sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Nostálico39

E afinal o Tio FMI sempre apareceu!
Sinceramente, era algo que eu já esperava desde que nos visitou em 1983, aquando de um 1ºempréstimo que permitiu restabelecer as contas públicas através de várias medidas, entre elas a substituição do subsídio de Natal por certificados de aforro, nos rendimentos dos funcionários públicos.
À data, o Tio teve a tarefa mais facilitada pela possibilidade que o País teve em mexer nas taxas de juro e na depreciação do escudo.

O Tio aparece agora mais velhote, e com vontade de apertar ainda mais o seu sobrinho Português, que desde 1983, mesmo com a opção certificados de aforro, preferiu se transformar em consumista, começando pelo Estado central, e acabando nas famílias.
Como poucos foram os que, por motivos eleitoralistas, tiveram o discernimento de atacar fortemente a redução da despesa, o Tio vem ensinar o seu sobrinho gastador a poupar e a cortar naquilo que é supérfluo.
Tenho de reconhecer que deviam ser obrigados, quer o Tio, quer o sobrinho, a cortar na despesa pública, na mesma medida que surgissem aumentos de impostos e/ou redução dos benefícios daqueles que, embora sobrinhos, são os menos culpados desta situação.

Também devo referir que devia ser manchete de todos os jornais, uma afirmação de um economista Português, professor em Columbia, que ao referir-se à necessidade do aumento da produtividade dos Portugueses, a mesma não dependia directamente dos trabalhadores, mas sim de quem os dirigia…
E, ainda vai mais longe ao comparar o sucesso de uma multinacional a operar em Portugal com uma empresa familiar do mesmo ramo.
Parece que os fundos Europeus que invadiram o nosso País no final da década de 80 e princípio da década de 90, de facto mal utilizados na sua maioria, também deveriam ter como destinatários muitos dos gestores e administradores Nacionais.

Não me recordo da passagem do FMI em Portugal durante o ano de 1983, e de que forma possa ter contribuído para qualquer alteração no estilo de vida dos cidadãos Monchiquenses, mas nesse ano tenho como recordação um fim-de-semana de Fevereiro passado em Lisboa para participar no baptizado do meu primo Nuno. E, obviamente, não sendo este o motivo de maior recordação, até porque devo evitar ao máximo a rude critica do meu amigo Tó, a recordação advém de ter estado ausente da minha terra, exactamente no fim de semana onde ocorreu o maior nevão dos últimos anos em Monchique.
Também em 1983 ocorreram as eleições autárquicas que elegeram pela 1ªvez o executivo socialista que dirigiu os destinos do nosso concelho durante 27 anos. E, mais não me recordo desse ano em Monchique, além das aulas no ciclo preparatório no antigo largo da feira em frente ao mirante, das idas à loja do Sr. Avelar para comprar “cromos da bola”, e as arrofadas que ao domingo não escapavam na pastelaria, ainda quentinhas, depois da missa dominical e catequese.

No ano de 1983, o título de Campeão Nacional de Futebol foi para o Sport Lisboa e Benfica, um dos 5 títulos conquistados nessa década (dos 32 conquistados até à data), contra 4 do Clube das Antas e um do Sporting.
Na 2ª aparição do Tio FMI, três clubes Portugueses marcam presença nas meias-finais da Liga Europa, sendo que uma delas é disputada entre o Benfica e o Sporting de Braga, e a outra meia-final entre duas equipas regionais da península ibérica.
No próximo Nostálico saberemos quem conquistou a Liga Europa e que medidas foram anunciadas pelo Tio. Despeço-me com o desejo que o Tio não regresse tão depressa à pátria do seu sobrinho…

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