sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Nostálico48


Segundo os chineses, 2012 é o ano do dragão!

Em Portugal, esperemos que não seja o ano do trambolhão, nem do tripeiro (por analogia ao dragão) …

Com trambolhão ou não, que em Portugal o dragão não passe, como sempre, de uma mitologia, e que a Águia volte a reinar.

Nos anos 80, em Monchique, da china importava-se a serie televisiva “Jovens Heróis de Shaolin” porque do extremo oriente apenas chegavam notícias do vizinho japão, dos carros em miniatura vendidos na feira de Outubro, produzidos em Taiwan, e ainda as telenovelas à volta dos amigos de um ex-presidente da república em Macau.



Hoje, já existem lojas de chineses em Monchique (mas, que eu tenha conhecimento, ainda não existem lojas maçónicas), e uma das principais empresas Portuguesas vai “exigir” ao Catroga e Cardona que aprendam mandarim! Pelo menos, deviam!

Portugal descobriu o caminho marítimo para a Índia, descobriu o Brasil e explorou a costa chinesa, mantendo Macau até ao final do século passado mas, actualmente faz parte do grupo dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) e os referidos países fazem o mundo girar à sua volta, sendo designados pelo BRIC (o petróleo da Rússia também faz parte do grupo). Apenas uma palavra, resignação!

Se na África do Sul, um emigrante Português tornou o frango assado conhecido mundialmente, com a sua cadeia de restaurantes “Nando’s”, porque razão se ridiculariza a proposta do luso-canadiano Álvaro para a exportação de pastéis de nata?

Diria mais, exporte-se o pastel de nata, o pastel de bacalhau, a francesinha, o pão-de-ló de Ovar, vinhos de diferentes regiões ou, para exportação, vinho da “região” Portugal, o queijo da serra e da ilha, fortaleça-se os lobbies da cortiça e azeite Português, e quiçá uma rede de franchising da sardinha assada (no pão!), com salada à algarvia e batata cozida. Porque não? Tão fácil quanto transferir-se dinheiro para a Holanda e/ou paraísos fiscais nas Caraíbas, ou não?

Por vezes, são importantes as “barracadas” dos Álvaros para perdermos os nossos complexos de povo dominante no mundo há mais de 5 séculos atrás, e pensarmos que exemplos ridículos (julgamos nós!), como o dos pastéis de nata, podem ser um “abrolhos” para ajudar este país a sair do poço sem fundo em que mergulhou pela incompetência de todos os políticos que o têm governado nos últimos 35 anos.

Aliás, aproveitando a deixa dos políticos, não consigo compreender o último acordo de concertação social! Era importante? Era, até porque o acordo com a troika assinado pelo governo de José Socrates assim o exigia.

Mas, à boa maneira Portuguesa, nunca vamos ao “fundo da questão”! Obviamente que os trabalhadores Portugueses saiem bastante lesados deste acordo, que infelizmente não distingue os produtivos dos não-produtivos, nem distingue quem não falta ao serviço. Também se fazem acordos onde uma das partes, os patrões, não se compromete a rigorosamente nada! Se este acordo prevê o aumento da produtividade e da competitividade, não se encontram objectivos para esse fim.

E, assim, continuam uma boa parte das empresas Portuguesa a serem geridas de uma forma ridícula e pouco profissional podendo se designar o nosso modelo empresarial de monárquico… (obviamente que existem bons exemplos, como a Sicasal, mas infelizmente, escasseiam!)



Será que é tão difícil olhar para o modelo das multinacionais que operam em Portugal?

Um modelo que deveria ser imediatamente aplicado aos gestores públicos e aos “competentes” autarcas de Portugal! Enfim, continua-se a fazer orçamentos para preencher papel…



Voltando ao exemplo do Álvaro, sonho e anseio pelo dia em que possa ser encontrado numa qualquer superfície comercial das grandes cidades em Portugal um espaço idêntico ao que foi excelentemente dinamizado no largo dos chorões para a nossa aguardente e para o nosso mel, assim como para os enchidos de Monchique e doces locais.

Com o pastel de nata, nada como propor ao Álvaro que leve também a Arrufada de Monchique.


Despeço-me a 80km/hora e a pedido do conselho de supervisão da eléctrica Nacional, , ou seja, adeus em chinês!

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