Mais um ano lectivo escolar que
se inicia, com as minhas filhas mais novas a fazerem de “caloiras” no 1ºano de
escolaridade, e a mais velha, já fazendo papel de “veterana”, no “seu 4ºano”, a
servir de anfitriã para as suas irmãs, mostrando todos os cantos da sua escola.
Volto a recordar-me do 1º dia de
aulas na escola de São Roque, da ansiedade desse dia, e da famosa imagem de um
nº elevado de mães levando os seus filhos pela mão na subida de São Roque, e de
olhar para todas aquelas crianças, hoje em dia muitas delas grandes amigos
(as), sem as conhecer de lado algum, parecendo que nos anos que antecederam a
antiga 1ªclasse, tinha sido uma espécie de isolamento em relação a todas
aquelas crianças, excepto as que viviam na mesma rua…
Esse “isolamento”, hoje
praticamente inexistente, com a expansão das creches e da sua importância para
a preparação das crianças na caminhada escolar, que apenas deve ficar
concluída, no limite, com o 12º ano.
Além disso, existem os ATL e CAF,
que funcionam como um bom complemento para os períodos escolares obrigatórios.
Em Monchique, no final dos anos
70, inicio dos anos 80, não existiam ATL e/ou CAF, mas existiam as “famosas”
“escolas de paga”…
E estas “escolas de paga” serviam
exactamente como um bom complemento para as matérias que estudávamos nas escolas
de São Roque e de São Pedro.
Recordo-me de passar alguns
desses tempos livres num desses espaços situados no Bairro Mariano com a D.
Maria Amélia, onde chegamos a estar dezenas de crianças que não necessitavam de
“PlayStation” ou “Nintendo” para passar bons períodos de brincadeira, quando
não estavam a fazer cópias ou contas de somar e subtrair, e também de ter
aprendido bastante com os “ditados” da D. Guilhermina, num espaço junto ao
“Castelo”, que tinha ainda o interesse adicional de no final desses períodos,
degustar de um espectacular gelado caseiro fabricado pela própria “professora”.
Para finalizar, não podia deixar
de comentar que o Jardim da Madeira afinal tinha “flores” a mais, pelos vistos
com algumas que podemos identificar como “escondidas”, que liberalizar as leis
do trabalho podem fazer sentido na teoria, mas tal como a utopia do comunismo,
podem criar grandes injustiças e aproveitamento excessivo de quem passa a ficar
com “a faca e o queijo na mão” (o ataque à redução da despesa pública tem de
ser efectivo, real e quantificável, além da forçosa aplicação de medidas de
estimulação da economia! E se é necessário motivar e colocar os trabalhadores
ao lado das empresas, porque não afectar a eles parte dos
resultados/objectivos, que esses sim podiam ser discutidos de uma forma séria
antecipadamente, e não para eventualmente servirem como despedimentos
facilitados?), que o glorioso SLB podia ter “esticado” um pouco mais a corda no
novo estádio das Antas, e sair do Porto com uma vitória, e finalmente que este
espaço onde tenho “debitado” algumas das minhas memórias da infância e
adolescência, também tem sido ocupado por muitos episódios onde as pessoas são
o vértice dessas referidas memórias. Muitos dos jovens residentes em Monchique
nos anos 80 tinham família que passava alguns dias de férias em sua casa,
especialmente no verão. Gostava bastante de contar com essas “visitas”, dado
que as mesmas eram sinónimo de dias inteiros de praia, e de diversão, dentro e
fora de casa.
Recordo-me com saudade de alguns
desses momentos na companhia do meu tio Salgueiro, tia Odete e primos Paulo,
Carla, Nini e Pedro.
Como a minha tia Odete faleceu no
passado dia 15 de Setembro, também ela natural de Monchique, queria aproveitar
para, com saudade, despedir-me com um até sempre Tia Odete!
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