de gestão, estive quase, mas mesmo quase, a optar pela área de História, na vertente de Arquelogia, sem qualquer tipo de influência do “Indiana Jones”!
Pela falta de dotes futebolísticos, pela impossibilidade de um dia “chatear” um “Sócrates” qualquer e pela falta de um dente do siso, era a arqueologia a única via capaz de me impedir de fazer aquilo que faço hoje em dia.
E opto por fazer esta introdução no Nostálico precisamente porque veio à memória um assunto relacionado com a Arqueologia e com Monchique.

Há poucos dias desfolhando um pequeno livro sobre a origem e o significado do nome dalgumas terras do nosso Pais, além de Marmelete, também é referenciada a aldeia do Alferce, nomeadamente o Posto de Vigia árabe da Pedra Branca.
Nos fantásticos momentos vividos como escuteiro no agrupamento de Monchique do CNE, recordo-me de uma actividade na freguesia do Alferce onde durante uma caminhada o Chefe José Carlos mostrou os vestígios e ruínas da antiga fortificação árabe num monte situado o lugar da Pedra Branca.
Pela minha paixão pela arqueologia e por Monchique, resolvi concorrer ao “Descobre a Tua Terra” de 1990, com um texto centrado precisamente no referido monumento.
Graças a esse posto de vigia árabe devo 10 dias maravilhosos a bordo do paquete Russo “Dimitri Shostakovich”, representando Monchique numa tripulação de centenas de jovens de todo o Pais.
Importa referir que o Posto de Vigia não foi suficiente para arrebatar o 1ºprémio, tendo a viagem a Macau ficado para outro concorrente de Monchique.

Passados que são actualmente dezoito anos desde o concurso volto, através do Nostálico, ao assunto Posto de Vigia Árabe da Pedra Branca!
Não tenho conhecimento de mais algum vestígio árabe no nosso concelho, e vejo nestas ruínas mais uma forma de divulgarmos Monchique, e em particular o Alferce.
Como sabem, por muito menos se divulgam locais e zonas do nosso Pais!
É obvio que, encontrando-se o nosso ex-libris nas condições em que se encontra, o Convento, falar agora de uma esquecida fortificação árabe, ou melhor, o que dela resta, talvez pareça algo presunçoso, mas ao Nostálico tudo é perdoado, e nada como colocar na mesma lista de prioridades culturais do nosso concelho o Convento e o posto de vigia árabe da Pedra Branca!

E com alguma imaginação, recriar junto do local momentos árabes, momentos da reconquista cristã, momentos que, imaginem, possam ter sido passados na nossa serra, as eventuais “Astúrias Algarvias”, onde os bravos descendentes de D. Afonso Henriques se refugiavam para reunir de novo forças para a reconquista de importantes praças Algarvias daquela época, como Silves ou Alvor!
Não! Por favor não divulguem esta ideia ao Mel Gibson, porque já chega o Braveheart e a Paixão de Cristo para derrame de sangue, e em Monchique se houver algum liquido para derramar que seja aguardente de Medronho (desde que não seja no chão!) …

Durante as minhas férias em Monchique ouvi por diversas vezes a tese de que Monchique, perdendo o Tribunal, perdendo outros organismos públicos para concelhos mais próximos, seria num determinado espaço de tempo absorvido por outros locais, havendo até quem já tivesse realizado a presumível “distribuição”:
Monchique para Portimão, Alferce para Silves e Marmelete para Aljezur!
Meu caros, antes dos jogos de futebol do campeonato distrital de juniores realizados na casa de equipas do litoral algarvio, o Professor Helder Carneiro dizia:
“- Vocês são da serra, são diferentes desta malta, e não se esqueçam que eles ainda vão jogar lá em cima!”
Nem quero acreditar em teses destrutivas, quero antes acreditar que mais facilmente nos tornaríamos no Liechtenstein ou San Marino de Portugal…

E despeço-me rapidamente antes que a imaginação passe pela eventual história dos “Rainiers” de Monchique!
A 80 km/hora, com um forte abraço para o meu amigo Sr. Raul Amado, ex-colega da também saudosa Fiat Portugal, pelas palavras amáveis na anterior edição do JM.
Até breve!

O Nostálico 9

Escrever esta edição com a paisagem da Picota à minha frente transforma estas linhas em algo de especial, por serem as primeiras, sob a forma de Nostálico, escritas na minha terra.
Férias! Logo que chega o 1ºdia de férias, a placa em Lisboa com indicação do Algarve torna-se no “monumento” mais importante da Capital, e facilmente são esquecidos os pastéis de Belém, os jogos do Glorioso Benfica na Catedral da Luz (temos equipa e com um optimismo saudável, pedindo as devidas desculpas aos meus amigos lagartos e aos poucos amigos tripeiros, podemos encomendar as faixas de campeões!), as pataniscas do Painel de Alcântara e as lamejinhas de Alcochete.
Enfim, férias são férias, conjugadas com um período de permanência em Monchique, umas idas à praia e rever bons velhos amigos é como retemperar todas as forças para o último terço do ano, objectivos para cumprir e planeamento de 2009.

Esta época do ano também serve para pôr a leitura em dia, e alguns dos livros que me fizeram companhia nos últimos tempos levaram-me a relacioná-los com Monchique, sentido necessidade de utilizar o Nostálico para convosco partilhar esses pensamentos/ideias.

Desde sempre que a leitura de um livro desperta em mim uma vontade enorme em viajar e conhecer pessoalmente alguns dos locais referenciados nessas obras.
Ainda no início das férias, após leitura do “Comboio Nocturno para Lisboa”, fiquei com curiosidade por visitar Berna, na Suíça, e alguns locais em Lisboa, que por muito estranho que possa parecer, ainda tem a faculdade de, após 17 anos a viver junto daquela cidade, “esconder” locais do nosso conhecimento.

A leitura do livro “Equador” de Miguel Sousa Tavares (com quem apenas discordo totalmente na defesa que faz do clube de futebol das Antas, esse clube dirigido pelo Papa Português, e que não se livrará de ser para sempre considerado, nos anais da história desportiva, e não só, como um clube corrupto!), prometi a mim mesmo que tudo faria para um dia deslocar-me a São Tomé e Príncipe (com alguma sorte ainda poderia encontrar um “Sebastião” qualquer capaz de mostrar os locais mais ocultos daquele arquipélago!).

Mas o que mais me deixou a pensar em como um livro (de preferência Best-seller!) pode ajudar na promoção de um local, vila, região e até mesmo de um pais, foi o livro “Anjos e Demónios” de Dan Brown, que por razões profissionais permitiu-me a sua leitura na semana que antecedeu uma viagem a Roma.
Não existe nada mais fantástico que passar pelos locais da acção de um livro.
Comparar Roma com Monchique é impossível, porque naturalmente que a cidade de Rómulo e Remo tem muito menos interesse que a Vila de Mons Cicus, o Coliseu de Roma é menos interessante que o Convento de Monchique, a Via Veneto é inferior ao Porto Fundo, o fórum romano mais pobre que o Mirante, e é escusado falar nos Imperadores Romanos, nomeadamente Júlio César, ou até mesmo no “Duce” Mussolini!

O que eu não daria para ler um romance com acção vivida em Monchique, que incluísse perseguições no seu centro histórico (Ainda espero vê-lo sem circulação automóvel!), entre as ruas e ruelas da nossa majestosa vila, encontros secretos no tanque do povo, jantares palacianos no “castelo” e porque não, encontros casuais no meio dos sobejamente conhecidos sobreiros junto do Campo de Futebol do Glorioso JDM, vulgo Campo da Bola?
A acção do romance também poderia contemplar, à imagem da referida obra “Anjos e Demónios, passagens por Ayamonte (para se vender nos Estados Unidos de Castela e Leão! Como sabem, os Castelhanos sem uma referência à sua terra pouco ligariam a este best-seller, ou não fossem eles capazes de dizer que Di Stefano foi o melhor jogador de futebol do mundo, e dos melhores de Espanha!), Mossoró (insisto, merece uma deslocação a esta linda cidade do nordeste brasileiro, provocando na história algo de novo na vida quotidiana de Monchique, que seria a inclusão de uma personagem brasileira), Marioila (referenciado como o local da Máfia Monchiquense!), Nave Redonda (para reforçar a imagem da estrada de Sabóia como a nossa “Route 66”), futuro parque solar fotovoltaico de Monchique (Tenho fé! Tal como na futura casa do Benfica! Se o clube de futebol das Antas tem uma casa em Portimão, porque não uma casa do Glorioso no nosso concelho?) e Autódromo Internacional do Algarve (Ora! Ai está um empreendimento que pode, a par desta presumível obra, catapultar Monchique para os “circuitos mundiais”!).

Nunca se sabe, e desde que a obra fosse um sucesso, imaginem a quantidade de curiosos que começariam a procurar Monchique e seus locais na obra referenciados!
Um amigo disse-me que o Nostálico seria um passo para um Blog e para um futuro livro! Sobre o Blog, está fora de questão, porque não gosto desse universo, mas sobre um futuro livro ai está uma ideia para concretizar. Obviamente que seria necessário mais tempo, mais qualidade literária e uns apoios financeiros da Perfeitura de Mossoró, da FIA, do Glorioso SLB e da Apisolar.

Mais importante que tudo é aproveitar as férias para os motivos que invoquei no início, e se me permitirem, aproveitando os ventos de feição, despeço-me dos estimados leitores a 80 nós…

O Nostálico 8

É com enorme prazer que o Nostálico deseja uns merecidos parabéns ao Jornal de Monchique pela sua 300ªedição!
No entanto, desculpem não termos o poder para trazer de volta a Marilyn Monroe para cantar os parabéns à 300ªedição do JM, como tão bem fez ao presidente dos EUA, JFKennedy, nos anos 60!
Talvez se consiga algo no próximo evento das maravilhas de Monchique, dos 10 mais famosos de Monchique ou na cerimónia de entrega das bandeiras azuis para as praias de Monchique com a presença da Ana Malhoa ou da Floribella, que podem muito bem substituir a Marilyn na hora da cantoria! E que crescidas que elas estão…

Obviamente que também é um enorme prazer incluir a 8ªedição do Nostálico neste número do JM, devendo fazer uma referência ao 1ºartigo escrito pelo autor destes textos e pelo seu amigo Marco Águas, publicado numa edição do JM em 1988!
Tratava-se de um caso policiário, mais ou menos “copiado” de um outro muito semelhante publicado na revista das Selecções dos Readers Digest, ao nível daqueles grandes desafios que eram os casos policiários do famigerado Diário Popular dos sábados à tarde, escritos pelo grande Inspector Artur Varatojo.
Sobre a dita “cópia”, verdade seja dita, para dois adolescentes com 15 anos, até que não estava nada mal!
Por falar em casos policiários, quando a inspiração começar a falhar, daremos início à escrita de inúmeras aventuras da Brigada Juvenil Monchiquense (extinta nos anos 90 por falta de subsídios), responsável pela investigação de alguns “casos policiários” dos anos 80 em Monchique, como foi exemplo o assalto à Roloute abandonada no Penedo do Buraco, ou o estudo e decifração da documentação encontrada na cabana do Montinho nas Caldas! A BJ era constituída pelos bravos Inspectores MacWater, FireFox (o ausente!), Inspector Ruivinho, Inspector Sabão, Inspector Silêncio, Henry Bomb e Danger Inspector!
Faltou uma música ao nível de:
- “We are the famous Five, Julian, Dick and Anne, George and Timmy the dog…”;
Ou melhor:
- “We are the famous BJ, Sabão, Silêncio, Water, Ruivinho, Danger and Henry the Bomb…” (Ah! E o Firefox, que faltava sempre!)

Terminamos o último Nostálico com uma referência a Mossoró!
A vila de Monchique é geminada com alguma outra localidade?
Julgo que não!
Existe algum critério particular para uma geminação entre diferentes localidades de diferentes países?
Não faço a mínima ideia se estas questões têm respostas óbvias, mas sei que geminar Monchique com uma localidade como Mossoró poderia ser interessante!
Mossoró é a 2ªcidade do estado do Rio Grande do Norte no Brasil.
A capital deste estado, Natal, fica junto à costa. Aliás, coincidência ou não, próxima da capital, fica uma pequena praia junto da foz de um bonito rio, designada por Prainha!
Quando descemos à pequena praia, deparamo-nos com um bar de madeira, de seu nome Caniço! É gerido por um brasileiro e uma portuguesa que se conheceram no “irmão” Caniço-Bar localizado na Prainha, em Alvor.

Mossoró fica no interior, e é conhecida também pelo Hotel Thermas e pelas piscinas naturais com diferentes temperaturas. Desde as mais elevadas, capazes de nos deixar preparados para vibrar com um jogo do Glorioso Benfica, até a temperaturas mais reduzidas, mas sempre quentes…
São apenas algumas coincidências que reforçam a potencial mais-valia entre a geminação de Monchique com Mossoró. Não concordam?

Se existem autarcas do Algarve que levam os munícipes a tratamentos aos olhos em Cuba, poderia ser interessante o intercâmbio de utilizadores de termas entre as nossas Caldas e as Thermas de Mossoró!
Não sendo possível a geminação com Monchique, sugerimos a Mossoró o local do mui nobre sítio da Marioila…

Para terminar, de nada valeu a boa exibição contra os turcos e contra a Republica Checa, porque faltou ambição à nossa selecção no momento de verdade contra os Alemães, com Scolari mais preocupado em fazer render o seu jogador Paulo Ferreira e o Ronaldo mais preocupado em ficar na próxima temporada próximo da sua Nereida em Madrid!
Assim, tivemos de assistir à vitória da Selecção dos Estados Unidos de Castela e Leão num Europeu de Futebol de má memória…

Para terminar e conjugando algumas referências desta edição, sugiro uma comemoração de qualquer coisa, ou até mesmo o próximo encontro de Portaro, nas Thermas de Mossoró com a presença da Nereida e da Floribella, retirando-me a 80km à hora, sem grandes ultrapassagens (é usual encontrar-se no Rio Grande do Norte a seguinte placa de trânsito: “Na dúvida, não ultrapasse!”). Bem hajam.

O Nostálico 7

À porta de mais uma época balnear, veio-me à memória um curioso episódio ocorrido no inicio da década de 90 em Monchique relacionado com a selecção de praias a nível nacional com direito a hastearem a Bandeira Azul, símbolo de qualidade de uma praia ou marina.
Segundo sei, alguém se lembrou de enviar para a nossa autarquia o formulário para candidatura das “praias” do nosso concelho a tão conceituado galardão!
O reconhecimento é óbvio, e ao mesmo tempo divertido, quando recordo com satisfação a decisão do edil Monchiquense em enviar algumas “praias” do nosso concelho a concurso.
Devo dizer que, mesmo se tratando de uma situação caricata, deu-me algum prazer ouvir alguns amigos de outros locais do Algarve se referirem a este episódio com elogios ao fair-play da nossa autarquia na abordagem ao complicado desafio.
Infelizmente, não foi possível o prazer de visualizarmos bandeiras azuis nas “praias” da Ribeira do Ambrósio e Barragem da Foia!
(Faltou a imaginação de nos candidatarmos com a Marina! Nunca se sabe, com o degelo total dos glaciares, facilmente se encontrará uma marina no Vale de Boi, mesmo ao lado do molhe e praia da ribeira das canas!)

Durante os anos 80 era quase um insulto para os mais novos a referência ou a “colagem” à Ribeira do Ambrósio.
A imagem de algo feio, poluente e malcheiroso era facilmente associada à Ribeira do Ambrósio!
Nada mais falso!
O Nostálico declara a necessidade do reconhecimento que este curso de água merece na vida passada, presente e futura da mui nobre Vila de Monchique!
O Tejo em Lisboa passa também por Toledo! O Douro no Porto passa também por Zamora! O Guadiana em Vila Real de Santo António passa também por Badajoz! O Arade em Portimão passa também por Silves! E até o Amazonas em Manaus passa por Santarém e Óbidos! O quê? Ah! Não é Santarém dos Campinos, nem Óbidos do chocolate…
E a Ribeira do Ambrósio? Por onde passa?
- Passa por Monchique! E mai nada…
“A César o que é de César, e a Ambrósio o que é de Ambrósio!”
Ou melhor, para quando referências tipo:
“Monchique, essa bela localidade banhada pela imponente Ribeira do Ambrósio!”, ou;
“Monchique e seu Convento Altaneiro entre as margens da límpida Ribeira do Ambrósio!”.

Por falar em Convento, já começa a faltar uma pintura renovada da fachada do Monumento?
Sim, porque vê-se perfeitamente que tirando a pintura do nosso Convento, nada mais se pode notar no que concerne à manutenção do nosso principal Monumento! Eh!Eh!Eh!
Pssst! Não façam barulho, pode o Pedro da Silva acordar com pesadelos no seu longo sono de alguns séculos…

Voltando à Ribeira do Ambrósio e à sua importância no desenvolvimento económico do nosso concelho, podem acreditar estimados leitores que o grande erro de Pedro da Silva ao imaginar um Convento na encosta onde se encontra actualmente, foi a falta de “alembradura” em erigir tão imponente construção nas margens da Ribeira do Ambrósio!
Garantidamente que ainda hoje poderíamos apenas ter a preocupação da referida pintura!
Alguns jovens Monchiquenses inseridos no programa “tempos livres” de 1987, tiveram o prazer de, durante a pintura das paredes do convento com cal, assistir à encenação de uma peça de teatro digna das melhores salas da “Broadway”, quando um desses jovens “viu” a sua t-shirt banhada no balde de cal, e um outro, todo ele pintado de branco, se deslocava num andar muito característico a caminho da fonte dos passarinhos para um merecido “banho”!
Na Broadway: “Aquarium!”
No Convento: “CALarium!”

Antecipo pela 1ªvez a próxima edição do Nostálico com uma proposta de geminação de Monchique com…
…Mossoró!
Vruummm! A 80 km/hora com os cabelos ao vento a caminho de uma boa praia, despeço-me mais uma vez com um até já!

O Nostálico 6

Quando for publicada esta edição do Nostálico estaremos a poucas semanas do Euro 2008 na Suíça/Áustria, e também pós comemorações do 25 de Abril de 1974.
Por isso, dedicarei esta edição a esses dois momentos e de que forma eu me recordo da sua relação com Monchique.

Aproveitando a referência às comemorações do 25 de Abril, e na sequência do texto escrito numa das 1ªs edições do Nostálico sobre as corridas realizadas nos anos 80 que normalmente tinham como vencedor o “Zé Manel Lalá”, ocorreu uma situação caricata numa dessas corridas, quando na frente ia o Jorge Fernandes, mas por “alteração de última hora” do percurso protagonizada pela organização, permitiu ao 1º referido “encurtar” o percurso e vencer com menos uns metros percorridos relativamente a alguns dos que seguiam na sua frente!
Eu próprio recordo-me da corrida dos mais novos em que o vencedor encurtou “terreno”, virando antes das antigas bombas da Móbil, e não após as mesmas!
Nessa altura, fitas divisórias, só mesmo nas corridas de corta-mato das amendoeiras em flor!
A contestação não produziu efeitos e todos continuamos a celebrar Abril…
Enfim, se passados 34 anos do 25 de Abril a democracia em Portugal ainda é jovem e com algumas falhas, não se pode criticar a organização desses eventos nos anos 80 em Monchique, quando já se sabia que o “programa de festas” era “chapa 5”, ou seja:
- Banda do BVM; - Corridas no Largo dos Chorões; - Concerto de música popular Portuguesa e Jogo de futebol de solteiros vs casados no “campo da bola” do JDM.
Ah! E os foguetes! E também as corridas de sacos, que me permitiram obter uma bem guardada medalha entregue pelo Carlos Perpétuo!
Permitam-me também agradecer ao Carlos Gervásio, pelo excelente desenho do fundo do mar, que incluía mesmo um submarino e a assinatura do autor do Nostálico, permitindo a este último o recebimento de um prémio no concurso inter-escolas de desenho nas comemorações do 25 de Abril, assim como a outro colega que também o venceu, com um desenho da “Baribi” dos bombeiros “produzido” pelo mesmo autor.
Não fiquem tristes, caros leitores, porque o autor também recebeu um prémio pelo desenho assinado por si próprio.

Sobre as prestações da Selecção Nacional de futebol nas diversas fases finais do europeu ou mundial, e como me recordo delas na relação com Monchique, não será tarefa fácil. No entanto, recordo com saudade o jogo em Sheffield/Inglaterra, entre Portugal e Dinamarca no 1ºjogo da fase de grupos do Euro 96, e como a viagem entre Londres e Sheffield (transportados pelo nosso amigo de Monchique residente me Londres) me transformou num adepto incondicional da Selecção Nacional de Futebol, numa altura em que conseguimos bilhetes para o evento na semana anterior ao mesmo nas bilheteiras da antiga sede da FPF na Praça da Alegria (agora com alguma sorte conseguimos bilhetes para o jogo em Genebra contra a Turquia, depois de todos nós termos concorrido via internet para os jogos da Selecção Nacional!).
A febre de 1996 levou-nos a marcar um almoço no Porto Fundo no dia do Portugal-Républica Checa, jogo de má memória pelo chapéu de Karel Poborsky ao Vitor Baia…
Bem dizia o Fernando e o António Albino:
“Tira o cachecol de cima da televisão, que isso ainda dá Azar!”
Bem dito, bem feito!
E não é que no Euro 2000, o cachecol também estava em cima da televisão no jogo das meias-finais contra a França? Pois é! A mão do Abel Xavier adivinhou…

Mas se a loucura do Euro 2004 transformou o nosso Pais numa imensa claque (faço aqui um parêntesis para partilhar convosco a verdadeira loucura que foi assistir ao vivo ao jogo dos quartos-de-final do referido evento entre Portugal e Inglaterra, para mim e para muitos, o melhor jogo em termos de emoção alguma vez visto! Infelizmente, após o penalti falhado pelo Rui Costa, preferi descer as escadas da Catedral da Luz, não assistindo assim ao momento do Ricardo com e sem luvas!), loucura também existiu durante o ano de 1986, quando um conjunto de jovens de Monchique formou a 1ªclaque organizada, denominada “Juve Monchiquense” (OK, o Glorioso tem um palmarés bem maior que o seu vizinho verde, mas este tem a melhor claque de Portugal! E não ficava bem Diabos de Monchique! Não! Nunca foi sugerido o nome de “Super qualquer coisa”. Á data apenas existia em filme o Super-Homem! E não era o ex-namorado da Carolina!).
Antes de um decisivo Infante de Sagres - JDM, resolvemos organizar uma claque de apoio ao nosso clube, que lutava valentemente pela subida à 1ªdivisão distrital, nessa decisiva deslocação à Costa Vicentina!
A Direcção do clube apoiou-nos na deslocação, levávamos duas bandeiras do JDM, algumas canções previamente preparadas e muita vontade em apoiar os onze de Monchique (Sim! Todos eles eram mesmo de Monchique, todos eles resultado do trabalho da formação do clube).
Não quero exagerar, mas a claque era composta por cerca de 30 jovens, e estavam no campo do Infante de Sagres algumas dezenas de adeptos do JDM.
Se no campo desportivo, o jogo até nem correu mal, após empate a duas bolas e um penalti defendido pelo nosso guardião a poucos minutos do final da partida, no que diz respeito à claque, não posso escrever o mesmo, dado que a “malta” de Sagres não viu muita graça na situação, e “atacou” os elementos da Juve Monchiquense com cenouras!!!! Quem quiser acreditar, que acredite! Eram mesmo cenouras…
Pior do que isso foi o acto de Hooliganismo levado a cabo por alguns dos adeptos locais, que ao conseguirem roubar a bandeira mais antiga do JDM, incendiaram-na, tendo a mesma ardido na sua quase totalidade.
A claque ainda contribuiu para os resultados positivos do JDM nesse ano (1ºlugar do Barlavento), mas nem ela conseguiu levar de vencida a formação do Sotavento, a após uma derrota em São Brás, não conseguimos melhor que um empate a duas bolas no velhinho campo pelado do JDM.

A 80 km/hora, e com muita vontade de gritar pelo nome da minha pátria contra os Infiéis Turcos, despeço-me até breve…

Humberto Sério

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Nostálico 5

As últimas manifestações nacionais contra as politicas do Governo (Professores; reformados; etc.), levaram-me a pensar, não sei porquê, em dois momentos dos anos 80 vividos no nosso mui nobre concelho de Monchique (talvez merecesse mais a pena recordar, embora fora dos limites do nosso concelho, a manifestação contra a Prova Geral de Acesso ao Ensino Superior em 1989 que reuniu os alunos das escolas secundárias de Portimão, não tendo resultado em mais nada que na sua realização, obrigando-me à dissertação de um texto sobre a 1ªguerra no Iraque! Dizia o outro dos bodes respiratórios: “Ganda memória”!).
Ao nível nacional apenas encontro semelhança aos momentos que de seguida anunciarei, nos dois referendos do Aborto (Felizmente que se fez “luz” neste último!) e da Regionalização (Ainda hoje passei em Alcochete e junto da estátua de D. Manuel I reparei na inscrição “Rei de Portugal e dos Algarves”, ou seja até nos primórdios da nossa história havia quem olhasse para a Região do Algarve como uma verdadeira REGIÃO! Venha o sim! E já agora, mais políticos competentes!).
Bem, voltando aos anos 80, recordo-me da realização do “referendo local” sobre a localização da então futura nova escola C+S de Monchique (Pé da Cruz ou Descansa Pernas, mais dois locais “místicos”!), e o abaixo-assinado sobre a construção/instalação do Radar da NATO na Fóia.

Sobre o referido referendo, tendo como resultado larga vantagem para a opção Descansa Pernas, apenas me ocorre alguma tristeza manifestada pelo “núcleo” sul de Monchique dado que a deslocação, como foi a minha durante dois anos para a actual Escola situada logo a seguir à “Praça do Peixe”, fazia no seu final jus ao nome do local de implantação, Descansa Pernas!

Como seria a escola no Pé da Cruz? O que estaria construído no local onde temos a nossa Escola? Enfim, perguntas sem resposta, apenas com a possibilidade de fazer humor…
Mas como de momento nada à Gato Fedorento me ocorre, fiquemo-nos por transferir os armazéns da CMM e a Cooperativa para o Descansa Pernas, e a Escola Secundária para o Pé da Cruz! Eh! Eh! Podemos imaginar também as piscinas e o quartel dos BVM no Pé da Cruz e os Postos de Combustível no Descansa Pernas (sim, porque apenas existia o antigo posto da Mobil no antigo Largo dos Chorões)!
Ah! E aproveitando a fértil imaginação, talvez fosse importante lançar a ideia de um “referendo” idêntico sobre a localização da presumível futura Escola Profissional de Monchique, “segurando” alguma malta para a conclusão do 12ºano em “casa”. Parece-me bem!

Passemos ao abaixo-assinado.
Tenho uma vaga ideia, mas como diz um grande amigo meu:
“Tenho uma vaga ideia, mas a vaga é maior que a ideia!”
E sendo assim, que os mouros (Por falar em mouros, afinal o Estádio Bruce Lee pode muito bem vir a ter o outro nome, mas com a designação de arguido!) esqueçam a Fóia, e que concentrem as suas atenções noutros locais da Europa Central, ou no limite, com o meu antecipado perdão aos Açorianos, que se concentrem nas Lages!
Espero sinceramente que os amigos do Islão entendam melhor o Dinamarquês (pelo menos em BD!) que o Português, e que eu não me veja na necessidade de pedir ajuda/abrigo ao Salman Rushdie (que não era mal pensado tendo em conta a participação deste no Diário de Bridget Jones! Gorda? Quem disse?), ou refugiar-me na Marioila!
Mas não deixa de fazer algum sentido pensarmos no que nos condicionava ou não a colocar a nossa assinatura naquele abaixo-assinado nos anos 80 (antes do final da Guerra fria, queda do muro de Berlim, Perestroika - Camarada Jerónimo, volte a ler o livro do homem com a pintinha na cabeça, Gorbatshev!), e aquilo que nos levava hoje a assiná-lo ou não!

Bem, se no que diz respeito ao “referendo” sobre a escola, não teria dúvida em votar ao contrário, mais não fosse por não querer “matar” as recordações desses dois anos bem passados no Descansa Pernas, ou por não achar piada aos Postos de Combustível no Descansa Pernas, ou porque todas estas alterações podiam-nos levar a uma manifestação com caravana de Portaros! Já no que toca ao abaixo-assinado, não tenho ideia formada, até porque me “esqueci” de colocar o Radar no “evento imaginário” sobre as presumíveis maravilhas de Monchique…

Vi-me “grego” para escrever este texto, porque só me apetecia escrever sobre a nossa selecção (perder três vezes com os gregos?), mas como não encontrava relação com Monchique e com os anos 80, optei por estes dois momentos que já teriam caído no esquecimento de muitos de vós. Ou esta hipótese ou escrever sobre um evento imaginário sobre os potenciais 10 grandes Monchiquenses…

A 80 km/hora, volto eu a sair de cena, para não falar dos 50 km/hora na Avenida de Ceuta!!!!

O Nostálico 4

Se existiram maravilhas no último Nostálico que tive na dúvida se devia ou não colocar nas sete mais, uma delas foi a Cozinha de Monchique recheada de pratos deliciosos e bons para o Castrol como diria o amigo dos bodes respiratórios...

Acreditem que neste momento escrevo estas palavras um pouco “assustado”, após leitura atenta do último JM.
Isto porque se associarem as lembranças, que entretanto já tinha escrito, ao texto do Sr. Carriço sobre a “morteporco”, podem parecer plágio!
Sim, porque estava eu radiante a imaginar uma matança do porco, as filhós, o café, a aguardente de medronho e as BESNAGAS, tentando fazer destas lembranças algo enquadrado na vida ainda curta do Nostálico, e de repente sou “obrigado” a refazer os meus textos.
Não tem mal!
Num jogo de Golfe, quando a bola fica a poucos centímetros do buraco, e tratando-se de um jogo de cavalheiros, é costume dizer-se:
- Está dada!
Talvez faça o mesmo, e não apague alguns dos seguintes textos, proporcionando assim aos leitores duas perspectivas das famosas Besnagas!
Obviamente, sem comparação! Até porque “este” último “O Sabor da Vida” foi dos textos que mais prazer me deu em ler nos últimos tempos. Espectacular descrição!
No entanto, e de uma forma cómica, porque outra coisa não seria de esperar deste maluco suplemento:
- Nada se aproxima ao prazer de uma viagem de Portaro para a Marioila, e comer uma boa “pratada” de Besnagas!

Mudando de agulha! Rouxinol Faduxo e Anjos na Feira dos Enchidos? Falta a música popular Portuguesa!
Recordo-me agora do famoso Hit dos anos 80, passado há dias atrás no 80 à Hora, Autocarro do Amor!
“É o autocarro do amor,
Logo respondeu o revisor:
O desdobramento vem lá atrás!”
E ponto final, nada havia a fazer durante três anos esperando a “camioneta da carreira” à frente do Posto da GNR…

Enfim, vamos ao que interessa e passemos a alguns dos textos escritos anteriormente à leitura do JM.

Recorda-me com nostalgia alguns “acepipes” próprios da nossa terra, como por exemplo a Tiborna! E pela Tiborna se inicia esta listagem de iguarias.

Tiborna – Pão a sair do forno, azeite, sal e alho.
O que custa mais é tentar fazer em Lisboa uma boa tiborna, com pão saído do forno (em todas as padarias designado por pão alentejano! As padarias em Lisboa com pão alentejano fazem-me lembrar as padarias dos Portugueses em São Paulo com pão de queijo!). Nada se compara ao “nosso pão”!
Peço desculpa, mas vou interromper esta escrita para testar mais uma vez a minha tiborna! Cada vez respeito mais o meu estômago, e recuperando uma frase bem verdadeira:
“Ninguém consegue fazer nada com o estômago vazio”

Gemada
Alguém bem próximo do Nostálico diria:
“Eu sou guloso, mas a gemada é mais gulosa.”
Potente! Já não se fazem gemadas como antigamente…
Idêntico à Gemada só mesmo um Redeye, por Flanagan no filme Cocktail (Anos 80! Não falha…).

Besnagas
A 1ªcarne retirada do Porco, num dia de “matança”, a ser cozinhada para os valentes homens que ajudaram em todas as fases desse glorioso momento, designada por besnagas, era uma delícia!
“Morteporco” e “Destilas” de Aguardente de Medronho deveriam ser consideradas como “Tradições Protegidas”, à semelhança de áreas naturais protegidas ou monumentos nacionais!
Dado que estão na moda as “Ipetitions”, vou lançar uma que ficaria bem ao lado de “Volta Figo à Selecção” e “Regressa Maestro Rui Costa”:
“Protejam a morteporco e as destilas de aguardente! Assine por baixo e será convidado para ambas, na sua próxima realização, no sítio do Selão, na Maria do Trotil.”

Doce Branco
Sei que não existe apenas em Monchique, mas neste momento não quero saber! Depois de um bom prato de besnagas, duma boa tiborna (com pão de Monchique!) ou até mesmo para companhia de uma potente gemada, nada como três ou quatro “frutas”, ou “presunto”, ou “queijo” de doce branco.

Besnagas, autocarro do amor, gemada, tiborna e medronho!
“Ganda Nóia!” Já dizia o pequenito antes de ser corrido pelo autarca de Gaia.
Isto hoje não correu nada bem!
Talvez na próxima retome a temática de locais, festivais ou programas nacionais à escala Monchiquense.

O melhor é mesmo sair de fininho a 80 km/hora.

O Nostálico 3

Enumerar alguns dos locais míticos de Monchique na última edição deste espaço publicado no nosso Jornal de Monchique, fez despertar o meu imaginário e pensar nas possíveis 7 maravilhas de Monchique!

Tal como os locais míticos e situações/recordações do passado, também as 7 maravilhas de Monchique podiam-se transformar em 700 maravilhas do nosso grandioso concelho (bastaria reunir a votação individual de todos os mui nobres cidadãos do concelho), mas como decerto irão entender, procuro não só enumerar aquelas que me parecem mais consensuais, como tentarei dar “combustível” ao meu imaginário, criando uma espécie de:

“Noite do anúncio das 7 maravilhas de Monchique no recinto de bailes dos BVM” (para rivalizar com a noite do anúncio das 7 maravilhas do mundo, e de Portugal, no Estádio da Luz, perdão! Catedral da Luz!).

No rol de potenciais maravilhas poderíamos encontrar as Caldas de Monchique, a Picota, a Fóia, a Igreja Matriz, o Porto Fundo, o Convento, a Araucária, o Alferce, a fonte dos passarinhos, Marmelete, a cozinha de Monchique, o Barranco dos Pizões, as ruínas na Pedra Branca/Alferce, a Cascata no Penedo do Buraco, o Largo dos Chorões, o Castelo, a Marioila (Ok, meus caros, faço-lhes a vontade!), Mirante, Santinha, enfim, tantos locais e edifícios que podiam completar este rol, mas que de momento não me consigo lembrar de mais!

Assim, posso dar início à descrição daquilo que seria a memorável noite do anúncio oficial das 7 maravilhas de Monchique no Recinto de Bailes dos Bombeiros Voluntários de Monchique, próximo da sede do também glorioso Juventude Desportiva Monchiquense.

Na Catedral da Luz (porque será que não foi escolhida a “nave” de Alvalade ou o Estádio Bruce Lee, Ex. Antas, futuro Estádio Arguido Pinto da Costa?), estiveram nomes internacionais e nacionais, como o Cristiano Ronaldo, Mariza, Jennifer Lopez, Joaquim Cortez, actores e actrizes de Hollywood.
Pois no velho recinto dos BVM, estariam as grandes atracções Soraya Cristina, Grupo de Cantares de Portel, os UHF (para mais 5 horas de concerto, como nas comemorações do 25 de Abril há uns anos atrás!), Os Cantores De Monchique (dá-lhe primo!) e todos os jogadores de futebol do JDM, entretanto retirados, mas com presença garantida nos famigerados clássicos solteiros contra casados.

Dando início à divulgação das 7 maravilhas, o apresentador anunciava cada uma delas, e um representante subiria ao palco para receber o prémio.

1ªmaravilha – Convento
Mas ninguém aparecia! Porquê? Talvez por não pertencer a ninguém? Ou porque é de muita gente? Enfim, lá recebeu o prémio o Digníssimo Presidente da Câmara, agradecendo aos presentes e anunciando um grande festival no ano seguinte para comemoração do 1ºaniversário deste evento! Foi o rejúbilo total… (Os UHF disponibilizaram-se de imediato!)

2ªmaravilha – Caldas de Monchique
Um conjunto de Macaenses sobe ao Palco, recebe o prémio e comunica a construção do 1º casino de montanha em Monchique!
Ah! E um pequeno pavilhão chinês (idêntico ao existente no Principe Real em Lisboa).

3ªmaravilha – Mirante
Porque me apetece, porque seria o local privilegiado para assistir ao 30º Encontro Nacional de Portaro e porque seria o local mais seguro para não levar com uma cana na cabeça, depois de um fogo de artifício de uma comemoração qualquer.

4ªmaravilha – Castelo
Os representantes da família do Sr. Mascarenhas transmitem o negócio fechado na noite anterior com Michael Jackson, para servir de refúgio a este cantor branco, oops! Negro! Oops! Estou confuso! Será um segundo caso de Dreamland?

5ªmaravilha – Igreja Matriz
Recebem o prémio o Sr. Prior, acompanhado do Sr. Padre Ferro e do Sr. Padre Coelho, que depois dos devidos agradecimentos e beijinhos para a família, comunicam que a sua votação foi para Fátima nas 7 maravilhas de Portugal. Também assumo, a minha votação iria para Porto Santo, porque é a melhor praia de Portugal (mesmo com o Alberto João por perto!).

6ªmaravilha – Largo dos Chorões
O povo recebe o prémio e faz um abaixo-assinado para a reconstrução do Largo dos Chorões, com um túnel entre a Rua Serpa Pinto e o Porto Fundo, e um outro para a Rua Duarte Pacheco! Ah! E uma ponte para São Roque! OK, também tenho o direito de levar a minha imaginação para o ridículo…

7ªmaravilha – Marioila
Queriam? Não! Caros amigos, esqueçam a Marioila! Se os americanos também conseguiram esquecer o Vietnam…
Oops, mas agora é o Iraque!
Ok! Amigos Alves, Feios, Águas, Rosa, Carvalho, Carneiro e Barradas:
“Por favor, não vão para o Cansino (Alferce) …”
(Com estas lembranças recordo o grande amigo e Chefe José Carlos. Onde quer que estejas Zé, um grande abraço!)

Agora, sim! A 7ªmaravilha do concelho de Monchique é a sua FLORESTA, deixando aqui a minha homenagem aos soldados da paz da nossa terra.
É o nosso bem mais precioso! Ouvi o Sr. Carriço à uns anos atrás dizer que a nossa Sintra do Algarve era natural, tornando-a ainda mais valiosa!
Desculpem-me o termo, mas para mim, a destruição da nossa floresta é o nosso holocausto…
Prevê-se um ano “horribilis” de calor, com necessidade de muita prevenção e muita atenção. Vamos manter o verde do nosso concelho!

E assim terminava a grandiosa noite das 7 maravilhas de Monchique (sem greve dos argumentistas e claro, dos bombeiros, que muito simpaticamente nos forneciam as bifanas e loirinhas fresquinhas!).
Fruto de imaginação, sem dúvida! Mas certamente que muitos se lembram dos famosos bailaricos no referido recinto no final da década de oitenta.

Garantidamente que estes pequenos textos provocarão nos estimados leitores também a faculdade de imaginar…
Por isso, e parafraseando alguém num comício politico em Monchique no inicio dos anos 80:
“A vitória já está ganha!”
Até breve, mas saindo de cena, a 80 km/hora.

O Nostálico 2

Mais umas recordações?
Que tal enumerar locais míticos no nosso concelho (ou místicos, fazendo valer a velha máxima dos bodes respiratórios!)?

Penedo do Buraco – Onde é que fica? Local de culto? Nunca fui…Quem foi?

Marioila (Ou sitio dos Alves?) – Está para o CNE (Corpo Nacional de Escutas) como o triângulo das Bermudas está para os navegadores! Mas chegaram à Carriagem! É o que valeu… Parabéns Rapazes!

Carreirinha das Moças – Só pelo nome merece ser um local mítico!

Rencolve – Bicicletas e Futebol!

Araucária – No Nordeste Brasileiro fazem-se excursões para se ver um Cajuzeiro! Em Monchique contempla-se a Araucária!
“Aos Canhões! Às metralhadoras! Aos beijinhos…”

Santinha – Dado que os bares fechavam à 1hora, nada como umas Guitarradas na Santinha! E que linda vista…
Mas sem Diabos!

Barragem da Bica Boa – Na falta de praia e piscina, em dias de calor apareciam as “romarias” para a Bica Boa. Venham todos! Alunos e Professores!

Cabeço de Ferro – Local de nascimento do autor deste texto, e só por isso, Local Mítico! Para não falar nos garrafões de água…

Convento – Ex-libris de Monchique!
Como no filme “Salvem as Baleias!” gritem:
“Salvem o Convento!”
Porque já se cantou:
“Adoramoste Domine”
- Na idade média, pelos Franciscanos?
- Não, pelos Caminheiros do CNE!

Fonte dos Passarinhos – Namoricos e local ideal para se escrever uma obra que pudesse ombrear com Camões!
Menina vai à fonte.
Vai formosa mas não segura.
Porque estes malandros que andam nos tempos livres querem leiloar o meu soutian…

Mirante – Em Lisboa:
“Ai Mouraria da velha rua da Palma!”
Em Monchique:
“Ai Mirante do velho largo da Feira!”

Estrada de Sabóia – Yes, yes, yes! No entanto, era por ela que nos deslocávamos para os grandes bailes na Nave Redonda! Ou para grandes concertos, como José Malhoa e Clemente (Não consegui autógrafo, nem as 24 Rosas!).

Corte Grande e Corte Pequena – Não! Não preciso que ninguém me explique as diferenças…

Benfica – Tal como o velho ditado diz que nunca se ouviu dizer:
“Dar à Alvalade” ou “Dar às Antas”, mas sim:
“Dar à Luz”!
Também se pode dizer que se és Bom Monchiquense, então sê do Glorioso Benfica!
Existe local com nome de Porto ou Sporting no nosso Concelho?

Portela – Cantava-se:
“Óh! Portela vem à janela!”
Mas…
Não havia janela! Apenas Melão…
(Um abraço para o amigo Joaquim Rita e a saudade do grande amigo Ciriaco Mela).

Mata do Cardoso – A Mata do Cardoso está para Monchique como o Pinhal de Leiria está para Leiria, ou como Monsanto está para Lisboa! Simplesmente Mata do Cardoso! (Será Paraguaio? Para onde?)

Selão – Acampamentos, mergulhos na ribeira, ah! E Sucata!

Casa das Pedras – Não é a Casa dos Bicos, nem a Casa Branca, mas na estrada de Marmelete, todos sabem onde fica a Casa dos Pedras.

Castelo – Castelo? Onde?
- No caminho para o convento!
- Então fizeram um castelo antes de um convento?
- Sim, mas sem muralhas!
- Então, porque se chama castelo?
- Porque me apetece!

Na certeza que muitos outros locais míticos fariam boa figura nesta listagem, saio de cena, por agora, a 80 km/hora.

O Nostálico 1

O Nostálico (em homenagem ao antigo jogador de futebol que falava em bodes respiratórios!)

Após leitura atenta do Jornal Misérias de 1987, publicado no último Jornal de Monchique, de alguns textos do Parente Refóias no seu Blog, e pelo motivo de ser ouvinte habitual do programa “Oitenta à Hora” na Rádio Comercial, resolvi partilhar com os leitores do JM algumas “lembranças” daquilo que foram as décadas de 70 e 80 em Monchique.

O Carioca
Aquele café/snack-bar do final dos anos 70 e principio dos anos 80, sito no prédio (demolido para construção e ampliação do actual Largo dos Chorões) que ficava no lado direito da Rua Serpa Pinto, antes do referido Largo e da bomba da MOBIL, que antecedia a loja da “Libanita”, que todos os mais antigos criticavam, mas que todos tinham curiosidade em frequentar.
Local onde se podiam comer boas refeições, onde se podiam contar e ouvir histórias e onde muitos jovens na época se “refugiavam”.

Campeonato de futebol de ruas
Grandes “derbis” se realizaram no campo da antiga Escola Primária de São Roque, e até mesmo no velho campo pelado do Monchiquense, entre os valentes futebolistas adolescentes das Ruas Calouste Gulbenkian (vulgo do “Asilo”), Serpa Pinto, São Sebastião, Castelo e Porto Fundo. Até uma taça foi concebida (Pelo Mário, primo do António Palma, audaz guarda-redes da Rua Serpa Pinto) para glorificar os vencedores. O Porto Fundo e seus craques de então chegaram a iniciar jogos com -15 golos, dando a oportunidade aos menos habilitados para lutar “de igual para igual”!

Rádio Monchique
A Rádio Monchique situava-se próximo da sede do PCP e do Registo, e numa pequena sala deu inicio a alguma emissões, produzidas por “malta da terra”, cheia de boa música e boa disposição, mas principalmente de passatempos e concursos que faziam os seus ouvintes deslocarem-se ao estúdio para entregarem algum objecto, ou para responderem a alguma questão, levando depois consigo “chorudos” prémios, como por exemplo uma caixa de fósforos.

Eram sempre os mesmos a ganhar no 25 de Abril…
Nas famosas corridas de atletismo realizadas a partir do Largo dos Chorões, durante as comemorações do 25 de Abril na década de 80, os vencedores eram sempre os mesmos, o Zé Manel Lalá nos mais velhos, e o Luís “Má-Ferro” nos mais novos! Nos mais velhos, houve anos em que os mais conhecedores destas coisas das corridas diziam que naquele ano o ZM Lalá ia perder porque o Fernando Mário Pereirinhas estava em grande forma, ou porque o Jorge Fernandes era um craque das corridas em Lisboa e iria de certeza ganhar. Mas não! Mais uma vez se verificava a glória do ZM Lalá que coleccionava vitórias e medalhas nas provas de atletismo da sua terra, durante as comemorações do 25 de Abril.
Depois das provas de atletismo e da entrega dos prémios, vinham os afamados cantores, como o Paco Bandeira, em glorioso concerto nos armazéns da empresa Castelo & Caçorino no Largo dos Chorões, e também do promissor grupo Trigo Limpo no salão da Casa do Povo.

Os records nas máquinas da casa de jogos do “Zé de Ferro”!
Quando chegou a nova máquina de jogos relacionada com os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 (Ou o jogo do Canguru Boxeur!) ao salão de jogos do “Zé de Ferro”, no piso inferior onde hoje se situa a repartição de finanças de Monchique, todos os mais conceituados jogadores de jogos à data quiseram registar o seu nome em tão conceituada tabela. Era um ver se te avias! Todos a quererem bater records e com audiências que chegavam às dezenas, nem que fosse para interromper um qualquer jogo de snooker, porque algum campeão ia procurar bater o record! E quando o Rui Monhé vinha a Monchique era muito natural que pudesse acontecer, até porque se tratava do organizador, e vencedor antecipado, de campeonatos do antigo jogo em cassete Match Day (dos muito famosos computadores ZX Spectrum com teclas de borracha, que fazia um barulho ensurdecedor no gravador, enquanto gravava o jogo depois do Load””!).

Os Bailes de Carnaval e da Pinha
Começo por recordar os bailes no velhinho salão da Sociedade. Local de “culto” para quem gostava de um bom baile de máscaras, de uma boa matiné e de boa música para dançar!
Depois existiam os Bailes de Carnaval no Salão “do Sr. Padre”. Grande Padre Ferro que permitia a realização de tão gloriosos bailes no seu Salão! Tinha a famosa bola giratória, talvez a única que rivalizava com aquela que existia na Discoteca Night Star em Portimão, música própria da época, e um entra e sai de mascarilhas bem originais e divertidas (talvez menos divertidas quando confrontadas com laranjas e ovos caídas sabe-se lá de onde na Rua do Porto Fundo!).

Colégio de Santa Catarina
Sobre este, pouco tenho a dizer, apenas que faz parte da recordação de muitos jovens Monchiquenses, e que todos teríamos muito prazer em ver aquele velho edifício recuperado!

O São João nas Caldas de Monchique
Martelinhos, martelinhos e mais martelinhos! Grandes enchentes na noite do São João nas nossas Caldas. Animação, música e comes e bebes!
Era ver filas de automóveis para chegarem a tão grandiosa festa! Mas, valia a pena.

A loja do “Avelarinho”
Muitas histórias têm muitos dos leitores para contar sobre idas a esta loja, dirigida por uma personalidade que faz parte da memória de muitos nós, até porque tratava-se do único local onde podíamos comprar cromos da bola para completar as cadernetas.
Para os nascidos no inicio da década de 70, quem não se lembra de uma “invasão” a esta loja, logo após o final de um espectáculo para os alunos das escolas de Monchique no salão da Casa do Povo? Hilariante!

Portaro
Já nem tenho a certeza se é assim que se escreve, mas faz parte do meu imaginário a invasão destes modelos de Todo-o-terreno em Monchique, nos anos 70/80.
- Eu tenho um Portaro, e tu?
- Bem, eu tenho um Land Cruiser, mas de facto não é a mesma coisa!
- Pois podem ficar com o Portaro e com o Land Cruiser, que eu fico com o meu UMM!

Na eventualidade de surgirem novas “lembranças”, partilhá-las-ei convosco em próximas edições. Por agora, saio de cena a 80 km/hora.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"Jornal" da Escola C+S Monchique 1987

Em 1987, as duas turmas do 9ºano de Monchique fizeram uma viagem de estudo a Évora durante 3 dias. Tratava-se do 1ºano lectivo completo na então nova escola C+S de Monchique.
Também nesse ano começaram os treinos de futebol no campo do JDM, de Iniciados, com o Prof. Hélder Carneiro.
O Jornal que nós encontramos passados vinte anos, e que abaixo vem descrito, é dedicado aos Monchiquenses nascidos entre 1971 e 1973, que muito provavelmente irão lembrar-se de algumas destas noticias!

Jornal Misérias

Confirma-se a chegada de um novo Bispo para o convento de Monchique. Apenas sabemos que vem do Brasil, que se descuida na Igreja e que o seu nome é Bispo Charles Bufo.

O célebre cantor Rock Fernando Fayaya acaba de lançar o novo disco que abre novos mercados para a música da ribeira. O disco tem o nome de CóCóCoquerando!

Acaba de chegar aos mercados Monchiquenses o novo Escadote que é fabricado por Lilia Brasa nas fábricas da Malhada Quente.

Abriu um novo centro comercial com o nome de Esmeraldo’s Shopping Center em Carepo City.

Terminou a caça aos perdigões, dado que resta apenas um para as bandas do Alferce. No entanto, começa uma nova caça, a caça ao boq, visto que alguém em Monchique disse que andava um à solta.

Foi lançada a nova moeda de 1000$00, tendo na sua face a bonita cara do Marquês Belo que a idealizou.

Explosão ontem junto à sede do PS em Monchique, dado que o seu vizinho Henry Ervas Camaleão decidiu por em prática uma experiência, resultando numa violenta explosão que chegou mesmo a atingir o famoso Motel Montinhos do proprietário Rui Pitéu Carocho.

Desgraça foi aquilo que aconteceu ontem na Igreja de São Sebastião.John Chaminé da Silva Torneira, com ciúmes do Padre João Patricio 20$00 I’m a freira, não disse novamente Épistóla, mas puxou da pistola e deu um tiro no cifrão do 20$00, e fugiu com a freira acabada de chegar, Célia Duquesa de Chantilly.

Marco Anthony Beleza colocou um anúncio no JM, pedindo miúdas giras, mas apenas apareceu Jon Baja fazendo-lhe olhos bonitos.

A dona Amély Hérculas conseguiu terminar os 12 trabalhos impostos pela Rainha Anabelle Malaipa.Entre eles, podem-se contar mexer o Cristo Rei com um Pum, e uma deslocação à Lua num carro de Bois oferecido pela vaqueira terrível Guide Tort d’Bolache.

A conhecida industrial Daria Pompeia lançou no mercado as novas bolachas Belinhas Carminhas.

Chegou a notícia relativa ao romance entre Anabelle Malaipa e Zé do Adro, irmão de Paula Chiquinha, recordista em murros no Marc Anthony Beauty.

A banda de Nando Fayaya foi enriquecida com a chegada dos novos músicos, vindos do Cabeço da Ferro, John Kião do Cavaquinho e Bierto el hombre de las teclas.

O temido Gangster Joseph Pigginho da Alcaria raptou a famosa actriz de cinema Vera Alarves.O detective Toino Boina da Fornalha, e seu ajudante Roy Prega Lopez, tem um plano em prática para encontrá-la.

Roubo na mercearia de Toino Alarve, junto à Sede do glorioso Juventude Desportiva, de 10 Kg de bananas.Desconfia-se que o autor deste roubo tenha sido Luigi Banana, representante da Bananafia em Monchique.

A cabeleireira Elizabeth do Gaz Esquentador acaba de lançar o novo penteado no modelo Elly Nó Ácida, onde os cabelos passam no meio das pernas e dão uma volta ao pescoço. (A Nó Ácida não deverá durar muito…)

O Actor de cinema e teatro do Peso, Beto Fux Zavarov, protagonista da telenovela “Palavras maradas”, quer tirar o lugar de campeão local de saltos em saltos ao recordista Duarte Rabbit.

Ti Toino Zé Fedor e Salvado Botas, donos das maiores fazendas na Carreirinha das Moças (pudera, são as únicas!), afirmam terem visto um OVNI!Ti Toino disse: “Ouvi um grande estoiro! Pensei que fosse a minha Xana Waters a dar arrotes, mas não! Dai a pouco, apareceu o Ti Botas, e fomos ver o que era.” Continua o Salvado: “Poça, a gente viu uns gajos com uma cabeça parecida com o Charles Coxiço, mas eram Matanos ou Martianos como vocês chamam!”Ti Toino termina: “ Os matanos vão para dentro do óptimo, e deixaram estas bostas que ninguém conhece!”.

As melhores cantoras de música da ribeira lutam pelo amor do mesmo Homem! Sandy Centímetro e Silvie Semanas querem conquistar o coração de Joseph Jeira Alcofa.

O referido cientista Henry Ervas, lançou a nova pasta de dentes Pepsotrombas Gel Fresco Aspro.

O criador brasileiro Jamilho lançou o novo perfume que revolucionará o mercado de Mons Cicus, designado por “tramado”!

Amanhã realiza-se o jogo da grande final, entre as equipas da Ribeira do Ambrósio e do Barranco dos Pisões:Ribeira do Ambrósio1 – Roy Pitéu2 – Guel Besugo3 – Tony Between4 – Patreiras5 – Lobo Ignorância6 – Carlitos Zio7 – Tony Áca Bino (irmão da Bina na Vereda Tropical)8 – Bebé foguete9 – Boneco Pimpão10 – Carlito Alemaneta11 – Jofa FanecaBarranco dos Pisões1 – Roy Alferce2 – Caracoleta3 – Lobisomem Cabeludo4 – Baga de manha5 – Fraga Lontras6 – Carepo das Povides7 – Salvador Cetano8 – Luigi Nafia9 – Nú dos Nós10 – Varasco Piggy11 – Salsa às Riscas

O Nostálico partilha o seu espaço no Jornal de Monchique com o Universo Blogue

Depois da publicação do Nostálico nº10 no Jornal de Monchique, chegou a hora de partilhar com os Bloguistas esses números e os futuros a serem publicados no JM, assim como outras mensagens, pensamentos e ideias que "caiam" fora do âmbito dos textos publicados no JM.
Não será difícil escrever sobre a terra mais bonita do mundo, Monchique, tal como será igualmente fascinante escrever sobre o Glorioso Benfica e tudo aquilo que envolva o nosso Pais, Portugal!
Também não serão esquecidos os fabulosos anos 80 e 90, partindo assim, deste 1º embate num universo até agora desconhecido, a 80km/hora...