quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Nostálico23

“É Natal! É Natal! Sininhos de Luz.
Alegria! Alegria! Já nasceu Jesus.”

Do Natal em Monchique, recordo-me, provavelmente como todos os que pertencem à minha geração, da famosa “peúga” na chaminé e dos presentes junto da lareira na manhã do dia 25 de Dezembro, deixados no referido local por…
…Jesus!
Ah! Pois é! Não era o Pai Natal da “Coca-cola” que deixava os presentes (o mesmo que hoje em dia me obriga a vestir de vermelho e branco na noite de Natal, para oferecer os presentes às minhas filhas e aos meus sobrinhos! Não fosse a barba de algodão e o gorro de duende, e pareceria que se tratava de mais uma deslocação à grande Catedral da Luz!), mas sim o “Menino Jesus”!
Também tenho de desabafar que há mais de trinta anos, a dita peúga era bem mais “curta” que o saco, com o qual apareço à porta da minha casa vestido de vermelho e branco, faltando apenas as renas, porque a motivação de um Natal passado na Atalaia é sempre diferente daqueles passados entre a Fóia e a Picota, e assim as renas não entram no esforço motivacional de mais uma noite teatral!
Mas, os meus Pais nunca me deixaram ficar mal, e retenho na memória excelentes presentes descobertos na manhã seguinte à visita de Jesus, e o Natal na Atalaia, só pela alegria das minhas princesas, já põe completamente num patamar inferior as noites de Natal passadas na mui digna e sempre “altaneira” Vila de Monchique.

Enfim, mais um Natal, que vale pelo sorriso das crianças, e pela companhia da família, de preferência acompanhada de perfeita saúde de todos os familiares degusta dores de mais umas boas postas do peixe pescado nos frios mares da Noruega.

Natal em Monchique também me faz recordar com alguma piada, talvez no final da década de 80, da presença de luzes de natal na antiga sede do Crédito Agrícola em Monchique, “Feliz Natal Boas Festas”, que por qualquer razão foram mantidas durante algum período nesse local, levando uma visitante inglesa a questionar um celebre Monchiquense se naquele local funcionava alguma “boite”…

Sobre as passagens de ano em Monchique muito mais havia para escrever, mas como qualquer memorável noite de “reveillon” terminava no cume mais alto a sul do Tejo, proponho que aproveitando os espectáculos de fogo de artificio nos diversos locais do litoral algarvio (desde que os “budgets” ainda estejam disponíveis numa fase ainda longínqua de actos eleitorais autárquicos), se organize uma mega passagem de ano no cimo da Fóia, com uma enorme fogueira, actuações de estrelas musicais (pedindo talvez ao prof. Carlos Queiroz que solicite a presença dos “Black Eyed Peas” para uma actuação superior à provocada pelos habitantes de Chicago no programa da “Oprah”) e o sempre apetecível caldo verde na madrugada do 1º dia de 2010 a ver o nascer do sol mais bonito do mundo, adicionado com a inimitável chouriça de Monchique.

Despeço-me com os habituais votos, nesta quadra, de um feliz e santo Natal, e um próspero ano novo para todos os leitores do Jornal de Monchique (já agora, com o Benfica campeão, e Portugal, no limite, vencedor do jogo com o Brasil em Durban na África do Sul, que eu prometo deixar uma coroa de flores junto da estátua de Fernando Pessoa nesta cidade).

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