segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Nostálico 1

O Nostálico (em homenagem ao antigo jogador de futebol que falava em bodes respiratórios!)

Após leitura atenta do Jornal Misérias de 1987, publicado no último Jornal de Monchique, de alguns textos do Parente Refóias no seu Blog, e pelo motivo de ser ouvinte habitual do programa “Oitenta à Hora” na Rádio Comercial, resolvi partilhar com os leitores do JM algumas “lembranças” daquilo que foram as décadas de 70 e 80 em Monchique.

O Carioca
Aquele café/snack-bar do final dos anos 70 e principio dos anos 80, sito no prédio (demolido para construção e ampliação do actual Largo dos Chorões) que ficava no lado direito da Rua Serpa Pinto, antes do referido Largo e da bomba da MOBIL, que antecedia a loja da “Libanita”, que todos os mais antigos criticavam, mas que todos tinham curiosidade em frequentar.
Local onde se podiam comer boas refeições, onde se podiam contar e ouvir histórias e onde muitos jovens na época se “refugiavam”.

Campeonato de futebol de ruas
Grandes “derbis” se realizaram no campo da antiga Escola Primária de São Roque, e até mesmo no velho campo pelado do Monchiquense, entre os valentes futebolistas adolescentes das Ruas Calouste Gulbenkian (vulgo do “Asilo”), Serpa Pinto, São Sebastião, Castelo e Porto Fundo. Até uma taça foi concebida (Pelo Mário, primo do António Palma, audaz guarda-redes da Rua Serpa Pinto) para glorificar os vencedores. O Porto Fundo e seus craques de então chegaram a iniciar jogos com -15 golos, dando a oportunidade aos menos habilitados para lutar “de igual para igual”!

Rádio Monchique
A Rádio Monchique situava-se próximo da sede do PCP e do Registo, e numa pequena sala deu inicio a alguma emissões, produzidas por “malta da terra”, cheia de boa música e boa disposição, mas principalmente de passatempos e concursos que faziam os seus ouvintes deslocarem-se ao estúdio para entregarem algum objecto, ou para responderem a alguma questão, levando depois consigo “chorudos” prémios, como por exemplo uma caixa de fósforos.

Eram sempre os mesmos a ganhar no 25 de Abril…
Nas famosas corridas de atletismo realizadas a partir do Largo dos Chorões, durante as comemorações do 25 de Abril na década de 80, os vencedores eram sempre os mesmos, o Zé Manel Lalá nos mais velhos, e o Luís “Má-Ferro” nos mais novos! Nos mais velhos, houve anos em que os mais conhecedores destas coisas das corridas diziam que naquele ano o ZM Lalá ia perder porque o Fernando Mário Pereirinhas estava em grande forma, ou porque o Jorge Fernandes era um craque das corridas em Lisboa e iria de certeza ganhar. Mas não! Mais uma vez se verificava a glória do ZM Lalá que coleccionava vitórias e medalhas nas provas de atletismo da sua terra, durante as comemorações do 25 de Abril.
Depois das provas de atletismo e da entrega dos prémios, vinham os afamados cantores, como o Paco Bandeira, em glorioso concerto nos armazéns da empresa Castelo & Caçorino no Largo dos Chorões, e também do promissor grupo Trigo Limpo no salão da Casa do Povo.

Os records nas máquinas da casa de jogos do “Zé de Ferro”!
Quando chegou a nova máquina de jogos relacionada com os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 (Ou o jogo do Canguru Boxeur!) ao salão de jogos do “Zé de Ferro”, no piso inferior onde hoje se situa a repartição de finanças de Monchique, todos os mais conceituados jogadores de jogos à data quiseram registar o seu nome em tão conceituada tabela. Era um ver se te avias! Todos a quererem bater records e com audiências que chegavam às dezenas, nem que fosse para interromper um qualquer jogo de snooker, porque algum campeão ia procurar bater o record! E quando o Rui Monhé vinha a Monchique era muito natural que pudesse acontecer, até porque se tratava do organizador, e vencedor antecipado, de campeonatos do antigo jogo em cassete Match Day (dos muito famosos computadores ZX Spectrum com teclas de borracha, que fazia um barulho ensurdecedor no gravador, enquanto gravava o jogo depois do Load””!).

Os Bailes de Carnaval e da Pinha
Começo por recordar os bailes no velhinho salão da Sociedade. Local de “culto” para quem gostava de um bom baile de máscaras, de uma boa matiné e de boa música para dançar!
Depois existiam os Bailes de Carnaval no Salão “do Sr. Padre”. Grande Padre Ferro que permitia a realização de tão gloriosos bailes no seu Salão! Tinha a famosa bola giratória, talvez a única que rivalizava com aquela que existia na Discoteca Night Star em Portimão, música própria da época, e um entra e sai de mascarilhas bem originais e divertidas (talvez menos divertidas quando confrontadas com laranjas e ovos caídas sabe-se lá de onde na Rua do Porto Fundo!).

Colégio de Santa Catarina
Sobre este, pouco tenho a dizer, apenas que faz parte da recordação de muitos jovens Monchiquenses, e que todos teríamos muito prazer em ver aquele velho edifício recuperado!

O São João nas Caldas de Monchique
Martelinhos, martelinhos e mais martelinhos! Grandes enchentes na noite do São João nas nossas Caldas. Animação, música e comes e bebes!
Era ver filas de automóveis para chegarem a tão grandiosa festa! Mas, valia a pena.

A loja do “Avelarinho”
Muitas histórias têm muitos dos leitores para contar sobre idas a esta loja, dirigida por uma personalidade que faz parte da memória de muitos nós, até porque tratava-se do único local onde podíamos comprar cromos da bola para completar as cadernetas.
Para os nascidos no inicio da década de 70, quem não se lembra de uma “invasão” a esta loja, logo após o final de um espectáculo para os alunos das escolas de Monchique no salão da Casa do Povo? Hilariante!

Portaro
Já nem tenho a certeza se é assim que se escreve, mas faz parte do meu imaginário a invasão destes modelos de Todo-o-terreno em Monchique, nos anos 70/80.
- Eu tenho um Portaro, e tu?
- Bem, eu tenho um Land Cruiser, mas de facto não é a mesma coisa!
- Pois podem ficar com o Portaro e com o Land Cruiser, que eu fico com o meu UMM!

Na eventualidade de surgirem novas “lembranças”, partilhá-las-ei convosco em próximas edições. Por agora, saio de cena a 80 km/hora.

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