Nos anos 80, em Monchique,
existiram “ex-libris” únicos que nos fazem recordar a todos, principalmente aos
monchiquenses nascidos nas décadas de 60 e 70, momentos inesquecíveis.
Já tive oportunidade de recordar
neste espaço o “Café Carioca”, a “bomba da Mobil”, o “lagar” de azeite e a
mercearia da “D. Libanita” no Largo dos Chorões, a loja do “Avelarinho”, a loja
do “Sr. Messias”, o salão de jogos do “Sr. José de Ferro”, os restaurantes na
Fóia do frango assado (à data, muito mais reconhecidos do que o inexistente
“frango da Guia”), entre muitos outros.
Mas, hoje ao ouvir de manhã um
dos cromos do Nuno Markl na Rádio Comercial sobre a Rodoviária Nacional, pensei
que os “alfacinhas” podem ter a memória da RN, mas nós, de Monchique, tivemos a
“nossa Castelo & Caçorino”!
As melhores memórias sobre os
autocarros (ou melhor, “camionetas da carreira”) da “Castelo & Caçorino”,
levam-me aos anos de 1987, 1988 e 1989, exactamente os anos em que, salvo
alguma “bendita boleia”, transportavam-me a mim e restantes alunos de Monchique
que frequentavam a Escola Manuel Teixeira Gomes e o antigo Liceu, em Portimão.
Uma viagem que durava cerca de 45 minutos, parando em todas as “capelinhas”,
inclusivamente com o desvio pelas Caldas de Monchique.
De manhã, habitualmente, saíam
dois autocarros do Largo dos Chorões, e eu preferia deslocar-me para a paragem
no Pé da Cruz, devido à possibilidade de ser um dos primeiros passageiros do
famoso “desdobramento”, porque caso decidisse deslocar-me para a paragem em
frente ao posto da GNR, correria o “risco” de ouvir a famosa frase do
“revisor”: “O desdobramento não sai hoje!”. Mentirinha…
E, embora à data não fossem nada
apelativas aquelas viagens de manhã e à tarde entre Monchique e Portimão,
naquelas velhinhas “camionetas da carreira”, hoje em dia decerto todos recordam
divertidos e inesquecíveis momentos vividos durante essas viagens.
Mais tarde, durante o período
universitário, utilizei várias vezes a “carreira” para Sabóia, deslocando-me
depois no comboio para o Barreiro, evitando as viagens “enjoativas” nos
autocarros da Renex, Caima e Mundial Turismo, os famosos “Expressos” para
Lisboa que me fizeram, ainda hoje, evitar comer a também famosa “sandes de
carne assada”, e beber uma garrafa de Sumol, da Mimosa.
Por isso, Nuno Markl guarda as
tuas memórias sobre a Rodoviária Nacional e sobre a Carris, porque a “nossa
Castela” venceria aos pontos…
Falando do desporto rei (que
perdeu o jogador Sócrates, capitão da selecção do Brasil de 1982, sem dúvida, a
equipa com o futebol jogado que mais gostei até hoje), no “fogo” da Luz, como
alguns amigos sempre dizem, venceu o Benfica, embora o Sporting jogue melhor!
Conversas.
O clube das Antas nunca mais
poderá ouvir falar de concertos no “Zenit” de Paris, e a nossa Selecção
“apanhou” com os tubarões Alemanha e Holanda para o Europeu do próximo ano na
Polónia/Ucrânia.
O estudante de filosofia em Paris
devia, ao contrário dos jogadores do clube das Antas, deslocar-se mais vezes ao
“Zenit”, evitando assim ter tempo disponível para dizer disparates. Além de
criar mais embaraços ao “Tó Seguro” do que ao “Pedrito de Massamá”!
Também poderemos ter de
brevemente voltar ao Escudo, e se um jornal deixava a ideia de colocar na face
de uma das novas notas, José Mourinho, eu preferia ver nessas notas Nuno
Álvares Pereira, D. João II, D. João IV, Afonso de Albuquerque e outros heróis
Nacionais que devem dar “lá em cima” voltas e mais voltas pelas barbaridades
que todos os políticos têm feito a este “jardim à beira-mar plantado”…
Aproximando-se a quadra festiva
do Natal, não poderia deixar fugir a oportunidade de desejar a todos os
leitores do Nostálico e do Jornal de Monchique um óptimo Natal (desta vez sem
pontes, mas com portagens…), e os votos de um ano de 2012 melhor, ou no limite,
melhor do que se prevê!
Despeço-me até para o ano, à velocidade do trenó do Pai Natal, que sairá
mais cedo este ano, para evitar as filas de trânsito nas estradas Nacionais
(também ele poupa nas portagens) …
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