sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Nostálico 7

À porta de mais uma época balnear, veio-me à memória um curioso episódio ocorrido no inicio da década de 90 em Monchique relacionado com a selecção de praias a nível nacional com direito a hastearem a Bandeira Azul, símbolo de qualidade de uma praia ou marina.
Segundo sei, alguém se lembrou de enviar para a nossa autarquia o formulário para candidatura das “praias” do nosso concelho a tão conceituado galardão!
O reconhecimento é óbvio, e ao mesmo tempo divertido, quando recordo com satisfação a decisão do edil Monchiquense em enviar algumas “praias” do nosso concelho a concurso.
Devo dizer que, mesmo se tratando de uma situação caricata, deu-me algum prazer ouvir alguns amigos de outros locais do Algarve se referirem a este episódio com elogios ao fair-play da nossa autarquia na abordagem ao complicado desafio.
Infelizmente, não foi possível o prazer de visualizarmos bandeiras azuis nas “praias” da Ribeira do Ambrósio e Barragem da Foia!
(Faltou a imaginação de nos candidatarmos com a Marina! Nunca se sabe, com o degelo total dos glaciares, facilmente se encontrará uma marina no Vale de Boi, mesmo ao lado do molhe e praia da ribeira das canas!)

Durante os anos 80 era quase um insulto para os mais novos a referência ou a “colagem” à Ribeira do Ambrósio.
A imagem de algo feio, poluente e malcheiroso era facilmente associada à Ribeira do Ambrósio!
Nada mais falso!
O Nostálico declara a necessidade do reconhecimento que este curso de água merece na vida passada, presente e futura da mui nobre Vila de Monchique!
O Tejo em Lisboa passa também por Toledo! O Douro no Porto passa também por Zamora! O Guadiana em Vila Real de Santo António passa também por Badajoz! O Arade em Portimão passa também por Silves! E até o Amazonas em Manaus passa por Santarém e Óbidos! O quê? Ah! Não é Santarém dos Campinos, nem Óbidos do chocolate…
E a Ribeira do Ambrósio? Por onde passa?
- Passa por Monchique! E mai nada…
“A César o que é de César, e a Ambrósio o que é de Ambrósio!”
Ou melhor, para quando referências tipo:
“Monchique, essa bela localidade banhada pela imponente Ribeira do Ambrósio!”, ou;
“Monchique e seu Convento Altaneiro entre as margens da límpida Ribeira do Ambrósio!”.

Por falar em Convento, já começa a faltar uma pintura renovada da fachada do Monumento?
Sim, porque vê-se perfeitamente que tirando a pintura do nosso Convento, nada mais se pode notar no que concerne à manutenção do nosso principal Monumento! Eh!Eh!Eh!
Pssst! Não façam barulho, pode o Pedro da Silva acordar com pesadelos no seu longo sono de alguns séculos…

Voltando à Ribeira do Ambrósio e à sua importância no desenvolvimento económico do nosso concelho, podem acreditar estimados leitores que o grande erro de Pedro da Silva ao imaginar um Convento na encosta onde se encontra actualmente, foi a falta de “alembradura” em erigir tão imponente construção nas margens da Ribeira do Ambrósio!
Garantidamente que ainda hoje poderíamos apenas ter a preocupação da referida pintura!
Alguns jovens Monchiquenses inseridos no programa “tempos livres” de 1987, tiveram o prazer de, durante a pintura das paredes do convento com cal, assistir à encenação de uma peça de teatro digna das melhores salas da “Broadway”, quando um desses jovens “viu” a sua t-shirt banhada no balde de cal, e um outro, todo ele pintado de branco, se deslocava num andar muito característico a caminho da fonte dos passarinhos para um merecido “banho”!
Na Broadway: “Aquarium!”
No Convento: “CALarium!”

Antecipo pela 1ªvez a próxima edição do Nostálico com uma proposta de geminação de Monchique com…
…Mossoró!
Vruummm! A 80 km/hora com os cabelos ao vento a caminho de uma boa praia, despeço-me mais uma vez com um até já!

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