Segundo os chineses, 2012 é o ano
do dragão!
Em Portugal, esperemos que não
seja o ano do trambolhão, nem do tripeiro (por analogia ao dragão) …
Com trambolhão ou não, que em
Portugal o dragão não passe, como sempre, de uma mitologia, e que a Águia volte
a reinar.
Nos anos 80, em Monchique, da china
importava-se a serie televisiva “Jovens Heróis de Shaolin” porque do extremo
oriente apenas chegavam notícias do vizinho japão, dos carros em miniatura
vendidos na feira de Outubro, produzidos em Taiwan, e ainda as telenovelas à
volta dos amigos de um ex-presidente da república em Macau.
Hoje, já existem lojas de
chineses em Monchique (mas, que eu tenha conhecimento, ainda não existem lojas
maçónicas), e uma das principais empresas Portuguesas vai “exigir” ao Catroga e
Cardona que aprendam mandarim! Pelo menos, deviam!
Portugal descobriu o caminho
marítimo para a Índia, descobriu o Brasil e explorou a costa chinesa, mantendo
Macau até ao final do século passado mas, actualmente faz parte do grupo dos
PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) e os referidos países fazem o mundo
girar à sua volta, sendo designados pelo BRIC (o petróleo da Rússia também faz
parte do grupo). Apenas uma palavra, resignação!
Se na África do Sul, um emigrante
Português tornou o frango assado conhecido mundialmente, com a sua cadeia de
restaurantes “Nando’s”, porque razão se ridiculariza a proposta do
luso-canadiano Álvaro para a exportação de pastéis de nata?
Diria mais, exporte-se o pastel
de nata, o pastel de bacalhau, a francesinha, o pão-de-ló de Ovar, vinhos de
diferentes regiões ou, para exportação, vinho da “região” Portugal, o queijo da
serra e da ilha, fortaleça-se os lobbies da cortiça e azeite Português, e quiçá
uma rede de franchising da sardinha assada (no pão!), com salada à algarvia e
batata cozida. Porque não? Tão fácil quanto transferir-se dinheiro para a
Holanda e/ou paraísos fiscais nas Caraíbas, ou não?
Por vezes, são importantes as
“barracadas” dos Álvaros para perdermos os nossos complexos de povo dominante
no mundo há mais de 5 séculos atrás, e pensarmos que exemplos ridículos
(julgamos nós!), como o dos pastéis de nata, podem ser um “abrolhos” para
ajudar este país a sair do poço sem fundo em que mergulhou pela incompetência
de todos os políticos que o têm governado nos últimos 35 anos.
Aliás, aproveitando a deixa dos
políticos, não consigo compreender o último acordo de concertação social! Era
importante? Era, até porque o acordo com a troika assinado pelo governo de José
Socrates assim o exigia.
Mas, à boa maneira Portuguesa,
nunca vamos ao “fundo da questão”! Obviamente que os trabalhadores Portugueses
saiem bastante lesados deste acordo, que infelizmente não distingue os
produtivos dos não-produtivos, nem distingue quem não falta ao serviço. Também
se fazem acordos onde uma das partes, os patrões, não se compromete a
rigorosamente nada! Se este acordo prevê o aumento da produtividade e da
competitividade, não se encontram objectivos para esse fim.
E, assim, continuam uma boa parte
das empresas Portuguesa a serem geridas de uma forma ridícula e pouco
profissional podendo se designar o nosso modelo empresarial de monárquico…
(obviamente que existem bons exemplos, como a Sicasal, mas infelizmente,
escasseiam!)
Será que é tão difícil olhar para
o modelo das multinacionais que operam em Portugal?
Um modelo que deveria ser
imediatamente aplicado aos gestores públicos e aos “competentes” autarcas de
Portugal! Enfim, continua-se a fazer orçamentos para preencher papel…
Voltando ao exemplo do Álvaro,
sonho e anseio pelo dia em que possa ser encontrado numa qualquer superfície
comercial das grandes cidades em Portugal um espaço idêntico ao que foi
excelentemente dinamizado no largo dos chorões para a nossa aguardente e para o
nosso mel, assim como para os enchidos de Monchique e doces locais.
Com o pastel de nata, nada como
propor ao Álvaro que leve também a Arrufada de Monchique.
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