quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Nostálico27

Uma nuvem de poeira vulcânica cobre os céus da Europa do norte e central!
Quem diria que um vulcão em erupção num País falido próximo do árctico pudesse provocar tamanha confusão no velho continente?

O nosso Presidente da Republica, Cavaco Silva, é obrigado a fazer a viagem de regresso a Portugal, depois de ter “levado” com o seu homologo checo, nada “politicamente correcto” quando criticou deliberadamente o descontrolo das contas públicas no nosso País (mas também quem é que mandou aos governos dos últimos 15 anos não terem feito o trabalho bem feito de redução de despesa pública, que não é mais nem menos do que aquilo que famílias e empresas são agora obrigadas a fazer?), vindo de Praga de autocarro! O que pessoalmente me deixa algo satisfeito, com algum sentimento de vingança, não tivesse sido ele o 1º ministro que adiou consecutivamente a auto-estrada Lisboa-Algarve, obrigando-nos a fazer viagens de 5 e 6 horas, entre Lisboa e Portimão num autocarro expresso, durante quase a totalidade da década de 90!

Será que a tia do líder do Bloco de esquerda é Mansa? Além do vulcão na Islândia, nada como as pequenas erupções do nosso 1º ministro nos debates com a oposição, agora que já não tem a seu lado o homem de Comporta, ex-ministro Manuel Pinho, que gostava de tourear os deputados estalinistas. A última erupção do homólogo do pensador grego é fantástica, em resposta “off” ao Louçã! (chateia-me a associação grega, mas a coincidência existe, e nada há a fazer!)
- Manso é a tua tia, pá!
Se fosse há dois séculos atrás seria decerto marcado um duelo de capa e espada entre estes dois actores da cena politica nacional…
No entanto a realidade é outra, e sem duelos de capa e espada, o horizonte é “nublado”, nada relacionado com a força da natureza no falido País da Islândia!

As consequências da erupção vulcânica na Islândia trazem-me à memória a nossa Picota.
Recordo-me principalmente de dois momentos relacionados com a “escalada” à nossa 2ªmontanha:
O primeiro deve-se naturalmente à 1ªvez que “escalei” a Picota, guardando a recordação de mal ter dormido durante a noite anterior, com uma ansiedade só comparável à noite que antecedia as corridas de atletismo durante as comemorações do 25 de Abril durante a década de 80, no antigo largo dos chorões, que por vezes parecia ter alguns obstáculos, como correr à volta do posto de combustível da “Mobil”, em locais escorregadios. Voltando à Picota, a saída de Monchique nesse dia, rumo ao cume da montanha iniciou-se logo pela manhã, mas para nossa grande infelicidade, deparamo-nos de uma densa manhã de nevoeiro, e mesmo com a certeza de não encontrarmos um El Rei D. Sebastião qualquer durante a escalada resolvemos todos continuar a expedição.
Não vimos do alto da Picota, à data ainda sem a torre de controlo, a paisagem da nossa mui nobre vila de Monchique, nem tão pouco o litoral algarvio e montes alentejanos, mas valeu pela aventura da escalada e da descida num dia em que apenas conseguíamos ver algo num raio de pouco mais de 10 metros.
O 2º momento devolve-me à memória a subida na companhia dos meus amigos António Eusébio e Rui Chaparro, que nada teria de interessante não fosse o facto de sentirmos um intenso cheiro a gás no cimo da montanha, que nos deixou particularmente assustados, e também a possibilidade de subirmos à Torre Eiffel da Picota, dessa vez com o céu completamente limpo, possibilitando perfeitamente a visibilidade dos aviões a aterrarem e descolarem no aeroporto de Faro. Também podia fazer referência a um episódio idêntico ao do filme “Joe contra o vulcão”, podia? Mas não era a mesma coisa!
Curioso pensar que ainda não tiramos todo o proveito no nosso concelho por termos a sorte, pela natureza e pela decisão dos fundadores da nossa Vila, de nos encontrarmos posicionados entre duas fabulosas serras.
Em Itália, entre a zona toscana e a região “Laziale” da capital Roma, situa-se a região de Rieti, onde senti alguma similaridade com a nossa serra de Monchique, na cidade rodeada pelas serras, pela diversidade da sua floresta e consequente beleza natural, mas com um aproveitamento excelente de tudo o que pudesse ser aproveitado turisticamente, e a mais de 100 km do litoral!

Sobre futebol, apetece-me hoje falar no Portimonense que está a um passo, ou não, da subida ao escalão máximo do nosso futebol, a 1ªliga! Mas, sinceramente, não sei se me apetece ver mais uma filial do Clube das Antas da região do Algarve na 1ªliga…
Porque como é sabido, o presidente do clube de Portimão é dragão de qualquer coisa, sendo inclusivamente mencionado no “best-seller” da ex-namoradinha do dragão-mor, Carolina Salgado (As minhas filhas “obrigaram-me a ir ao cinema para ver um filme animado a 3D, e adorei o filme “Como treinares o teu dragão”, principalmente a forma como o jovem viking e seu inseparável parceiro, “fúria da noite”, derrotaram o dragão-mor, possibilitando a todos os outros dragões a inserção na sociedade normal!).
Aliás, tenho muita curiosidade em saber algo mais sobre a efémera existência da casa do referido clube na cidade de Portimão!
E obviamente que, no final, todos os barlaventinos esperam que o Litos seja capaz de colocar o Portimonense na 1ªliga, de onde saiu com a ajuda do seu agora amiguinho do Porto, num jogo em Portimão em que o golo do clube das antas foi antecedido de uma bola que tinha saído fora da linha lateral, sem que o fiscal de linha algo tivesse feito, ainda que estivesse a dois metros do lance fulcral desse jogo…

O meu amigo Raul Amado facultou-me uma foto antiga do Largo dos Chorões, onde ainda aparece o edifício antigo do Lagar de Azeite, e por falar em lagar, sugiro aos leitores que ao passarem próximo de Alcochete, se dirijam ao restaurante “Alcaxete”, com excelentes propostas para uma refeição ribatejana, num antigo lagar de azeite, que mantém a estrutura antiga, incluindo ainda um pequeno museu sobre a arte de fazer o azeite (diferente, não?).
Despeço-me até ao próximo Nostálico a velocidade supersónica, não vão os motores ficar danificados com a poeira vulcânica…