sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Nostálico 6

Quando for publicada esta edição do Nostálico estaremos a poucas semanas do Euro 2008 na Suíça/Áustria, e também pós comemorações do 25 de Abril de 1974.
Por isso, dedicarei esta edição a esses dois momentos e de que forma eu me recordo da sua relação com Monchique.

Aproveitando a referência às comemorações do 25 de Abril, e na sequência do texto escrito numa das 1ªs edições do Nostálico sobre as corridas realizadas nos anos 80 que normalmente tinham como vencedor o “Zé Manel Lalá”, ocorreu uma situação caricata numa dessas corridas, quando na frente ia o Jorge Fernandes, mas por “alteração de última hora” do percurso protagonizada pela organização, permitiu ao 1º referido “encurtar” o percurso e vencer com menos uns metros percorridos relativamente a alguns dos que seguiam na sua frente!
Eu próprio recordo-me da corrida dos mais novos em que o vencedor encurtou “terreno”, virando antes das antigas bombas da Móbil, e não após as mesmas!
Nessa altura, fitas divisórias, só mesmo nas corridas de corta-mato das amendoeiras em flor!
A contestação não produziu efeitos e todos continuamos a celebrar Abril…
Enfim, se passados 34 anos do 25 de Abril a democracia em Portugal ainda é jovem e com algumas falhas, não se pode criticar a organização desses eventos nos anos 80 em Monchique, quando já se sabia que o “programa de festas” era “chapa 5”, ou seja:
- Banda do BVM; - Corridas no Largo dos Chorões; - Concerto de música popular Portuguesa e Jogo de futebol de solteiros vs casados no “campo da bola” do JDM.
Ah! E os foguetes! E também as corridas de sacos, que me permitiram obter uma bem guardada medalha entregue pelo Carlos Perpétuo!
Permitam-me também agradecer ao Carlos Gervásio, pelo excelente desenho do fundo do mar, que incluía mesmo um submarino e a assinatura do autor do Nostálico, permitindo a este último o recebimento de um prémio no concurso inter-escolas de desenho nas comemorações do 25 de Abril, assim como a outro colega que também o venceu, com um desenho da “Baribi” dos bombeiros “produzido” pelo mesmo autor.
Não fiquem tristes, caros leitores, porque o autor também recebeu um prémio pelo desenho assinado por si próprio.

Sobre as prestações da Selecção Nacional de futebol nas diversas fases finais do europeu ou mundial, e como me recordo delas na relação com Monchique, não será tarefa fácil. No entanto, recordo com saudade o jogo em Sheffield/Inglaterra, entre Portugal e Dinamarca no 1ºjogo da fase de grupos do Euro 96, e como a viagem entre Londres e Sheffield (transportados pelo nosso amigo de Monchique residente me Londres) me transformou num adepto incondicional da Selecção Nacional de Futebol, numa altura em que conseguimos bilhetes para o evento na semana anterior ao mesmo nas bilheteiras da antiga sede da FPF na Praça da Alegria (agora com alguma sorte conseguimos bilhetes para o jogo em Genebra contra a Turquia, depois de todos nós termos concorrido via internet para os jogos da Selecção Nacional!).
A febre de 1996 levou-nos a marcar um almoço no Porto Fundo no dia do Portugal-Républica Checa, jogo de má memória pelo chapéu de Karel Poborsky ao Vitor Baia…
Bem dizia o Fernando e o António Albino:
“Tira o cachecol de cima da televisão, que isso ainda dá Azar!”
Bem dito, bem feito!
E não é que no Euro 2000, o cachecol também estava em cima da televisão no jogo das meias-finais contra a França? Pois é! A mão do Abel Xavier adivinhou…

Mas se a loucura do Euro 2004 transformou o nosso Pais numa imensa claque (faço aqui um parêntesis para partilhar convosco a verdadeira loucura que foi assistir ao vivo ao jogo dos quartos-de-final do referido evento entre Portugal e Inglaterra, para mim e para muitos, o melhor jogo em termos de emoção alguma vez visto! Infelizmente, após o penalti falhado pelo Rui Costa, preferi descer as escadas da Catedral da Luz, não assistindo assim ao momento do Ricardo com e sem luvas!), loucura também existiu durante o ano de 1986, quando um conjunto de jovens de Monchique formou a 1ªclaque organizada, denominada “Juve Monchiquense” (OK, o Glorioso tem um palmarés bem maior que o seu vizinho verde, mas este tem a melhor claque de Portugal! E não ficava bem Diabos de Monchique! Não! Nunca foi sugerido o nome de “Super qualquer coisa”. Á data apenas existia em filme o Super-Homem! E não era o ex-namorado da Carolina!).
Antes de um decisivo Infante de Sagres - JDM, resolvemos organizar uma claque de apoio ao nosso clube, que lutava valentemente pela subida à 1ªdivisão distrital, nessa decisiva deslocação à Costa Vicentina!
A Direcção do clube apoiou-nos na deslocação, levávamos duas bandeiras do JDM, algumas canções previamente preparadas e muita vontade em apoiar os onze de Monchique (Sim! Todos eles eram mesmo de Monchique, todos eles resultado do trabalho da formação do clube).
Não quero exagerar, mas a claque era composta por cerca de 30 jovens, e estavam no campo do Infante de Sagres algumas dezenas de adeptos do JDM.
Se no campo desportivo, o jogo até nem correu mal, após empate a duas bolas e um penalti defendido pelo nosso guardião a poucos minutos do final da partida, no que diz respeito à claque, não posso escrever o mesmo, dado que a “malta” de Sagres não viu muita graça na situação, e “atacou” os elementos da Juve Monchiquense com cenouras!!!! Quem quiser acreditar, que acredite! Eram mesmo cenouras…
Pior do que isso foi o acto de Hooliganismo levado a cabo por alguns dos adeptos locais, que ao conseguirem roubar a bandeira mais antiga do JDM, incendiaram-na, tendo a mesma ardido na sua quase totalidade.
A claque ainda contribuiu para os resultados positivos do JDM nesse ano (1ºlugar do Barlavento), mas nem ela conseguiu levar de vencida a formação do Sotavento, a após uma derrota em São Brás, não conseguimos melhor que um empate a duas bolas no velhinho campo pelado do JDM.

A 80 km/hora, e com muita vontade de gritar pelo nome da minha pátria contra os Infiéis Turcos, despeço-me até breve…

Humberto Sério

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