E afinal o Tio FMI sempre
apareceu!
Sinceramente, era algo que eu já
esperava desde que nos visitou em 1983, aquando de um 1ºempréstimo que permitiu
restabelecer as contas públicas através de várias medidas, entre elas a
substituição do subsídio de Natal por certificados de aforro, nos rendimentos
dos funcionários públicos.
À data, o Tio teve a tarefa mais
facilitada pela possibilidade que o País teve em mexer nas taxas de juro e na
depreciação do escudo.
O Tio aparece agora mais velhote,
e com vontade de apertar ainda mais o seu sobrinho Português, que desde 1983,
mesmo com a opção certificados de aforro, preferiu se transformar em
consumista, começando pelo Estado central, e acabando nas famílias.
Como poucos foram os que, por
motivos eleitoralistas, tiveram o discernimento de atacar fortemente a redução
da despesa, o Tio vem ensinar o seu sobrinho gastador a poupar e a cortar
naquilo que é supérfluo.
Tenho de reconhecer que deviam
ser obrigados, quer o Tio, quer o sobrinho, a cortar na despesa pública, na
mesma medida que surgissem aumentos de impostos e/ou redução dos benefícios
daqueles que, embora sobrinhos, são os menos culpados desta situação.
Também devo referir que devia ser
manchete de todos os jornais, uma afirmação de um economista Português,
professor em Columbia, que ao referir-se à necessidade do aumento da
produtividade dos Portugueses, a mesma não dependia directamente dos
trabalhadores, mas sim de quem os dirigia…
E, ainda vai mais longe ao
comparar o sucesso de uma multinacional a operar em Portugal com uma empresa
familiar do mesmo ramo.
Parece que os fundos Europeus que
invadiram o nosso País no final da década de 80 e princípio da década de 90, de
facto mal utilizados na sua maioria, também deveriam ter como destinatários muitos
dos gestores e administradores Nacionais.
Não me recordo da passagem do FMI
em Portugal durante o ano de 1983, e de que forma possa ter contribuído para
qualquer alteração no estilo de vida dos cidadãos Monchiquenses, mas nesse ano
tenho como recordação um fim-de-semana de Fevereiro passado em Lisboa para
participar no baptizado do meu primo Nuno. E, obviamente, não sendo este o
motivo de maior recordação, até porque devo evitar ao máximo a rude critica do
meu amigo Tó, a recordação advém de ter estado ausente da minha terra,
exactamente no fim de semana onde ocorreu o maior nevão dos últimos anos em
Monchique.
Também em 1983 ocorreram as
eleições autárquicas que elegeram pela 1ªvez o executivo socialista que dirigiu
os destinos do nosso concelho durante 27 anos. E, mais não me recordo desse ano
em Monchique, além das aulas no ciclo preparatório no antigo largo da feira em
frente ao mirante, das idas à loja do Sr. Avelar para comprar “cromos da bola”,
e as arrofadas que ao domingo não escapavam na pastelaria, ainda quentinhas,
depois da missa dominical e catequese.
No ano de 1983, o título de
Campeão Nacional de Futebol foi para o Sport Lisboa e Benfica, um dos 5 títulos
conquistados nessa década (dos 32 conquistados até à data), contra 4 do Clube
das Antas e um do Sporting.
Na 2ª aparição do Tio FMI, três
clubes Portugueses marcam presença nas meias-finais da Liga Europa, sendo que
uma delas é disputada entre o Benfica e o Sporting de Braga, e a outra
meia-final entre duas equipas regionais da península ibérica.
No próximo Nostálico saberemos quem conquistou a Liga Europa e que
medidas foram anunciadas pelo Tio. Despeço-me com o desejo que o Tio não
regresse tão depressa à pátria do seu sobrinho…
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